Capítulo 7.

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Asta Müller.

Meus amigos ficaram chocados quando na manhã seguinte me viram na cozinha. E me fizeram prometer que eu não iria repetir o mesmo erro. Agradeci muito a Judith e a Ivone pelo apoio moral e alimentar que elas me deram durante todo esse tempo.

No tempo que estive no estábulo, descobri de que sou muito mais forte do que eu poderia imaginar. Aprendi a me comunicar com os cavalos, aprendi a montar, apesar de ter recebido ordem de que ninguém devia me ajudar, um e outro escravo se aproximava de mim, me ensinando como colher para os cavalos, quais frutas silvestres posso comer, me indicaram o riacho. Cresci muito em muito pouco tempo, a dor torna-nos fortes.

Minhas tarefas foram redirecionadas, agora eu tenho de cuidar da limpeza do quarto do comandante, e atender seus caprichos. Sou sua serva pessoal. Bem que no fundo ainda não entendi porque ele cismou comigo. Como disseram as outras escravas ele não tentou me possuir contra minha vontade, nem sequer propôs que fosse sua amante. Eu apenas devia cuidar dele.

Estou carregando sua comida na bandeja, quando eu ia abrir as portas de seu quarto, que na verdade estão entreabertas, o comandante Marshall está aqui, de costas ao comandante Schmid que está com a parte de cima até a cintura nú. Marshall toca no corpo do Schmid com intimidade, destruí carícias pelo seu corpo, mas o comandante Schmid diz algo que faz o comandante Marshall parar. Marshall parece bravo, mas não o contesta.

Recuou alguns passos para trás para parecer que acabo de chegar, abaixo o olhar para evitar contacto visual com o comandante Marshall que sai do quarto e toma direção oposta a minha. Respiro fundo antes de bater, e entrar no quarto do comandante Schmid.

— Senhor, trago o seu almoço.

— Humhum... escove os meus cabelos.— ele diz vestindo sua túnica. Guardo a comida sobre a mesinha de centro, e o sigo para pentear seus cabelos.

Ao elevar seus cabelos para poder os pentear vejo marcas de chupões em seu ombro e fico sem reação. Eles tem um caso? Será que isso não dói? Mas eles são homens, como?

— Algum problema?— ele me olha através do espelho.

— Não sen..hor.— gaguejo

— Gostou das marcas?

— Me perdoe senhor.— meu corpo está todo soado e tenso. Mas invés de me repreender ele sorri.

— Porquê está tão tensa? — numa manobra rápida ele agarrou na minha cintura e me deitou em seu colo, sua mão esquerda segurando minha cabeça inclinada. — Gostaria que eu te fizesse.

— Não por favor. — ele colocou sua mão em meu peito, sem deixar de me encarar.

Ele não está com cara de quem vai me estuprar, ele parece cansado. Como só estivesse isso para me deixar com medo dele.

— O Senhor Marshall é seu amante?— mordo minha língua tarde, afinal já falei o que eu não devia. Ele ficou surpreso, mas não chateado.

— Infelizmente não somos para ele. Eu gosto mais de vaginas, de comer, não ser comido. Entende?— engulo em seco, com o rosto esquentado, e abano a cabeça negativamente, é normal um homem falar palavras tão chulas? — É um óbvio que você não entenderia, você é virgem. Não conhece o prazer. Levante-se.

Mesmo desajeitada, me levantei, mas tropecei no carpete e voltei a cair de bunda no seu colo.

— Está me convidando para fode-la?— ele disse com o rosto tão próximo do meu que instintivamente o dei um tapa. Mas no mesmo estante me arrepende, me coloquei de joelhos do carpete e comecei a pedir perdão.

— Por favor me perdoe foi sem sequer?— meu rosto está prostrado no carpete, enquanto repetidas vezes peço perdão. Dessa vez eu irei morrer, com certeza, passei dos limites. Foi bom estar viva por mais alguns alguns.

— Levante-se Asta, não irei mata-la.— sua voz saiu estranhamente calma.

Devagar, levantei meu rosto para o encarar. Ele está com uma das suas mãos na parte do rosto que minha mão atingiu.

— Você pode sair.— ele não me encara, seu rosto permanece focado no espelho como se estivesse hipnotizado, mesmo contrariada, me levantei e sai.

Meu coração palpita de forma descabida, sequer tive coragem de contar para as meninas o que eu fiz. Minha inferioridade reconhece que passei dos limites, meu pai teria me surrado. Nenhum homem aceita esse tipo de desrespeito. Ele não me convocou mais a sua presença, então fiquei em meu quarto o resto do dia, esperando que Teodoro aparecesse para me levar as masmorras. Mas esse momento não chegou, não naquela noite, no dia seguinte acordei para fazer minhas tarefas, mas ele não estava, nenhum dos comandantes estava, nem eles nem o exército, ao que eu entendi, eles foram combater o exército do imperador nas fronteiras. E durante esse tempo que eles ficaram fora, o clima ficou tenso no palácio, com medo de que algum de seus inimigos decidisse nos atacar ou nos matar.

Mas isso também não aconteceu, e em três dias eles voltaram, deram uma festa comemorativa para os guerreiros, afinal eles haviam vencido o primeiro confronto contra o imperador. Mas ainda assim eu não tirava da minha cabeça que dei um tapa num dos comandantes.

— Todas as mulheres devem se apresentar no salão de festa agora com roupas descentes.— Teodoro anunciou para nós as escravas.

— Por quê?— Ivone. — Não me diga que...— o rosto de Ivone ficou aterrorizado. Como se tua alma fosse escapar a qualquer momento.

— O que isso significa?— perguntei a Judith que também estava com o rosto morto. Olhando para nada em específico.

Teodoro estava inexpressivo, apertando os punhos. Tomamos um susto quando John bateu no balcão da cozinha.

— EU OS ODEIO. OS ODEIO MESMO. NÓS NÃO SOMOS OBJETOS.— ele rangia os dentes furioso, depois se aproximou de Ivone a abraçando. A apertando contra si, como se pudesse a proteger.

A Escrava | Em Degustação |Onde histórias criam vida. Descubra agora