Capítulo 6: A ressurreição dos escravos.

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O silêncio se instala no pátio, enquanto os alunos olham com horror para os corpos de Leo e Lucas. Ninguém se atreve a se aproximar, nem a dizer uma palavra. Todos estão chocados e tristes com o que acabou de acontecer. Eles acabaram de testemunhar a morte de dois dos melhores magos da escola, em um duelo sem sentido.

Mas, de repente, algo acontece. Algo que ninguém esperava. Algo que muda tudo.

Uma luz brilha dentro da cratera, iluminando os corpos de Leo e Lucas. Uma luz que vem de dentro deles. Uma luz que é ao mesmo tempo vermelha e negra, fogo e escuridão.

Os corpos começam a se mexer, lentamente. Eles abrem os olhos, que brilham com a mesma luz. Eles se levantam, lentamente. Eles se olham, surpresos.

Eles estão vivos.

Mas eles não são mais os mesmos.

Eles foram transformados pelo poder de seus próprios feitiços. Eles foram ressuscitados pelo fogo e pela escuridão.

Eles são agora algo mais do que humanos. Algo mais do que magos.

Eles são agora os mestres do fogo e da escuridão.

E eles não estão felizes.

Eles olham para os outros alunos, com raiva e desprezo. Eles sentem que foram traídos e humilhados por eles. Eles sentem que eles não merecem o seu respeito e admiração. Eles sentem que eles devem pagar por isso.

Eles levantam as suas varinhas, que brilham com a mesma luz. Eles apontam para os outros alunos, que tremem de medo. Eles pronunciam as palavras que selam o seu destino:

- Fogo e escuridão, ouçam o meu comando. Destruam tudo o que está em nosso caminho. Não deixem ninguém vivo. - diz Leo.

- Fogo e escuridão, obedeçam à minha vontade. Queimem tudo o que está em nossa frente. Não poupem ninguém. - diz Lucas.

E então, eles lançam os seus feitiços mais poderosos novamente.

Mas desta vez, não um contra o outro.

Desta vez, contra todos os outros.

Os feitiços de fogo e escuridão saem das varinhas de Leo e Lucas, e se espalham pelo pátio, atingindo os outros alunos. Alguns conseguem se proteger com seus escudos mágicos, outros tentam fugir ou se esconder, mas muitos são atingidos e caem no chão, feridos ou mortos.

O pátio se torna um cenário de caos e destruição, enquanto os gritos e as explosões ecoam pelo ar. Ninguém parece capaz de deter os dois magos ressuscitados, que continuam a lançar seus feitiços sem piedade.

Mas, de repente, uma voz se faz ouvir. Uma voz que vem de dentro da escola. Uma voz que é ao mesmo tempo firme e calma. Uma voz que é reconhecida por todos.

É a voz do professor.

- Chega! - diz a voz. - Parem com isso imediatamente!

Todos olham para a origem da voz, e veem o professor saindo da escola. Ele é um homem alto e magro, com cabelos grisalhos e olhos azuis. Ele veste um manto negro, que contrasta com a sua pele clara. Ele segura uma varinha em sua mão direita, que brilha com uma luz branca.

Ele é o professor de magia branca, o mais respeitado e temido da escola. Ele é o único capaz de usar a magia mais pura e poderosa que existe. Ele é o único que pode enfrentar Leo e Lucas.

Ele caminha em direção à cratera, onde estão os dois magos ressuscitados. Ele não parece ter medo deles, nem de seus feitiços. Ele parece confiante e determinado.

Ele chega à beira da cratera, e olha para Leo e Lucas, com severidade.

- O que vocês pensam que estão fazendo? - ele pergunta. - Vocês sabem o que fizeram? Vocês sabem o que se tornaram?

Leo e Lucas olham para o professor, com desdém.

- Nós sabemos exatamente o que fizemos. Nós sabemos exatamente o que nos tornamos. - diz Leo.

- Nós nos tornamos os mestres do fogo e da escuridão. Nós nos tornamos mais fortes do que você. - diz Lucas.

- Vocês não se tornaram mestres de nada. Vocês se tornaram escravos do fogo e da escuridão. Vocês se tornaram mais fracos do que eu. - diz o professor.

- Você está enganado, professor. Você está ultrapassado, professor. Você está condenado, professor. - diz Leo.

- Você não pode nos deter, professor. Você não pode nos vencer, professor. Você não pode nos salvar, professor. - diz Lucas.

- Eu posso sim, meus alunos. Eu posso sim. - diz o professor.

E então, ele levanta a sua varinha, que brilha com uma luz ainda mais forte.

Ele pronuncia as palavras que iniciam o confronto final:

- Magia branca, ouça a minha voz. Proteja tudo o que é bom e justo. Não deixe ninguém sofrer. - diz o professor.

A Lenda do Mago NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora