Heartbreak hotel

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pov Ryujin

- Sério, esse cara estava indo para a porra do exército, então pra que tanto gel no cabelo? - Wooyoung questionou para o universo ou para mim, que estava passando o tal gel em seu cabelo.

Depois do Dream On, a Lost In Translation ficou bem famosinha na região e, adivinha só, as pessoas querem nos chamar para tocar nos lugares! Incrível, né? Eu sei. Bom, o que aconteceu foi: esse barzinho famoso da cidade, o Friday's Love, nos chamou para tocar no domingo, mas tem um porém, toda merda de domingo eles decidem colocar um tema no lugar e todos tem que estar caracterizados... incluindo a pobre da banda que vai tocar lá. E, se liga na exigência, nós devemos tocar só músicas antigas, estourando nos anos 90, então a ideia genial foi enfiar Elvis Presley, The Beatles e Queen até essas pessoas não aguentarem mais. E como ficamos ocupados demais pensando na setlist, o figurino ficou pra improviso. Poderíamos ter ido de Beatles, Rolling Stones ou qualqueroutra porra de banda que já existiu nessa merda, mas acabou que somos a porra de 3 Elvis e uma Priscilla. Eu me enfiei num blazer branco com a calça da mesma cor, um cropped preto por baixo e um sapato também preto pra chegar lá na frente de adolescentes bêbados e dizer que sou o Elvis no comeback de 68; Yugyeom colocou uma jaqueta jeans preta, uma camisa branca e preta listrada por baixo, calças pretas e seu All Star para ser a versão de Jailhouse Rock; Wooyoung simplesmente pegou a porra do uniforme militar do seu pai e chegou dizendo que é o Elvis quando entrou pro exército e a SuA só se vestiu como uma mulher comum dos anos 50, mas vamos chamá-la de Priscilla para tentar fazer algum sentindo.

- Sei lá, mas cala a boca e me deixa terminar esse negócio. - respondi, tentando fazer um topete, meio ridículo, em seu cabelo.

A merda do "show" começa em uns 15 minutos, o lugar já tá cheio para um cacete e eu estou a 5 minutos de ter um ataque de pânico. Escuta, eu devo ter subindo em um palco no totalde 5 vezes na minha vida toda, mas já assisti muitos shows pra dizer que se tem algo que as pessoas gostam em uma performance, além do talento, é a porra do carisma. Então, se liga, se nós não fizermos esses merdinhas acharem que somos ótimos, eles vão achar que somos péssimos.

Sem a porra de um meio termo.

- Fiquei gostoso? - Wooyoung perguntou, assim que terminei com seu cabelo.

- Estou louca para arrancar suas roupas. - respondi, tirando uma risada dele.

- Com certeza. - ele passou a mão pelos cabelos, tentando arrumar um pouco mais. - Vou testar o som com os outros dois, ok? Nos vemos lá no palco junto do clone e da nossa esposa.

- Cuidado para não ser devorado. - eu disse, Wooyoung só concordou com a cabeça e saiu, me deixando sozinha nos fundos do bar. Como esperado, barzinhos não disponibilizam camarins para os cantores que contraram 10 minutos para o show começar e eu sinto que vou vomitar. Começo a andar de um lado para o outro repetidamente, me questionando se foi realmente uma boa ideia concordar com essa merda toda. As chances de eu esquecer alguma letra no meio devem ser gigantes, de perder o ritmo igualmente e não quero nem começar a pensar sobre a porra da probabilidade de desafinar no meio dessas pessoas.

- Ei, rockstar, se rodar mais um pouco vai achar até petróleo nisso daí. - Siyeon disse, se encostando na parede com os braços cruzados.

Ela estava aqui.

- Você veio! - não sei se exclamei pelo susto ou pela animação ou pela surpresa dela estar aqui. Mas foda-se, porque ela estava.

- Óbvio, idiota. - ela disse, dando um sorrisinho fechado. - Não perderia o primeiro show oficial da bandinha da minha irmã.

- Mais respeito, por favor, sou tãofamosa quanto você naquela escola agora. - respondi, falando como uma estrela de Hollywood. - Se tudo der errado, bate palma mesmo assim.

Rock me - [ yeji X ryujin]Onde histórias criam vida. Descubra agora