4. Give love a try

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Você deve pensar que eu sou um louco por me apaixonar por você. Eu era apenas um cara que você nunca notou. E agora aqui estou eu tentando ser honesto comigo mesmo. Com você e com o mundo. 

Give love a try, Jonas Brothers 

A corrida havia acabado. Lando com alguns pequenos mas prejudicais problemas no carro acabou ficando em P9, e ele reclamava com Marjorie nada satisfeito. Havia passado por muito disso com ele, e já sabia que o máximo que poderia fazer é estar ali para ouvi-lo. Quanto mais convivia no mundo do automobilismo mais ela entendia o quanto eles davam a vida por aquilo. Lando tinha uma auto cobrança enorme, mesmo que as vezes não dependesse dele. Viu ele beber sua água e a olhar sem nenhuma expressão, ele andava sempre por tudo quanto é canto com um sorriso no rosto, sempre procurou achar o melhor de todo um desastre em volta e faria da mesma forma nesse dia. O jogo não estava perdido, confiava na equipe que tinha e sabia que ele estaria pronto para a próxima corrida na Espanha. 

— Vamos, eu prometo que hoje vai ser rápido — Marjorie o encarou já com o boné do mesmo em uma mão e o celular na outra — explique sobre os problemas que teve e mostre a confiança que eu sei que tem na sua equipe — sorriu. 

Ele não discordou, apenas caminhou ao lado dela para a área da imprensa. Marjorie sabia o que fazia e ele ficava tranquilo com ela ao lado. Sabia que não deixaria ele passar por tudo aquilo por muito tempo. Ele se posicionou em frente a primeira equipe que estava ali e deu o seu melhor sorriso, mas os olhos o entregavam. 

— Lando o que você tem a nos contar, o carro não esteve em boas condições como ontem na qualificação não é mesmo? — a repórter perguntou, era certo, as perguntas sempre chegavam assim. Ele a entregou o melhor sorriso que pode. Lando era assim no profissional sempre foi fácil demais trabalhar com ele e no pessoal não mudava em nada. 

— Se ele está assim, imagina com o que eu estou lidando — Mia, a assessora de Charles Leclerc comentava com a colega. Marjorie suspirou, se Norris estava da maneira que estava, o que deixávamos para o piloto da casa que finalizou aquela corrida em P6 — é um problema atrás do outro por aqui.

— Eu acredito Mia, eles se cobram demais — ela concordou — mas eu os entendo, não estamos muito longe disso com o nosso trabalho — sorriu.

Por ali as coisas haviam sido finalizadas, pelo menos em Mônaco. O piloto ficaria por ali mais um ou dois dias. Enquanto Marjorie pegava o primeiro voo da manhã seguinte. Havia prometido para Enrico que visitaria junto dele os seus pais e ela sempre cumpria uma promessa. Mas uma sensação estranha sempre se acomodava no peito dela quando o assunto era os pais dele. Longe dela pensar algo ruim, eles sempre a recepcionaram muito bem, mas algo insistia em bagunçar a cabeça dela. E mesmo que já tivesse explicado isso para o namorado, ele só a fez sentir como se ela fosse louca por pensar algo dos pais. 

— Ei gatinha — falando nele, o namorado em pessoa a encarava sorrindo — já está liberada? — a abraçou e a mesma negou — o que mais precisa fazer por aqui? 

— Lando está na sua última entrevista — ela fez menção com a cabeça e encarou a cena de Leclerc abraçando o amigo que já se despedida da jornalista por ali. Ambos caminharam juntos até ela, uma porque Mia se encontrava ao lado dela aguardando o piloto número 16. Sentiu o namorado a apertar um pouco mais os braços nela. E acabou que revirou os olhos ao ver que seu amigo notou aquilo. 

— É uma pena você não ficar por Mônaco — Charles comentou — vocês, no caso — Norris riu e Charles ficou sem saber onde enfiar a cara — tínhamos combinado de darmos uma volta pelo mar amanha cedo, se caso queiram mudar de ideia — ele sorriu — a propost...

— Acho que vamos gostar — Enrico o cortou e Marjorie arregalou os olhos e o encarou confusa —  não é linda? — depositou um beijo em sua bochecha fazendo o estomago de Leclerc revirar por algum motivo. 

— Com certeza, mas combinamos com seus pais — ela sorriu já explicando —deixamos para próxima que tal?

— Eles vão entender — aquilo estava surpreendendo não só ela, como o amigo dela, acreditava que até o monegasco ficava surpreso com aquela reação. Enrico sempre reclamou de ter que sair com os pilotos, sempre com a desculpa de que ele não curtia sair, o que era mentira e ela sabia bem. Até porque incansáveis vezes saiu com ele para festa juntos dos amigos dele. Marjorie era pacifica até demais. Emma chamava a melhor amiga de cega na verdade — e você adora o mar — sorriu para a namorada. 

— Ok pombinhos — foi a vez de Norris falar — já que vamos ter a honra de te-los por aqui, que tal irmos descansar e a noite procuramos algo para fazer? — explicou — estou liberado Mazza? — fitou a amiga que apenas concordou com a cabeça. 

Charles estava ainda tão surpreso quando todos ali. Viu a mulher caminhar para longe deles juntamente com o namorado. Talvez ela nem combinasse com ele. Mentira, talvez não, era certo: ela não combinava com ele. Justamente pela forma como ele a tratou inúmeras vezes.

— Você entendeu o que foi isso? — Lando que havia ficado com o amigo ali perguntou confuso — porque eu não entendi.

— Se você que é amigo dela não entendeu — o piloto respondeu enquanto caminhavam para fora daquela área — mas enfim, não é preferível ela perto de você? 

— Com certeza, eu não confio naquele cara — Charles concordou. Ele que mal conhecia o engenheiro já não coloca muito a fé, quem dirá o amigo dela — mas Charles oque foi aquilo — Norris riu — você na frente do namorado dela, convidou só ela para um passeio no alto mar — ele continuou rindo vendo o amigo revirar os olhos.

— Foi sem querer, claro que o convite era para os dois — óbvio que não era — e pelo visto ele curtiu — Charles riu. 

— Isso no meu país se chama território — continuou brincando — eu não reparava até o Sainz encaixar peça por peça explicando sobre isso aqui — ele apontou para o amigo e para o peito do amigo — você é claramente afim dela e eu me pergunto, quando isso começou a acontecer? — Charles suspirou. 

— Isso nunca começou Lando, eu a acho linda e acho que ela não merece ter um namorado como aquele — explicou — e só, não converso muito com ela, mas sempre que conversei ela foi super simpática e Marjorie é importante para vocês e vocês são os meus amigos então, sempre a convido.

— Se explicou demais garanhão — estavam já no estacionamento, onde Charles estava com sua Ferrari estacionada do lado oposto de Lando — mas me diga, se tivesse uma chance — Leclerc riu, o amigo criava teorias demais — o que você acharia? 

— Ah, por favor — ele retirou a chave do carro do bolso destravando o alarme — ruim é que eu não ia achar — e riu com a risada mais travessa que poderia.

Existir uma chance? com a mulher olhando com aquele olhar de apaixonada que ela olhava o namorado? impossível. Não existia a minima chance daquilo acontecer um dia. Que pena, pensou Leclerc ao rir sozinho no carro. 

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Talvez, só talvez o nosso monegasco comece a se apaixonar sozinho nesse passeio deles, quem sabe não é? Até a próxima minhas crianças. 




The 1, CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora