Ter Emma ali era bom demais para Marjorie, ela vivia rodeada dos amigos, as vezes sentia falta da opinião feminina que tinha da amiga. As duas sempre deram muito certo juntas. Se encontravam sentadas tomando um café pelo paddock enquanto fofocavam pelas ultimas noticias que Emma trazia do time.
— Você vai me contar agora ou depois sobre aquela troca de olhares com o Leclerc? — ela riu — e já sei amiga, vai me dizer que nada ver, que tem o Enrico — ela suspirou e viu a amiga encarar já revirando os olhos — mas, eu vi algo ali e pelo jeito perdi algo.
— Não perdeu nada — Marjorie suspirou — tivemos um briga em Monâco, eu e Enrico no caso e o Charles foi um bom amigo comigo.
Emma riu, na verdade gargalhou.
— O que?
— Marjorie por Deus, o cara é muito afim de você — Emma seguiu rindo — acho que nem ele sabe disso ainda, mas ele é.
— Vocês viajam e quando eu digo vocês — ela pegou a xícara de café pra dar um gole — é Norris, Sainz, Russel.
Aquilo já beirava uma loucura, desde que tudo ocorreu naquele iate os amigos a encheram o saco sobre o piloto 16. Ela sentiu uma fisgada sim no estomago quando ele a encarou com aqueles olhos mas foi momentâneo. Passou e já foi.
— Amiga você ama mesmo o Enrico?
— E essa pergunta agora? — Marjorie a encarou confusa, ela nunca duvidou dos sentimentos que tinha pelo namorado, não considerava ter outra pessoa — mas, eu amo Emma, eu sei que as coisas são e estão difíceis mas é tudo momentâneo.
— Eu não vim aqui para plantar discórdia amiga — ela suspirou — mas eu não quero também que você perceba tarde demais.
Marjorie iria responder, mas não adiantaria muito. Levantou-se e explicou para a amiga que precisava trabalhar, ela se chateava com isso, os amigos não a apoiavam no relacionamento e ela sabia que estava complicado, mas sabia que iria passar.
Deixou Emma lá mesmo sentada a encarando, sorriu fraco, pegou seu celular e sua credencial. Era hora de focar em trabalhar. Caminhou em busca do piloto número 4 e encontrou pronto para começar sua coletiva de impressa. Ainda faltavam alguns minutos.
— O que aconteceu? — perguntou o mesmo ao encarar a amiga.
— Nada — explicou.
— Nada? — ele não acreditava, a conhecia bem demais — foi a Emma?
— Foram todos vocês, eu nunca pedi para gostarem do meu relacionamento — iniciou enquanto caminhavam para sala de impressa — mas as vezes eu escuto coisas que me chateiam.
— Entendo — o amigo passou seu braço pelos ombros da mesma a confortando — sinto muito por magoar você, mas a gente quer você feliz.
— Então apenas aceitem minhas escolhas, ou só convivam com elas — ela o encarou e ele sorriu em forma de conforto.
Entraram na sala e cessaram o assunto.
Hoje Lando teria a companhia de Max e Charles, os três pilotos sentaram-se no local indicado a eles e começaram a responder o que lhe era perguntado. Marjorie viajou por um momento, Charles respondia sobre o difícil momento que viveu no último GP de Mônaco, ela sentiu no olhar dele a dor que era nem se quer completar uma corrida em casa. Vivenciou isso com Lando algumas vezes.
— Eu não disse, o que são esses olhares? — Emma a assustou quando sussurrou no ouvido da amiga.
— Como você entrou aqui garota? — Marjorie colocou a mão no peito a encarando — e para quieta.
— Amiga eu tenho meus contatos, mas vim mais para sussurrar um pedido de desculpas — ela sorriu fraco — não quero que pense que não apoio você.
— Tudo bem, já foi — ela apertou a mão da amiga e sorriu — vamos aproveitar o tempo que temos juntas.
— Com certeza, se Sainz não encontrar algo para todos nós fazermos hoje a noite, ele se considere um cara triste, porque não vai ter minha companhia — ela riu.
— Vocês dois são impossíveis.
Tudo iria ficar bem, e tudo iria dar certo no final. Ela sabia disso. Mesmo que durante toda a coletiva não tirasse os olhos do piloto 16, Marjorie somente esqueceu que o trabalho dela ali era com o número 4.