9°Capítulo: Em apuros com a deusa da primavera

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Hecate chegou no prédio mais cedo do que normalmente, ela segurava um pote roxo escuro na mão esquerda, o vento batendo em seu rosto fazia os curtos cabelos pretos voarem para trás.

—Veio cedo. –Observou Hades, vendo Hecate entrar pela porta de trás, tirando um grosso casaco preto. —O que aconteceu?

—Estou 10 minutos adiantada, relaxa. –Hecate jogou o casaco em um cabideiro de madeira escura. —Trouxe meus deliciosos cookies para Thanatos, já que o garoto está de volta. –Ela tinha um sorriso feliz em seu rosto fino.

Hades negou.

—Negativo.

—Negativo para o cookie? Está proibido ele de comer doce? Hades achei que já tivéssemos falado sobre isso.

Hades a cortou.

—Thanatos não vai vir, ele apenas vai estar em minha casa, para eu poder vigia-lo, okay? —Hades esclareceu, mas não parecia nenhum pouco animado com aquilo. —Zeus não pode saber de nada disso, tipo, nunca.

Hecate assentiu.

—Sinto muito. –Disse Hecate, em rosto mostrava verdadeira tristeza. —Sei o quão isso está sendo difícil para você, e o quão foi horrível ter que abandonar ele com Nyx, sem poder ver ele e se certificar de que ele estaja bem por tanto tempo. –A mão da deusa parou em seu ombro, ela sorriu dócil, um sorriso que raramente você veria uma divindade como ela dar. —Eu nunca colocaria nenhum de vocês em risco, jamais!

Hades sorriu minimamente, claramente agradecido.

—Persephone está com ele agora, fico apreensivo do que podem fazer. –Hades confessou. —Thanatos sempre foi um pouco ciumento, mesmo que Persephone sempre esteve lá.

Mentira.

Quando Thanatos chegou para o rei do submundo era uma primavera, Persephone não estava, ela estava no Olimpo, com Demeter! Tiveram semanas, meses, só entre mestre e seu aprendiz, sem interrupção. Hades não tinha jeito para lidar com crianças, nenhuma criança, mas Thanatos conquistou rapidamente seu coração, e até mesmo o de Persephone quando a jovem deusa voltou. O deus dos mortos tentava lidar com uma pequena criança birrenta base do diálogo, a deusa da primavera tinha jeitos mais tradicionais e nenhum pouco agradáveis.

—Eu não sei o que passa na cabeça dele Hades! –Reclamou Hecate revirando os olhos. —Não sou psicóloga.

Hades piscou lentamente.

—Estavamos falando como amigos! –Disse Hades boquiaberto.

Hecate nada lhe respondeu, entrou no elevador estressada.

—O que eu disse de errado? –Hades franziu o cenho e cruzou os braços. —Maluca...

—Maluca é aquela sua família! –Berrou ela antes das portas se fecharem.

Hecate tinha razão, sempre tinha.

Enquato Hades tentava lidar com as dezenas de almas que chegavam constantemente na biblioteca das almas, e com Hecate visivelmente irritada em ter que coleta-las por mais um dia; Persephone estava na ponta da mesa, em sua frente um prato com frutas recém colhidas.

—Você precisa comer! –Explicou Persephone ao jovem do outro lado da grande mesa. —E você vai comer, agora mesmo!

Thanatos negou rapidamente, odiava aquelas frutas, odiava principalmente a cor delas.

—Não vou comer isso! –Gritou Thanatos.

Persephone fez uma careta nada agradável, era visível que estava irritada com o tom de voz de Thanatos, ela tinha se esquecido de como ele era insolente.

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