Nemenci & Amanti [malec]

[Un buon soldato]

Alec nem sequer se mexeu desde que a feiticeira saiu do Instituto, não sabia o que pensar direito ainda sobre tudo aquilo. Absorvia tudo que a senhora havia dito para os três ali, algo o incomodava profundamente em tudo aquilo. Tessa falava e contava sobre tudo aquilo como se toda a Clave, todos os caçadores fossem vilões, e ela, alguém que fez tudo o possível para ter o amor que lhe era necessário, fez tudo por amor. Como ela poderia ver as coisas assim? Mesmo que ela dissesse que a Máfia não era nenhuma flor que se cheire, como ainda assim poderia falar com tanto desgosto de uma instituição que fazia de tudo para proteger a todos. Proteger os mundanos de si mesmos e do Submundo.

- Podemos ignorar metade das coisas que ela disse. - Jace foi o primeiro a se pronunciar depois de tudo isso. O tom de deboche era claro em seu tom de voz. - Ela já está velha e ficando caquética, então o que podemos considerar é que, ela estava apaixonada e arrastou alguém inocente junto com ela. Não um mais dois, era como se tivesse levado nós dois juntos para o fundo do poço. Nem que quiséssemos poderíamos usar algo dela nos relatórios. Não é Alec?

Alec ainda estava quieto, sequer respondeu a pergunta que Jace havia feito. Continuava olhando para as próprias mãos, os olhos azuis escurecidos pelos próprios pensamentos.

- Deve ter sido um choque para você, ein? - Brincou novamente, dando uma piscadela a Isabelle, que sequer respondeu também. O loiro apenas bufou com tudo aquilo. - Vocês estão muito chatos pelo amor de Deus. Quando estiverem mais amigáveis a gente conversa.

E foi dessa maneira que Jace saiu, bufando e resmungando algo que nem sequer Alec entendia. Alec sequer disse algo, na verdade não abriu a boca em nenhum momento daquela conversa, não tinha o que falar, sequer queria falar.

Ao contrário de Jace, Isabelle não saiu de imediato. A irmã olhava o mais velho sentado no lugar, como se nada estivesse ali, como se nem ele estivesse ali. A morena suspirou pesadamente, caminhando em direção ao jovem, se sentando na cadeira que anteriormente Tessa se sentava. A mais nova esticou as mãos, alcançando as do irmão enquanto fazia um carinho delicado um gesto quase que maternal. Alec achava fofo que, mesmo com os esforços da mãe de fazê-la o mais longe do feminino de tudo, Isabelle carregava naturalmente o carinho maternal. Mesmo que Alec fosse mais velho, nada a impedia de cuidar dele e de se preocupar como se fosse a própria mãe. Isabelle cuidava muito melhor de Max do que seus pais sequer tentaram. Aquilo lhe trazia paz e conforto.

- Você está se sentindo mal não está?

- Mais ou menos, é só uma sensação esquisita, Izzy. É como se algo estivesse errado, como se tudo estivesse errado. Como ela pode falar tão calmamente sobre os Feiticeiros de Lilith? Como se nós fossemos os vilões. - A voz de Alec era baixa, como se não quisesse que Jace os ouvisse. E não queria, sabia que o parabatai iria apenas rir, dizendo que era besteira. O heroísmo de Jace muitas vezes se misturava com a sua arrogância e orgulho e era praticamente impossível de se ter uma conversa civilizada. - Como pode você estar calma com tudo isso, depois de tudo que ouviu da Tessa?

- Eu estou sentindo a mesma coisa que você, Alec. Pode ter certeza, até Jace deve ter sentido alguma coisa, ele só é orgulhoso demais para sequer admitir algo assim. Não é algo que a gente ouve todos os dias, pode ter certeza. Porém existe uma diferença entre nós dois, Alec.

- Que por acaso seria qual?

A mais nova ficou em silêncio por alguns segundos, Isabelle não era alguém que media as palavras, mas naquele momento parecia ser exatamente o que fazia.

- Você acredita no bem da Clave, você é bom Alec. Você acredita no bem dos outros, você acredita que agora consegue mudar a Clave. Que, mesmo que ela seja impura, você quer acreditar que consegue purificá-la. - Deu uma risada baixa, apertando forte a mão do irmão. - Você nasceu para fazer grandes coisas, Alec, dentro e fora do Instituto. Disso eu tenho a absoluta certeza.