Tico e Teco

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{2031}

POV LUIZA:

Finalizei hoje a compra da escola de dança onde praticamente cresci, quando soube que eles colocariam à venda quase tive um troço de medo deles acabarem fazendo outra coisa no espaço, Valentina foi a maior incentivadora da ideia de comprarmos a escola. No fim eu acabei até ganhando um desconto da antiga dona assim que ela se lembrou de mim correndo por aqueles corredores.
Nossa vida tem se mostrado bem mais tranquila do que eu um dia pude imaginar, a Valentina foi destaque no estúdio por quase sete meses seguidos, se continuar assim, logo logo teremos que abrir o próprio estúdio dela, palavras do chefe dela, não minhas. Meu trabalho também tem nos ajudado muito, trabalhar em casa me permitiu cuidar do Léo sem a ajuda de terceiros até que ele completasse a idade de começar a frequentar a escola, ele ainda não é obrigado a ir, mas Valentina e eu concordamos que ele precisava ter contato com outras crianças, desde que ele começou tem misturado bastante as línguas, então quando eu não sou chamada de "Lu", ele me chama de mamãe, e Valentina quando não é chamada de "Amô" é chamada de mommy.

- Amô, eu não quero tomar banho, quero falar com a tia Duda. -- Diz manhoso enquanto corre pelado pela casa com Valentina correndo atrás.

- Garoto! Eu sou o amor da sua mãe, pra você eu sou mommy. -- Tenta alcançar o vulto branco que se esconde atrás de mim tentando aparecer na chamada de vídeo. -- Primeiro banho, depois tia Duda, Leonardo.

- Ooi tia Duda! -- Acena animado para a tela do celular.

- Tia Duda coisa nenhuma, vocês tratem de ensinar esse menino a me chamar de dinda. -- Minha amiga esbraveja.

No fim das contas Duda e meu cunhado acabaram sendo mesmo os padrinhos de Léo, eles são as pessoas mais próximas da vida dessa criança mesmo estando em outro país.

- Amiga, ele tá chamando até a gente por outros nomes, o que te faz achar que a gente tem algum controle pela forma que ele chama as pessoas? -- Brinco.

Puxo meu filho para meu colo ainda pelado e se desvencilhando das mãos ágeis da minha esposa. Ele da gargalhadas assim que eu e Valentina nos juntamos em uma sessão de cosquinhas, se contorce em meu colo gritando por socorro para minha amiga.

- Dinda Duda, me ajuda! -- Grita.

- Agora eu sou dinda né... -- Minha amiga da risada da forma que meu filho usa todas as armas que consegue sempre que lhe convém.

- Ta vendo aí, Duda. Esse garoto não presta não, é um tratantezinho. -- Valentina ainda cutucando as costelas de Léo.

- Eu não sou "tarantezino". -- Léo nos arrancando ainda mais gargalhadas.

- Você é sim! -- Enfio o rosto em seu pescoço passando os dentres de leve na pele da área lhe causando mais cosquinhas.

Valentina finalmente consegue pegar o pequeno no colo e caminha apressada rumo ao banheiro com ele se debatendo.

- Eu e o Igor finalmente decidimos. -- Seu rosto toma uma forma mais séria aos poucos. -- Vamos mesmo adotar.

- Sério? Aí que incrível amiga! Vão pegar um bebê?

- Não, não. Estamos querendo pegar uma menina, Aninha. Ela tem um ano e pouco a mais que o Léo.

- Você já conheceram ela?

- Já fizemos algumas visitas sim. -- Sorri. -- Ela é perfeita, nós dois sentimos que era ela no minuto em que batemos o olho.

- E o que é que está faltando pra trazer ela pra casa?

- É um processo demorado, amiga. Por enquanto ainda estamos nos aproximando aos poucos, visitamos ela, levamos para passear com a gente as vezes... -- Olha para os lados como se quisesse confirmar que está sozinha. -- Nós queremos nos casar antes de trazer ela pra casa, mas não vai ser nada grande. Zero clima pra festa depois que descobriram o câncer da Catarina.

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