As vozes da minha cabeça

Capítulo 14

Oi, gente, mais um capítulo para vocês.
Esperem que gostem, boa leitura.

XXX

Naquele dia, eu corri para a ponte. Subi na borda e me permiti cair...

A chuva caiu no exato momento em que Jinx foi retirada da água a força. A dor era lancinante. A visão de Jinx ficou embaçada, e a audição, comprometida.

-JINX!!!

Jinx sentiu mãos frias passando pelo corpo dela a sacudindo e analisando seu corpo. Nesse momento, Jinx recobrou a plena atenção. Apesar de estar imobilizada pela dor em seu corpo, ela se esforçou para abrir os olhos, se deparando com a namorada de sua irmã.

Caitlyn? O que ela tá fazendo aqui?

-Fica comigo Jinx! Só mais um pouquinho. A Vi e a ajuda estão a caminho. Fica acordada.

Ela sentia as pálpebras pesadas. Naquele momento, tudo o que Jinx conseguia ver era o rosto de caitlyn iluminando pela lâmpada de um poste, um brilho contra a escuridão da noite. Ela permanecia imóvel, incapaz de piscar ou desviar o olhar. Era estranho, mas a paralisia não a incomodava. As lágrimas rolaram pelo rosto e gotejaram silenciosamente no chão. O pior tinha passado. A dor desaparecera.

Jinx não mais sentia aquela dor, nem parecia desesperada. Finalmente, se sentia em paz. Não sentia mais aquele sensação de ser um atraso. Ela não sentia que era o azar na vida da irmã. Ela não seria uma problema pra mais ninguém. A ausência dela era o que todos precisavam.

Desculpa, Vi.

No chão, com o corpo sendo apoiado e abraçado pela mulher alta de cabelos ricos que acabara de conhecer, ela encarava o céu nublado sentindo a chuva tocar seu rosto. A claridade da cidade distante, com sua luz brilhante orientando as pessoas perdidas na noite, era tudo que ela percebia e tudo que ela queria. Era vida, e Jinx se agarrou à sua imagem oscilante.

Ao longe, uma sirene ecoou na noite, baixinha no início, e depois, mais alta. A ajuda estava chegando, embora ela soubesse que era muito tarde. No entanto, Jinx saudou a sirene e o auxílio que traria. Não era mais para si que ela esperava a ajuda.

- Espera aí! Kiramman!

Desacelero o skate e olho para trás. Seraphine.

- Só vi sua mensagem hoje de manhã. Desculpa... - digo.

- Achei mesmo que você deveria estar enfiado na lição de casa ou em algum canto com o Ekko. - Seraphine vem para o meu lado e arregala os olhos quando vê meu rosto. - Que porra é essa? Você é a pessoa mais estabanada que eu já vi. O que você fez na sua cabeça dessa vez?

Forço uma risada.

- Ah, sabe como é...

Seraphine parece convencida e fica quieta. Como sempre. Ela revira os olhos e fala:

- Passei perto da ponte e nem sinal de você ou do Ekko. Estudou muito?

Eu desci do skate e andamos em direção à entrada da escola quando vejo Lux de longe. Sei que é ela por causa do loiro brilhoso que o borrão tem e que está vindo em nossa direção pela esquerda com passos largos.

- Só estou correndo atrás do prejuízo com a lição de casa -Digo com um sorriso se formando no meu rosto. E Mylo aparece logo atrás de mim.

-Olha de quem já tá com um sorrisinho no rosto, claggor

-Aí eu shippo! -Claggor diz fazendo um coração com as mãos.

Acho que seraphine percebeu que eu não estava prestando atenção em qualquer baboseira que ela estava falando e olhou na mesma direção que eu estava olhando.

- Meu Deus, a protegida do diretor tá vindo na nossa direção, ela deve estar com pressa - fala Seraphine- Vc já conhece ela?

-Oi, gente - diz Lux, ofegante.

Seraphine balança a cabeça na direção dela.

- E aí?

Mas Lux está com os olhos fixos em mim.

- Desculpa não ter respondido. Só vi suas mensagens agora de manhã - digo.

Seraphine começa a falar sem parar:

- Kiramman, como você deve saber, é uma fera sociável de respeito. Ela ignorou minhas mensagens também. Você não foi a única. Ela está muito ocupada estudando e caindo por aí. Certo, meu trabalho aqui está feito e ainda quero sair para te ver lá embaixo com o você é o Ekko. Vamos neste fim de semana? Nas Vielas? Lux, você pode ir com a gente.

Seraphine olha para mim.

- É, vamos combinar alguma coisa, sim - digo. Por que estou mentindo?

E, fácil assim, Seraphine já está a um quarteirão de distância. Ela corre com a mesma rapidez com que meus órgãos internos parecem estar se revirando.

Lux demonstra um olhar de preocupação. Ela toca meu ombro, mas eu me afasto.

- O que você fez na cabeça? - pergunta ela.

- Nada. Só... - Abano a mão como sinal para ela deixar para lá- É normal eu me estabanar no chão quase toda hora.

- Não é melhor ir ao médico?

-Foi um corte de nada. Não precisa se preocupar. -Estranhamente me senti mal por mentir pra ela, mas já virou instintivo para mim -E parece que alguém aderiu o meu conselho Kakakakakakaka

- Estou falando disso de você ficar caindo. Acontece muito? Talvez seja melhor procurar ajuda...

- Não acho que tem médico que trate uma péssima coordenação motora. Ei, qual foi a da vontade repentina de sorvete ontem à noite? - Estou tentando mudar de assunto.

- Vamos hoje à noite? Na Bugle's? Uma lanchonete aqui perto. Melhor de toda a cidade. Acho que essa é a última semana que ela vai ficar aberta até tarde, pelos horários do verão. É de lei.

Bugle's é onde todo mundo da cidade vai para tomar sorvete. É a melhor sorveteria, e não só porque é da nossa cidade. Aqui quase não tem nada bom, que dirá o melhor.
Quando eu for embora de Piltover, a Bugle's é um dos três lugares de que vou sentir falta de verdade. Os outros dois são o Playgroud e o armazém.

- Vou ver o que consigo fazer...- Digo fazendo uma cara pensativa -Pego você na esquina?

- Eu mando mensagem.

Eu prefiro que quando encontrar meus amigos, o ponto de encontro nunca seja na minha casa. Nem mesmo na porta. É uma regra implícita que todos os meus amigos conhecem. Em todos esses anos - com qualquer um, na verdade -, ninguém nunca foi à minha casa mais do que algumas vezes, e ninguém nunca chegou a sequer entrar. Só Seraphine, uma vez. Era verão e a porta da frente estava aberta porque estávamos com recorde nas temperaturas altas aquele ano, e nós não temos ar-condicionado. Ela chamou meu nome da soleira da porta, e minha irmã apareceu do nada e acabou a assustando -Ela me conta que achou que era um assaltante. Agora, ela sempre me espera do outro lado da rua e me manda mensagem quando está a um quarteirão de distância -Traumatizou a criança kakakakaka.

XXX
CAPÍTULO MEIO CURTO, MAS ESTOU TENTANDO VOLTAR A ESCREVER.
PARA OS CURIOSOS, NÃO ABANDONEI A MINHAS OUTRAS FANFICS, SÓ ESTOU COM UM BLOQUEIO CRIATIVO