The color of hell

6- É enlouquecedor

Desculpem a demora, me peguei em um bloqueio criativo.
Mas repitam comigo:
Melhor um capítulo pequeno, do que capitulo nenhum 🥲🥲
Brincadeira, amo vocês ❤️ espero que gostem. 

P.O.V Tom

Eu e meu irmão estamos no meu quarto sentados no chão. Estamos um de frente para o outro.
Meu coração palpita muito rápido e acelerado quando estou perto do Bill.
Sinto como se cada partícula do meu corpo me sufocasse a todo momento, é como se eu fosse morrer toda vez que chego perto dele.
Tenho tantas perguntas, não sei exatamente se são para o universo ou para mim mesmo.
-Ouviu?-Bill me tira dos meus pensamentos.
-Desculpa, não ouvi.
-Sempre assim. Quando é uma coisa do meu interesse você nunca ouve.-ele resmunga e eu dou uma rápida risadinha.-Nao tem graça, Tom. Isso é sério.
-Ta, o que é tão sério assim?
-Eu tô com uma dificuldade enorme em matemática.
-Ta falando com a pessoa errada. Sabe que eu sou péssimo em matemática.
-A gente pode estudar em casa juntos.
-Perto?!-engulo em seco e ele franze as sobrancelhas.
-Como assim?! Óbvio que é perto, Tom. Como que vamos estudar juntos longe?! Você tá estranho.
Apenas fecho minha boca porque eu realmente não sei o que falar depois dessa falha enorme.
-Certo e como vai seu namorico com o carinha que você não me diz quem é?!
-Nao existe namorico. Eu disse que não temos como dar certo.
-Voce desiste muito fácil do amor.
Olho profundamente nos seus olhos enquanto trago o cigarro em minha boca.
Alguns segundos que pareceram uma eternidade.
Passo a língua pelo piercing na minha boca e olho ligeiramente para a boca dele.
-Voce não faz ideia do quanto estou tentando me conter.
-Nao precisa se conter, Tom. Se joga.-ele fala pegando o cigarro da minha mão.
Observo ele levando o cigarro até sua boca e o tragando vagarosamente. Para mim, parece estar em câmera lenta.
-Ha apenas uma coisa que me impede de fazer isso.-falo em um fio de voz quase num sussurro, eu realmente estou prestes a realmente me jogar.
-Pois ignora essa coisa e vai.-ele fala enquanto solta a fumaça pela boca.
Ele falando assim parece ser muito fácil. Mal sabe ele.
-Cheguei.-Gustav interrompe a provável maior burrada que eu ia fazer na vida.
-Graças a Deus.-sussurro e confirmo que ninguém ouviu.
-O que estão fazendo além de estragarem seus pulmões?-Gustav pergunta enquanto se senta na minha cama.
-Nada demais. Eu estava pedindo ajuda dele em matemática.-Bill responde
-Perda de tempo pedir ajuda dele.
-Eu falei, mas ele não me escuta.
Bill apenas revira os olhos enquanto traga novamente o cigarro.

***×***

~Narradora~

Tom está em seu quarto fumando, como sempre. Seus pensamentos estão bem longe no horizonte.
Se os olhos de Bill pudessem enxergar o que se passa na mente do irmão, com certeza ele ficaria extremamente horrorizado.
Sua busca pela paz em sua mente estão o levando para lugares que dificilmente irá conseguir voltar.
Ele sente como se sempre estivesse falando consigo mesmo, como se ninguém pudesse ouvir. O que é um fato, mas para ele é torturante.
Engolir palavras têm sido um pesadelo. Engolir sentimentos têm sido a pior coisa ultimamente, mas a sua mente...
A sua mente não se cala por nem um segundo. É como se uma multidão gritasse em sua cabeça, várias coisas ao mesmo tempo.
Ele não consegue fazer se calarem e muito menos entender o que estão dizendo.
Ele simplesmente tenta ignorar, mas é surpreendido por gritos que seriam enlouquecedores se fossem fora de sua mente, o que não deixa de ser torturante.
Seu copo de uma bebida alcoólica qualquer está pela metade e ele se sente um pouco sonolento.
Suas mãos estão formigando e quando entende que está desmaiando já é tarde demais.
Ele consegue se pôr em pé mas seu corpo vai de encontro ao chão em segundos.
O barulho de sua cabeça no solo, em plena madrugada, acorda seus pais e seu irmão que vem desesperado em menos de um minuto até seu quarto.
-Toooommmm!-a voz de Bill ecoa por todo o quarto enquanto ele corre até o irmão.
-Meu Deus, o que houve?-a mãe deles entra no quarto acompanhada de seu marido.
-Eu não sei. Tom, fala comigo.-Bill já estava aos prantos enquanto segurava a mão do outro.-Precisa ir pro hospital!!!
-Calma, filho. Calma.-o pai dele tenta tirar ele de perto, falhando miseravelmente.
-Eu não saio de perto dele.-Bill fala em um tom sério mesmo em meio aos prantos.
Bill arranja forças nem sabe de onde e pega Tom no colo, saindo rapidamente dali.
Seus pais os acompanham até o carro e imediatamente partem para o hospital mais próximo.
Bill só conseguia chorar e falar repetidamente que tudo iria ficar bem, ele queria conseguir ao menos se convencer disso.
Ele está no banco se trás com seu irmão completamente em seu colo, como um bebê.
Ele o abraçava apertado e beijava sua testa a todo instante mesmo odiando o cheiro insuportável de álcool que exalava do mesmo.
A chegada ao hospital foi rápida e assim que sua mãe abriu a porta do banco de trás, Bill saiu com seu irmão sem nenhuma dificuldade e seguiu correndo até a entrada, onde acabou ficando sem forças.
Logo foi amparado por enfermeiros que o seguraram e tiraram seu irmão de seus braços.
-O que aconteceu?-um enfermeiro pergunta.
-Eu acho que ele bebeu demais e desmaiou. Ele bateu a cabeça forte.-Bill falou rapidamente.
Instantaneamente olharam para os pais de Tom quando ouviram que ele havia bebido, mas nada disseram no momento.
Correram com Tom para dentro da sala de emergência e Bill tentou acompanhar mas foi barrado por um dos enfermeiros.
-Espere aqui por favor.-ele pede educadamente.
Bill se senta em uma cadeira com seus pais e é consolado pelo abraço de sua mãe.
-Por que não me contou que ele estava assim?-seu pai pergunta e Bill desaba em lágrimas novamente.
Está sentindo a culpa cair em si.
-Nao é hora, Jorg!-sua mãe o repreende.
Bill só queria voltar no tempo e entrar no quarto de seu irmão tempo antes como havia sentido.
Ele havia tido um pesadelo com seu irmão e até pensou em ir dormir com ele, mas acabou desistindo da ideia porque lembrou que Tom havia pedido para ficar sozinho aquela noite.
Será se ele planejou isso?! Não, ele não faria isso. Pelo menos é o que ele acha.