12- Não pode acontecer nada

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P.O.V Narradora

Alguns dias se passaram desde aquele dia e Tom tem notado que seu irmão está diferente.

Ele tem estado muito calado, sonolento, exausto e isso está preocupando ele.

Nesse momento estão todos na sala conversando.

Bill está sentado no sofá e Tom não tira os olhos dele nem por um segundo.

-O que vocês acham da gente ir no parque de diversões?-Gustav pergunta

-Acho que pode ser bacana...-Bill fala meio sem vontade.

-Eu ouvi dizer que tem um brinquedo novo de queda livre. Eu quero muito ir. Você vai gostar, Tom.-Georg se anima.

-Ultimamente eu tenho estado cansado de adrenalina.-Tom suspira e desvia o olhar de seu irmão para olhar Gustav.-Mas isso vai ser muito divertido.

-Quando iremos?-Georg pergunta.

-Pode ser hoje a noite.-Bill comenta ligeiramente animado.

Tom o olha de relance e pode ver que seu irmão o olhava.

-Entao vamos pra casa, 19:00 horas a gente passa por aqui.-Gustav fala se levantando junto com Georg e logo se vão.

Bill se levanta do sofá e, após uma queda de pressão, uma tontura o faz sentar novamente no sofá.

Tom rapidamente vai para perto do irmão que o afasta com a mão enquanto fala:

-Nao toque em mim. Eu tenho nojo de você.

Tom engole em seco e apenas afirma com a cabeça e se afasta, mas em momento algum o deixa sozinho.

***×***

Ao cair da noite, eles já estão prontos para sair, mas Bill não parece bem.

-Eu acho que você deveria ir no médico.-Tom fala assim que segura seu irmão evitando que ele caísse no chão e o ponha no sofá.

-Eu preciso apenas que você me deixe em paz.-o tom de voz agressivo dele não causou nem cócegas no outro que a essa altura do campeonato já havia se acostumado com isso.

-Quer uma água?-Tom pergunta.

-Quero que vá para o inferno se possível.-um sorriso irônico brotou dos lábios de Bill e a leve fechadinha de mão dele fez o outro rir.

-Eu vou lá buscar e já volto.

Ele acredita mesmo que se levar na esportiva logo vai passar, pelo menos ele espera muito por isso.

-Ele passou mal de novo?-sua mãe pergunta assim que o mais velho atravessa a cozinha.

-Sim, mãe. Eu tô ficando muito preocupado com isso. Acho que deviam ir no hospital.-Tom suspira enquanto pega a água para seu irmão.

-E por que ele tá te tratando assim?

Um calafrio passa pelo corpo de Tom e um medo surge com a possibilidade dela desconfiar de algo.

-Nao sei. Acho que deve ser estresse por esse mal estar. Tem algo errado com ele, mãe. Eu sei que tem só não sei o que é.

Ela suspira e logo fala:

-Vou falar com o seu pai e hoje mesmo levaremos ele no hospital.

Enquanto isso, no sofá da sala...

Bill está imóvel e de olhos fechados, sua respiração está bem fraca e está balbuciando algo como:

-Nao quero morrer...

P.O.V Tom

O copo simplesmente cai da minha mão e eu saio correndo para perto de Bill assim que o vejo desmaiado.

-Mamae!!!!!-grito em plenos pulmões.

-Meu Deus! O que houve?-ela vem desesperada até mim.-Vamos agora.

Pego ele no colo e simplesmente parece que eu voei e atravessei paredes de tão rápido que cheguei no carro.

Entro com ele no banco de trás e é como se um filme passasse na minha cabeça...

A primeira queda dele quando criança que eu chorei junto porque achei que podia sentir tudo que ele sentia.

A primeira vez que ele se decepcionou e eu precisei dormir com ele por dias.

A primeira vez que ele deixou o cabelo crescer e parecia realmente uma mulher mas eu o apoiei com todo o meu ser.

A primeira vez que se vestiu de emo.

A primeira vez em que ele me deu um selinho quando éramos apenas crianças.

-Eu não posso te perder.-eu já chorava muito a essa altura.

Mamãe estava completamente concentrada na rua e parecia extremamente abalada e com medo.

Ao chegarmos no hospital, eu já desci correndo com ele no colo e a mamãe gritando para pegarem ele logo.

Logo um médico veio e verificou a pulsação dele e assim que ele pegou Bill do meu colo, saiu gritando:

-Reanimaçao!

Reanimação?! Isso significa que... Meu Deus.

Eu não consegui ver mais nada, o chão abaixo dos meus pés parecem ter faltado, mas foi a única coisa que meus joelhos sentiram assim que eu caí.

-Isso não está acontecendo.-eu repetia isso mais e mais enquanto sentia mamãe me abraçando.

Ela não dizia nada e está em completo choque.

-Ele não pode morrer, mamãe. Não pode. Se ele morrer eu vou junto...

-Nao diga isso, meu amor. Não diga. Não vai acontecer nada.

The color of hellOnde histórias criam vida. Descubra agora