8- Talvez assim eu pare de te amar

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E olha quem achou um tempo pra conseguir escrever pelo menos um pouquinho 🤡


P.O.V Tom

-O que você acha daquela menina ali?-sinto um arrepio que parece percorrer minha alma quando Bill sussurra isso perigosamente perto do meu ouvido.
-Que menina?-pergunto quase em um sussurro o que o faz se afastar e me olhar confuso por alguns segundos.
-Aquela loira.-ele aponta discretamente para uma moça sentada algumas fileiras mais embaixo.
-Ah, ela é bonita mas nada demais.-dou de ombros
-Voce não pode ficar assim se martirizando por alguém que não te quer. Precisa viver a vida.
O que ele disse parece ter me congelado por dentro e sem saber, ele simplesmente me despedaçou.
Engolindo a seco eu o olho com lágrimas nos olhos antes de dizer:
-Voce tem razão, por mais que eu o ame com todo o meu ser. Por mais que eu o deseje 25 horas por dia, porque 24 realmente não é o suficiente. Por mais que eu pense o tempo todo em seu cabelo, em seus olhos, em seu corpo. E não é só isso, eu não só o desejo fisicamente. É inteligente, esforçado, amoroso, gentil... simplesmente perfeito. Mas ele nunca vai sentir nada disso por mim. Pedir isso pra ele é como pedir para cometer um crime.
-Nao é crime amar, Tommy. Mas você precisa viver.-ele pega na minha mão e eu logo a puxo de volta.-Hei, não é de mim que você deve ter raiva.
-Nao. É de mim.-falo e me levanto-te espero lá fora.
Quando vou saindo sinto ele pegar em minha mão novamente e ele me segue de mãos dadas para fora da sala de cinema.
Eu já sabia que ele não ficaria lá sozinho não sei porque pensei que ficaria.
Seguimos de mãos dadas e em silêncio até um banco no meio do shopping onde nos sentamos.
Solto minha mão da dele e abaixo a cabeça com as mãos no rosto.
-Eu não sei mais o que fazer, Bill. Isso me martiriza de um jeito que não consigo controlar, sabe?!
-Acho que voce deveria começar a escrever o que sente.
Olho para ele com atenção.
-Sim. Isso pode te ajudar, sabe?! Colocar seus sentimentos em uma música por exemplo. Quem sabe eu posso cantar seus sentimentos.-ele sorri levemente tentando me animar.
Olho por alguns segundo para ele e acabo concordando com sua ideia.
-Preciso de um papel e uma caneta.-me levanto e estendo a mão para ele que a pega rapidamente se levantando também.
-É assim que se fala. Vamos para casa.- ele sorria totalmente empolgado.
É maravilhoso o ver assim sorrindo para o vento.

***×***

Quando chegamos em casa eu pedi para ele me deixar sozinho e consegui escrever um pouco. Agora ele está lendo.
-"A janela já não abre mais Aqui dentro está cheio de ti e vazio E à minha frente a última vela apaga-se … Ainda estou à espera da eternidade Finalmente chegou a hora Lá fora as nuvens negras se formam … Eu devo, através da monção Atrás do mundo Até o fim do tempo Até que a chuva já não caia Lutar contra a tempestade Ao lado do abismo E quando eu não conseguir mais Eu penso que Algum dia vamos correr juntos Através da monção E então vai estar tudo bem"- ele me olha boquiaberto.-Isso é lindo.-ele olha novamente para o papel.-Como pode voce sentir algo assim por uma pessoa que não está nem aí para você?
-Me faço a mesma pergunta todos os dias.-respondo e me deito na minha cama.-Sabe eu fico pensando em coisas que me deixam a ponto de me ajoelhar no chão e levantar as minhas mãos para os céus e suplicar para esse sentimento não existir mais. Eu não aguento mais sentir isso. Pelo menos pode render músicas.-pego o papel de sua mão e releio.-Vou terminar de escrever essa.
-Quer que eu saia?
Olho fixamente para os seus olhos. Metade do meu ser quer que ele saia, metade quer que ele fique.
-Pode ficar.-assim que eu respondo ele abre um sorriso enorme e me abraça, deitando do meu lado.
Acho que se eu for para o inferno minha tortura será essa...

The color of hellOnde histórias criam vida. Descubra agora