16- Se eu soubesse...

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Agora é o momento que vocês falam assim: oi sumida!!!

Eu tô viva gente. Superei 😌
Eu vi todos os comentários e todas as mensagens e ainda vou responder, tenham paciência comigo 🥺
Amo vocês, muito obrigada

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~Alguns dias depois~

P.O.V Tom

Bill estava entrando em seu quarto quando eu o seguro pelo braço.

-Voce não pode ter falado sério.-meus olhos enchem de lágrima ao ver ele suspirar e apenas assentir com a cabeça e falar baixo:

-Agora me solta por favor.-sua voz soou como um fio e eu solto ele antes de dizer:

-Eu não queria que fosse assim, Bill...

Ele olha para mim, enquanto retira a mecha de cabelo que caiu sobre seu olho.

-Acho que ninguém quer que seja, mas se não pudermos evitar isso....

-Nao quero que vá embora.-interrompo ele.

-Eu não sei o que fazer, Tom.-sua voz mantinha um tom calmo e parecia cansado de algo que eu realmente não compreendia.

Apenas olho mais um pouco para ele e saio dali o deixando só.

A verdade é que tudo aconteceu muito rápido. Em um momento estávamos felizes com a recém descoberta de amor e no outro momento ele não queria mais saber de mim.

O diagnóstico foi concluído e realmente ele tem Lúpus. A princípio ele agiu super bem à isso e estava tudo muito bem.

Só que uns dois dias depois ele começou a ficar depressivo e começou a me ignorar e falar coisas como: isso é muito errado, somos irmãos e não é como se eu não soubesse disso.

-Como ele tá?-Georg pergunta assim que me vê passando pela sala.

-Ele tá muito triste e eu não sei o que fazer mais.-respondo enquanto me sento no sofá ao seu lado.

-A gente tinha marcado de tocar no baile da escola, lembra?!

-Eu não esqueci disso, te garanto que ele também não, mas ele não tá bem.-coloco minhas mãos sobre o meu rosto na esperança de conseguir gritar, mas tudo que consigo é um suspiro bem alto.

-Ele precisa sair dessa.

-Acha que eu não sei?!-retiro as mãos do rosto e olho para ele novamente.-Eu fiz de tudo:  comida pra ele, coloquei filme que ele gosta, toquei pra ele, escrevi uma porcaria de musica, tentei levar ele pra sair e nada. Eu realmente tô desistindo.

-Ele me falou esses dias que queria ir morar com o pai...

-Ele me falou essa merda também. Olha se aquele cara tiver fazendo a cabeça dele eu juro que...

-Nao ameaça ele. Ele não tem nada a ver com isso e você sabe.-ouço a voz pouco rouca, mas brava, de Bill.

-Voce deve estar se achando super importante pra tá pensando que ele vai querer voce na casa dele.-me levanto e viro para ecara-lo.

-Voce acha que eu não sou importante pra ele?

-Acho! Se aquele cara quisesse a gente, teria ficado e criado como um verdadeiro pai. Não como um idiota de merda que só foi embora e não voltou mais. Agora tá aí você querendo ir atrás dele.

-Eu não fui atrás dele.

-Entao ele veio atrás de você?-pergunto, abaixando o tom de voz.

Senti o gosto amargo da decepçao assim que Bill balançou a cabeça positivamente.

-Aparentemente quem não é importante aqui é você, não eu.-ele fala e simplesmente se volta em direção ao quarto novamente.-Se eu fosse você, procuraria saber direito antes de falar qualquer coisa.

-Saber o que direito, Bill?

-Pergunte a ele.-ele fala me olhando rapidamente sobre os seus ombros e se vai.

Olho para Georg e ele me olhava com os olhos meio atordoados de como quem diz: eu só quero ir pra casa.

-O que eu faço?-pergunto me jogando novamente ao seu lado.

-Voce pergunta pra mim?!-ele fala incrédulo

-Acho que foi mais retórico do que uma pergunta de verdade.

-Bom que seja porque eu não faço ideia do que fazer.

-Eu só queria que acabasse logo esse pesadelo.

-Creio que ele também...

-Mas é ele quem tá fazendo inferno.

-Sao vocês dois, né?! Ele acabou de descobrir uma condição que vai pro resto da vida dele e talvez estejam se passando mil e uma coisas na cabeça dele e acho que você deveria conversar.

-Conversar com uma porta dá mais resultado que conversar com ele, isso eu te garanto.

-Talvez você precise ouvir ele antes de falar. Agora eu preciso ir.-ele se levanta.

-Ta bom a gente se vê amanhã na escola.

Nos despedimos e ele vai embora.

***×***

Já estava anoitecendo quando ouço alguém bater na porta do meu quarto e chamar meu nome baixinho:

-Tommy!-rapidamente reconheço a voz de Bill e me levanto, abrindo a porta em seguida.

Olho em seus olhos distantes e apenas dou espaço pra ele entrar.

Ele vai direto pra minha cama e se senta na beirada.

Respiro fundo algumas vezes antes de fechar a porta atrás de mim, seguindo até ele e me sentando ao seu lado.

-Eu preciso ser sincero com você.- ele fala bem baixo e levanta o olhar para me olhar nos olhos.-Eu não sei o que fazer, isso tá acabando comigo. Sinto que tô morrendo aos poucos e ninguém pode me salvar.

-Voce só não tá deixando eu chegar perto de...

-Voce só me culpa o tempo todo.-ele me corta.-Nao percebe o quão mal está me fazendo.

Aquilo me atingiu como uma faca afiada, preferia ter levado um tiro.

-Como?!

-Voce precisa se perguntar isso, não tem que perguntar pra mim. É pra você.

Ele me olha alguns segundos e beija na minha bochecha.

Por alguns milésimos eu pude sentir a sua respiração perto o suficiente de mim e por um instante pensei em agarrar ele, mas não o fiz.

Apenas observei ele ir pra fora do meu quarto e fechar a porta.

The color of hellOnde histórias criam vida. Descubra agora