Capítulo 8

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John Collins

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John Collins

Fecho o livro que está sobre a mesa à minha frente e organizo minhas anotações dentro da pasta também sobre a mesa, e então me espreguiço demoradamente. Não sei quanto tempo se passou desde que sentei a pequena mesa sob a janela em meu quarto na faculdade para fazer um trabalho, mas calculo que tenha sido muito, visto que quando comecei ainda estava no meio da tarde, agora o sol já está fazendo seu espetáculo no horizonte, saindo de mansinho para a chegada da noite.

Embora o trabalho tenha consumido praticamente todo meu sábado, estou aliviado por tê-lo concluído, mesmo que o prazo de entrega ainda esteja longe, não gosto de deixar para última hora. Minha mente voltou para os anos no colégio, e pude visualizar Grace resmungando que eu nunca sentiria a adrenalina de fazer um trabalho um dia antes de entregá-lo. Então eu ri com a lembrança.

Me recostando na cadeira soltei um suspiro. A saudade de casa apertando meu peito. A saudade de Grace Bennett esmagando-o. Eu não havia voltado para casa nas festas de fim de ano, e provavelmente não retornaria nas férias de verão. Queria aproveitar para fazer algumas pesquisas, conforme a tecnologia avançava, eu queria descobrir mais e mais sobre ela. Como iria suportar a saudade? Só Deus sabia.

Quase um ano longe de casa. Eu já havia me acostumado à rotina. Pela manhã eu sempre tinha aulas, algumas tardes eu tinha algum tempo livre, mas quase sempre os usava para adiantar trabalhos e fazer pesquisas. Aos finais de semana eu costumava dedicar mais tempo à minha vida espiritual. Um dos meus colegas de quarto também era cristão, então íamos à igreja e às vezes fazíamos alguns estudos bíblicos juntos. Algumas vezes, saíamos com os outros dois rapazes para assistir aos jogos de basquete e futebol.

A essa altura eu já os conhecia bem. Adam eu já considerava como amigo, tínhamos as mesmas crenças e seguíamos os mesmos princípios, nos dávamos bem desde o primeiro dia. Alex, era o asiático, era sistemático e teimoso, o que me irritava às vezes, queria sempre explicar tudo através de teorias, e às vezes fazia tantos questionamentos sobre a minha fé, que me deixava exausto e me fazia duvidar de que eu realmente a tinha, ou se era certo eu ter, mas pela graça de Deus, eu sempre era lembrado da verdade. George era o mais bagunceiro de todos, e todas as nossas discussões se dava por esse fato. Eu não podia dizer que ele não era um bom rapaz, ele me ajudava muito com as barreiras que eu encontrava pelo campus e me defendia da discriminação, mesmo que ele fosse tão alvo dela quanto eu. Seu defeito era ser debochado em relação a praticamente tudo, no início ele ria e fazia muitas piadas com Adam e eu devido nossa crença em Deus, mas com o passar do tempo ele foi maneirando, e eu orava muito para que ele viesse a provar do amor de Deus. Era tão perceptível que o coração dele havia sido muito machucado até ali, embora ele disfarçasse bem com seu humor elevado.

Era inevitável trocarmos algumas farpas, mas era bom sermos quatro, porque um sempre estava menos envolvido e conseguia apaziguar a situação entre os outros.

Quanto a minha vida fora do campus, sempre tinha desafios com os quais lidar, como acontece com todos, eu acho. Tinha as barreiras físicas, que sinceramente, eram as que menos me incomodavam. Quanto ao social, uma parcela dos alunos não se importava com ninguém mais além de si próprios. Outra parte gostava de zombar dos que eram aparentemente diferentes, mas tão logo se cansavam eles paravam, até achar outra pessoa para pegar no pé. E a grande maioria estava apenas focada nos estudos, e não fazia distinção entre os colegas. Também havia os professores, alguns queriam facilitar as coisas por achar que eu não era capaz. Outros queriam dificultar, talvez para que eu desistisse mais rápido. E havia os que agiam de forma normal.

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