A Chantagista

Capítulo 6

"Por detrás da máscara de gelo que as pessoas usam, existe um coração de fogo."
Paulo Coelho

Resolvi sair um pouco do apartamento para respirar ar puro. Depois que eu fui buscar a minha moto, passei no mercado e comprei algumas coisas de comer para alguns dias enquanto fico no apartamento.

Agora estou do lado de fora do prédio, sentada na praça observando as crianças brincarem na rua enquanto procuro mais pistas nas redes sociais sobre os Brianchi.

Dou um pulo quando o som do meu celular alcança os meus ouvidos. O atendo no terceiro toque. Afasto o celular do ouvido em questão de segundos para ver qual é o nome escrito. Jane

- Oi! - Digo tentando soar mais animada do que da última vez que nos falamos.

- Oi, como você está? - Ela parece animada.

- Bem, e você?

- Estou bem. Tenho novidades. - Fico em silêncio esperando que ela continue - Falei com o Joseph.

Faço uma linha reta com a boca.

- E? - Pergunto quando ela também decide ficar quieta.

- Ele não surtou. - Solto o ar.

- Isso é possível? - Rio tentando disfarçar o nervosismo.

- Parece que sim. - Ela ri, em seguida respira fundo. - Ele disse que vai ver um caso para eu fazer. Se eu conseguir, estou livre.

Meu único medo é de o caso ser algo impossível. Janine é ótima lutando, tem uma mira muito boa também, caso contrário não seria uma garota troféu.

As garotas troféu é o termo usado dentro da LS para as duas mulheres, as melhores, que ficam designadas para serem tipo uma guarda-costas do chefe, no caso o Joseph. Então é claro que não duvido do potencial dela, mas ainda assim fico preocupada.

- Isso é bom. - Tento parecer positiva.

- É, é sim. - Não consigo vê-la, mas aposto que ela está sorrindo.

- Não estou dizendo que você não consegue, mas se você precisar de ajuda em alguma coisa, não hesite em me ligar.

- Tudo bem. E como estão as coisas aí em Chicago?

Ficamos cerca de 20 minutos nos falando. Atualizo ela sobre tudo, conto sobre os lugares e comento que na noite anterior eu jantei com o filho do meu alvo e que possivelmente termino o que vim fazer aqui no sábado. Ela me atualiza das coisas em Sicília, de novos integrantes na LS e sobre o seu noivado, comenta que estão querendo se casar no final do ano que vem.

Depois de um tempo após termos encerrado a ligação, me levanto do banco e ando em direção ao prédio. Quando já estou na frente do edifício sinto uma sensação estranha de ter alguém me observando. Antes que eu possa virar para trás, sinto uma mão no meu ombro.

Sem pensar duas vezes, pego a mão do indivíduo, passo por cima da minha cabeça e giro o meu corpo para trás do corpo da pessoa, fazendo o braço dela ficar dobrado em suas costas.

Assim que escuto um grito de dor da pessoa e percebo quem é a pessoa, solto o seu braço rapidamente. Lory está curvada para frente e tenta se levantar assim que solto o seu braço.

- Porra, Lory! Quase que eu quebro o seu braço.

- Pois é! Quem deveria estar brava aqui sou eu. - Ela diz com uma careta enquanto estica o braço.

- Você está bem?

- Doeu para caramba, mas estou. Acho que não quebrou. - Ela sacode o braço.

- Por que você não me chamou?