01 - Estrelas.

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Lalisa colocava todos seus gizes de cera em uma fila, do mais escuro ao mais claro. Toda vez que um deles rolava os saía do lugar, começava tudo de novo.

— Lali...? — Sua mãe se aproximou da menina devagar — Já está na hora de ir para cama. Não quer ir dormir?

A mulher sorriu e segurou no braço da pequena.

Lalisa gritou e puxou seu braço. Balançou seu corpo para frente e para trás, fazendo barulhos repetitivos com a boca.

— Lalisa, olha aqui — Apontou para um grande relógio feito de EVA na parede em frente da mesa.

Nela tinha toda a rotina da garota, uma rotina que devia seguir todos os dias sem exceções.

Lisa continuou a colocar seus gizes enfileirados, nem olhou para a mulher. A mãe pegou um dos gizes finalmente chamando a atenção da garota, mas ela arregalou os olhos, gritou e bateu na mesa.

— Olha! — Encostou o giz no relógio, sabia que assim a filha olharia — Já são oito e meia, hora da Lalisa ir dormir.

— Oito e meia! — Gritou, dando tapas na mesa.

— Isso, oito e meia — Entregou o giz na mão da menor.

Lalisa raramente falava por si só. Geralmente apenas repetia o que ouvia. Sua primeira palavra foi aos sete anos quando viu um comercial de pasta de dente e repetiu a palavra "sorriso". Sua mãe ficou tão feliz em ouvir a filha falar.

— Vem com a mamãe agora?

A menor apertou seu giz contra o peito e levantou-se. Andou até o quarto. Deitou na cama e começou a estalar a língua no céu da
boca.

— Minha pequena, você tem que colocar o pijama antes de dormir.

A mais velha foi até a mesinha que tinha no quarto da menina e pegou um cartão que continha um desenho de uma menina
vestindo um pijama lilás.

Lalisa levantou e foi direto para seu armário. Pegou a farda do colégio e vestiu.

Sua mãe sorriu e foi ajudar a garota.

— Isso é o uniforme do Colégio, não é serve para dormir. — Apontou para um cartãozinho na porta do guarda-roupa.

Esses cartões eram espalhados por toda a casa para ajudar na rotina de Lisa.

Sua mãe tem todo esse cuidado desde os cinco anos de Lalisa, quando foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista)

Antes dessa notícia, a mulher achava que a garota era simplesmente mal educada e que precisava ser disciplinada. Não tinha paciência para os surtos (que achava que era uma simples birra), não levava a filha para shoppings nem mercados pois sabia que iria passar vergonha com a menina jogando os produtos no chão.

Quando o diagnóstico foi dito para a tailandesa mais velha, sentiu seu chão cair, não sabia o que faria dali para frente. Algumas vezes, tinha pensado em deixá-la em um lugar com pessoas de experiência para cuidar da sua querida filha mais nova. Mas não o fez.
Procurou ajuda com especialistas, aprendeu a lidar com a menina e agora está tudo bem.
Quase tudo.

Lalisa sofria bullying por ser autista. Alguns alunos esbarravam nela de propósito apenas para ver sua reação.

— Lali... Essa cama não é sua — Disse ao ver Lalisa deitar na cama de sua irmã mais velha — É a caminha da Nicha.

Minnie, Minnie, Minnie...Cadê Minnie?

Ela já deve estar chegando da faculdade, não se preocupe.

Continuou a repetir baixinho o apelido da irmã.

A porta da frente foi aberta fazendo Lalisa
sorrir, sua irmã havia chegado.

Nicha entrou no quarto e foi surpreendida com o grito animado da irmã.

— Oi, bebê! —Riu — Como foi seu dia, uh?

A morena sentou em sua cama e olhou para a mãe.

— Deixa que que eu fico com ela, mamãe. — A mais velha assentiu e desejou boa noite para as filhas.

A tailandesa trocou de roupa e sentou de volta na cama.

— Vamos dormir, uh? — Sorriu.

— Não.

Minnie riu.

— Não está cansada?

— Não.

Minnie deitou na cama, a tailandesa mais nova olhou para a janela do quarto e observou as estrelas no céu escuro.

— Estrelas! — Apontou — Gosto.

— Sim, bebê, elas são lindas como você.

Lindas como você.— Riu.

A maior sorriu e deu um beijo na bochecha da irmã.

Lalisa continuou a observar as bolinhas brilhantes no céu.

Nicha suspirou e andou para a janela e fechou as cortinas. Sabia que a irmã podia ficar horas observando as estrelas se não fizesse algo.

Lalisa gruniu e abriu as cortinas de volta.

— Bebê, não! Já são nove horas, você já deveria estar dormindo. — Fechou novamente.

A tailandesa mais nova esticou os braços para abrir novamente, mas sua irmã agarrou suas mãos.

Hyun arregalou os olhos e puxou suas mãos.
Se agachou e colocou as mãozinhas no rosto enquanto murmurava palavras desconexas.

Nicha ajoelhou-se na frente da mais nova, tentando convencê-la de ir dormir.

Quando conseguiu acalma-lá, sorriu e suspirou aliviada. Lalisa finalmente se deitou em sua cama e se cobriu dos pés até a cabeça.

— Boa noite, Lalisa!

Boa noite, Lalisa.

hey! faz algum tempo que lí esta história pela primeira vez já adaptada para o "casal" jenlisa, porém, a história foi excluída e eu nunca mais tive acesso a ela.

por esse motivo, decidi adapta-la novamente para puro entretenimento meu e de vocês já que a autora original ¡lululuwes! fez um trabalho incrível criando ela. além de que tenho certeza que os que leram a adaptação na época também gostaram bastante!

todos os créditos sempre serão destinados a autora original da obra, eu apenas faço a adaptação ok?

com amor, venus.

Crayons | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora