25 - Pipoca.

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Lalisa abriu os olhos, encarou o teto por alguns segundos. Virou de lado e passou a mão pelo rosto da irmã. Colocou uma mecha de cabelo para trás de sua orelha.

Suspirou aliviada ao ver que a maior ainda respirava e por ter acordado. Com a irmã viciada em cigarro, teve pesadelos com a morte da mesma. Coisa que ela não queria que acontecesse, ela a amava.

Apoiou seus cotovelos no travesseiro, dando a visão do criado-mudo, o despertador marcava cinco e quarenta. Exatos vinte minutos antes de tocar o barulho irritante. O cinzeiro logo do lado parecia ter mais tocos de cigarro.

Logo do lado, o maço se encontrava aberto, apenas com um cigarro sobrando.
Levantou da cama, e pegou o objeto em sua mão para ter certeza de que não estava ficando louca. E não estava.

Provavelmente Minnie não dormiu no horário certo. Não dormiu quando disse que dormiria.

Sentiu seus olhos ficarem marejados. Sua irmã era uma mentirosa.

Jogou-se no chão próximo a cama da irmã e puxou sua blusa.

— Mentirosa! — Gritou angustiada.

Nicha acordou em um susto. Olhou para a menor confusa. Puxou-a para cama e à abraçou.

— Mentirosa, mentirosa, mentirosa, mentirosa!

A tailandesa mais velha arregalou os olhos, totalmente perdida. Abriu fechou a boca várias vezes, tentando falar algo. Apertou a caçula em seus braços.

— Eu... Nunca menti pra você, Lisa. Nunca nunquinha! — Tentava fazer com que a irmã parasse de gritar.

Lalisa empurrou-a e se jogou na cama. Se encolheu e abraçou suas pernas.

— Lali... Você deve ter tido um pesadelo, só isso. Eu nã-

— Mentirosa!

Minnie mordeu os lábios e suapirou
pesado. Tentou tocar na garota, mas foi respondida com um chute.

— Ok, ok, sem tocar! — Levantou as mãos para o alto.

Deitou ao lado da mais nova, observando os movimentos repetitivos que ela fazia. A colcha da cama estava molhada pelas lágrimas de Liaa. Vê-la daquela forma, partia o coração de Nicha em mil pedacinhos.

Tentou várias vezes tocar na irmã, mas todas as vezes só piorava. Decidiu esperar até que a menor se acalmasse um pouco.

Esperou cinco, dez, quinze minutos, mas Lalisa continuava a gritar.

À carregou no colo, ignorando qualquer tipo de agressão vindo da irmã, e colocou-a dentro do box.

— Lali, fica quietinha — Diasw, impedindo-a de sair do banheiro. — Fica aí, vai...

Ligou o chuveiro, ficando debaixo dele também. Abraçou a tailandesa e beijou sua
testa.

— Eu te amo... Nunca iria mentir pra você . Juro de coração.

— M-mentirosa... — Disse com dificuldade devido aos soluços contínuos.

Ficou fazendo carinho nos cabelos molhados.

Pensou em todas suas ações no dia anterior.

Não lembrava de ter feito algo que à deixasse daquela forma - fora fumar, claro.

Levou-a de volta para o quarto e trocou suas roupas.

— Lalisa, tem certeza que você não quer colocar sua farda logo? Faltam dois minutos pro despertador tocar.

Ela ia dizer "não", mas não conseguiu. Só conseguia pelo choro - apesar de não estar tão intenso quanto antes.

— Vamos comer, hm?

Crayons | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora