Canalha

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VITOR 

Alejandro me falou, que os hematomas que a Naly tinha não tinha sido feito por nenhuma batida em quina de mesa, ele falou que para ter ficado daquele jeito ela tinha que ter batido várias e várias vezes na quina da mesa. 

— Então você tá querendo me dizer que bateram nela é isso? — marquei de encontrar Alejandro na minha casa que era mais confiável, já que estávamos tratando de um assunto delicado.

Ainda mais quando esse assunto se trata da minha irmã. 

— Não vou mentir pra você Vitor mas... aonde já se viu, você bater na quina da mesa e ficar com um hematoma daquele tamanho? No máximo você fica com um vermelho e um pouco de dor, mas aquilo? Não. Não aquilo era grande demais, para ser feito em quina de mesa.

Não posso acreditar nisso. Eu estava certo

— O que você acha que pode ter feito isso nela? — queria uma opinião que fosse sincera, até por que ele é médico ele sabe das coisas.

— Olha... pelo jeito que estava, posso deduzir que foi algo fino e bem possível ser de ferro. Não sei dizer o que foi! Mas posso dizer que o golpe foi dado várias vezes.

— Canalha. Sabia que ele estava batendo nela. Sabia que ele estava maltratando minha irmã. — A raiva que eu estava sentindo dele estava crescendo cada vez mais dentro de mim. Como meu pai pode deixar ela casa com alguém que nem conhecia? Culpa dele! — Eu não acredito que meu pai pode permitir isso.

— Seu pai sabe que ele anda espancando ela? 

— Não sei. Acho que não. Mas foi ele que permitiu esse casamento.

— Você vai falar para ele sobre isso? Por que... isso é caso de polícia! Tanto que... — ele parou de falar.

— Tanto quê? — insiste para que continuasse, mas ele não falou. — Fala Alejandro. Tanto que o que?

— Ela me pediu para não falar nada. 

— Ela? — eu estava confuso. — Ela quem?

-— Sua irmã. Quando eu estava vendo o hematoma eu sabia que não tinha sido uma mesa, e sim... por alguém, eu só não podia falar. — estava mais confuso ainda.

— Mas... eu estava do lado dela e ela não falou nada? Como ela pode ter falado para você sem que eu ouvisse?

— Pelo olhar Vitor. — ele levantou uma sobrancelha. — Havia súplica neles. E medo. Eu sou médico e já vi essa expressão no rosto de muitas das minhas pacientes.

Esfreguei o rosto.

— Por que ela não me contou? Sério? Eu queria que ela me contasse? — ela podia ter me contado eu tinha ajudado ela...

— Acho que ela não contou por medo. Muitas delas que passam por isso tem medo que aconteça algo por conta. — ele esfregou as mão. — Muitas vezes essa ideia acaba dando errado e... bom você já sabe.

— Tenho que achar um jeito de provar, que ela anda batendo nela. Eu tenho que fazer alguma coisa, eu não quero que ela sofra nas mãos daquele... daquele... — eu não consegui terminar a frase.

Eu tinha que provar que ela estava sendo maltratada naquela casa, tinha que achar um jeito de mostrar o que a ideia do meu pai causou na vida dela.

Eu vou provar que ele não presta e que além de tudo agride a minha irmã.

Quero ver a cara do Antônio quando eu contar que o filho dele bate na minha irmã. Mostrando provas, vou dar isso a ele. 

O Marcos vai pagar por tudo. Ah se vai. Vou fazer de tudo para tirar minha irmã dele, da casa dele. Ela vai vir morar comigo por que na casa do meu pai ela não volta. Ele permitiu isso, ele permitiu que ela sofresse nas mãos dele. Eu não vou perdoar meu pai se algo pior acontecer com ela.

......

Faltavam apenas dois dias para o jantar na casa dos meus pais, e eu já estava meio nervoso por conta dos últimos dias. Andei pensando em como eu ia provar que o Marcos batia na minha irmã, fora isso ainda tinha as reuniões e as conversas com alguns investidores, e eu ainda estava tentando ver as coisas para o meu aniversário. Ana já tinha me ajudado com o salão e a decoração, mas eu queria um tema, só que a Naly ainda não tinha me falado nada sobre isso.

Eu até liguei para ela, para saber como estava as coisas, mas ela não quis falar muito, falou que estava com algumas coisas para resolver e desligou na minha cara. Eu achei estranho, mas sabia que ele estava por perto para ela ter agido dessa maneira.

E só de pensar que ele podia ter falado ou feito algo, já me subia a raiva.

Como a Naly não quis falar muito, acabei ligando para o telefone fixo da casa e quem me atendeu foi a Megan, a faxineira, perguntei da Naly, e ela falou que a Naly tinha acabado de sair para ir comprar um vestido. Megan falou que o Marcos tinha levado ela e depois ia para empresa, receber um investidor, era algo de um grande negócio.

Não liguei muito para isso, e perguntei se ela estava sozinha no shopping e a Megan falou que sim, mas o motorista estaria esperando a ligação dela para buscá-la. 

Como Naly estava bem, não me preocupei muito, mas pedi para Megan, falar para Naly que eu queria falar com ela, Megan falou que passaria o recado. Ela foi educada.

Como eu tinha bastante tempo sem esquentar a cabeça, pensei em fazer uma visita à empresa do meu "cunhado", só para saber como ele está. E era exatamente isso que eu ia fazer visitá-lo. 

Arrumei as coisas e saí da empresa para vê-lo. Quando cheguei na frente da empresa dele estacionei o carro e entrei, a recepcionista não queria me deixar subir, mas um rapaz alto moreno apareceu e disse que eu era cunhado do Marcos e que eu podia subir.

Ele me falou o andar que ficava o escritório do Marcos e eu fui. Ele disse que não tinha erro, era só sair do elevador e pegar a direita ia ter 4 portas e uma sala de vidro, ela falou que a sala do Marcos era a última, mas antes eu tinha que falar com a secretária dele para avisar que eu estava ali.

Quando cheguei no andar peguei a direita, mas não vi a secretária dele quando passei pela porta dela, a sala estava vazia e a porta estava aberta entrei na sala e percebi que a sala da minha secretária é maior que essa.

Dei uma olhada em volta mas nada muito chamativo. Bom... Ela não estava ali, talvez tivesse ido ao banheiro, então esperei um pouco mas nada dela aparecer resolvi sair dali e ir até a sala dele.

Passei pela sala de vidro e bem antes de eu chegar perto da porta da sala dele, eu vejo ela saindo pela porta arrumando as roupas, achei estranho. Ela estava com a roupa um pouco amassada e o cabelo um pouco bagunçado. 

Eu estava parado no corredor a olhando, até que ela me viu e ficou pálida com olhos arregalados. Ela ficou parada ali sem sair do lugar parecia até ter visto um fantasma.

— Oi, sou Vitor Belfort! Sou cunhado do Marcos ele está? — ela parecia uma folha de papel de tão branca que fico quando perguntei do Marcos.

— Ah...Ah... — ela começou a gaguejar. — Ele... Ele...

— Ele? — insisti.

— Ele está sim... — ela estava estranha, ou era coisa da minha cabeça? — V-vou avisa que você está aqui. — ela se virou e entrou na sala de novo.

Ela estava na sala dele esse tempo todo, e saiu daquela forma? Minha cabeça acha uma coisa, mas não podia ser verdade isso, ou podia? 

Ela voltou e falou que eu podia entrar, quando ela passou por mim ela baixou a cabeça e foi para sala dela. Foi direto para a sala dele e quando entrei minhas suspeitas aumentaram, ele estava com a roupa amassada e um pouco suado, e não estava quente ali. 

Ele estava vermelho, e parecia nervoso mas de outro jeito.

Como Me Apaixonei Por Você. [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora