E quer casar com quem?

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MARCOS 

Quando cheguei em casa, fui tomar um banho, meu dia tinha sido um saco. Não estava aguentando mais...

Depois da visita do meu pai, só ladeira abaixo o meu dia. Meu pai tinha o poder de tornar meus dias mais calmos, agitados e estressantes, tudo ao mesmo tempo. E como já não estava tão bem assim... ficou ainda pior.

Agora eu ia ter que me casar, com uma mulher que eu nem amava. Mas lembrei... que foi assim com a Naly no começo, eu não a amava, e agora que eu a tinha perdido, e a falta dela, estava me consumindo.

Eu queria ela aqui comigo. Mesmo que não nos falássemos muito, eu pensava nela, quando ela passou a mudar comigo, e ficar mais fria e nem se importar com o que eu fazia, foi aí que passei a pensar mais nela.

Quando eu vi ela toda arrumada, para sair com a Ana... não sei, mas passei a pensar mais nela. Aquele olhar frio, que ela me lançou naquele dia... não sei? Mexeu comigo de uma forma... que eu não sei explicar.

O dia que peguei na mão dela, foi... foi como se tivesse despertado algo em mim. Algo que estava adormecido, há muito tempo. Eu estava sentindo falta disso... falta dela.

Eu estava deitado na cama olhando para o teto, sem conseguir dormir, eu tinha apagado a luz para ver se dormia mais rápido. Mas não ajudo. Eu não parava de pensar na Naly, tudo me fazia lembrar dela.

— Bem que ela podia tá comigo agora? Assim  poderíamos dormir juntinhos. Droga eu sou um idiota. — passei a mão no rosto em frustação e olhei para o lado, era como se eu conseguisse ver ela deitada ali comigo.

Voltei para o dia em que dormimos juntos, foi a primeira vez que tínhamos consumado o nosso casamento. Ela estava tão linda dormindo naquele dia, lembrei do dia que eu a via na piscina, com um biquíni de girassol.

Ela tava linda, e eu não estava nem ligando para ela naquele tempo. Eu sou um imbecil mesmo. Lembrei do sorriso dela, e voltei para noite que levei ela para jantar e depois que deixei ela na porta do quarto, eu a beijei. Foi só um beijo rápido, mas que agora? Não significava nada.

Mas eu poderia ter aproveitado mais naquele dia. 

Peguei no sono, pensando nas diversas formas que aquela noite podia ter acabado.

— Eu também te amo. — escutei o despertador tocando e acordei assustado, olhando para os lados. — Droga. — passei a mão no rosto. — Foi tudo um sonho. — sonhei que eu e a Naly tivemos outro final, em que ficávamos juntos. Ela tinha acabado de falar que me amava, quando o despertador tocou.

Me levantei e fui tomar um banho, para aliviar a tensão do corpo, deixei que a água levasse tudo.

Quando eu saí do banheiro e olhei a hora já era 08:15, eu ia me atrasar, se eu não andasse logo para me arrumar. Eu tinha acordado às 06:00 mas deitei de novo, e quando acordei era 07:10 nem tinha visto que tinha pegado no sono de novo.

Coloquei um terno normal, do dia a dia e arrumei o cabelo. Nada mais. 

Ontem eu tinha falado para Baby que não buscaria ela na casa dela, ela ia ter que ir sozinha para casa do meu pai. Meu pai já tinha me mostrado, e deixado bem claro que não gostava dela, mas que ia aceitar ela na família só por ela estar esperando, um filho meu.

Caso contrário eu não estaria me casando com ela. Eu tinha falado que não haveria lua de mel.

"Assim como não teve com a Naly", a voz na minha cabeça não me deixava em paz.

Eu não queria me casar com ela, e estaria preso com ela por causa dessa criança, que eu nem queria ter. Eu nunca pensei em ser pai, mas quando o médico faouo que a Naly estava grávida, e teve um aborto, ali meu chão caio. Eu seria pai, eu ia ter um filho com ela, que era exatamente o propósito do nosso casamento.

Depois que eu saí de casa eu fui para a casa dos meus pais. Quando cheguei lá, meu pai estava esperando na sala junto da minha mãe. A gente não tinha conversado, desde que meu pai contou as coisas que aconteceram com a Naly. Minha mãe não estava falando comigo, desde então.

— Oi mãe. — ela me olhou com uma cara e não falou nada, apenas levantou do sofá e foi em direção a cozinha.

— Aonde está Baby? — meu pai perguntou chamando minha atenção. — Era para ela ter vindo com você. Aonde ela tá?

— Ela já está vindo, eu acho.

— Você acha? Era pra VOCÊ... — ele apontou para mim. — Trazer ela. Ela tinha que vir junto com você, pra gente não se atrasar Marcos. Por que você nunca facilita as coisas? — ele estava furioso.

— Eu falei que não queria me casar, o Senhor está me obrigando a casar, com uma pessoa que eu nem amo. Eu nem quero estar com ela, pai. Eu sei que eu errei, eu sei que eu pisei na bola com ela. Mas eu não quero me casar de novo. Não com ela. — eu estava ofegante, por estar com um pouco de raiva e falando rápido demais.

— E quer casar com quem? — ele me olhou com raiva nos olhos. — Com a Naly? Ela nunca vai te aceitar de volta, depois do que você fez com ela. Ela tá seguindo a vida dela agora, e você tem que viver a sua.

— Viver a minha vida. Com as minhas regras, não quero me casar de novo, não quero ser pai agora.

— E quando vai ser? Quando tiver a minha idade? Quando tiver na meia idade? Você vai ser pai, aceita isso! — ele já tava vermelho. — Essa criança não vai vir ao mundo sem um pai. Você é o pai, e vai ser um pai presente, na vida dessa criança.

— Isso não tá certo? — falei mais pra mim do que pra ele.

— Você vai casar com ela Marcos. — a voz da minha mãe era calma, e me fez olhar pra ela surpreso. Ela estava entrando na sala. — As pessoas só viram, você e a Naly  juntos uma vez. As pessoas acham que ela era só uma acompanhante sua e mais nada,... — ela falava com tanta calma, cada palavra. — Se perguntarem, sobre ela... vão ter rumores de ser algo a mais, mas também... — ela tinha sentado em uma poltrona ao lado do sofá e falava sem olhar para mim. — Vai ter aqueles que vão dizer que era só uma ficante sua, nada mais que isso. Você se casando com essa "mulher", é um motivo a menos, para que as pessoas inventem coisas sobre você. E sobre a nossa família. — ela falou essa última parte olhando pra mim. 

Minha mãe não falou mais nada, e o olhar que ela me lançou... fez eu sentir um incômodo no peito. Ela nunca me tratou assim, ela sempre foi amorosa e cuidadosa comigo, eu trouxe desgosto para ela.

Eu baixei a cabeça em derrota, e nesse momento a campainha tocou, e o meu pai abriu a porta. Era a Baby que tinha chegado.

— Agora a gente pode ir. — meu pai falou já querendo que fossemos logo, se não... não chegaríamos no horário.

Ela teve que ir comigo no carro, não gostei de ter que ir com ela, mas não tive escolha. 

Essa era uma fase sem volta, não tinha como eu arrumar as coisas com a Naly. Mas eu ia dar um jeito de falar com ela.

.........

Ele não se aquieta mesmo, né?

👀👀👀👀👀

Bjs💋

Como Me Apaixonei Por Você. [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora