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Não demorei a chegar ao local, de longe podia ver meu filho brincando despreocupado com seu brinde do Mclanche Feliz junto com o Felipe.

Natalie foi a primeira que me viu e acenou para mim, ao fazer isso Miguel seguiu com o olhar até me ver e veio correndo em minha direção. Me abaixei para recebe-lo em meus braços e o apertei forte sentindo alivio por vê-lo bem.

- Você me assustou, filho. 

- Me desculpa

- Por favor nunca mais faça isso. Eu fiquei muito preocupada- Eu disse com Miguel ainda em meus braços e senti as lágrimas dele na minha pele.

-  Eu não queria te deixar preocupada, eu só queria brincar com o Felipe.

- Podia ter pedido.

- A mamãe briga comigo quando eu peço.

- Como assim?

- Ela nunca deixa eu ver meus amigos.

- Por que não me disse isso?

- Pensei que ia brigar comigo também.

- Filho, eu jamais faria isso

- Você e a mamãe sempre brigam e vocês não são mais amigas da tia Natalie.

- Por isso achou melhor entrar escondido no carro dela?. - Miguel abaixou a cabeça envergonhado

- Na próxima você precisa pedir, combinado?

- Combinado.

- Quando chegarmos em casa vamos conversar melhor sobre hoje.

Vi Natalie levantar e vir até nós

- Tudo certo aí?.  - Natalie disse ao se aproximar

- Tudo certo, só estava conversando com esse rapazinho aqui sobre o susto que ele me deu. - Eu disse bagunçado o cabelo do Miguel.

- Eu imagino

- Posso voltar e terminar meu lanche?

- Vai lá filho. - Miguel voltou a se sentar com Felipe e terminar seu lanche

- Obrigada por cuidar dele e desculpe pela confusão. As coisas andam meio complicadas, mas não esperava que ele pudesse fazer algo assim.

- Sem problemas, eu entendo.

- Depois me passa o valor do que o Miguel consumiu.

- Que isso Priscilla, eu não vou cobrar por isso.

- Eu insisto

- Já disse que não precisa.

- Está bem, obrigada... Bom é melhor eu ir, preciso levar o Miguel pra casa

- Vi que chegou de Uber, eu posso levar vocês.

- Não quero te atrapalhar mais Natalie.

- Não está atrapalhando.

- Eu acho melhor não. - Disse voltando a atenção para o celular.

- Por que?

- Porque eu vou levar ele pra casa onde está a Vicky e eu não estou a fim de mais confusão e não quero te envolver nos meus problemas de novo.

- Você não teve culpa.

- Não foi o que pareceu...

- Espera ao que você está se referindo?

- Nada Natalie, agradeço pelo que você fez hoje e peço desculpas mais uma vez, por tudo.

- Priscilla...

- O carro já está a poucos metros, vou chamar o Miguel.

- Espera! - Natalie pegou no meu braço - Cancela esse Uber, eu quero conversar com você.

- Eu preciso levar o Miguel pra casa, a Vicky daqui a pouco surta pra cima de mim.

- Tudo bem, mas será que podemos conversar depois disso?

- Sobre o que?

- Sobre antes da pandemia, ficou um clima ruim entre a gente você sabe...

- Natalie está tudo bem, mas eu realmente preciso ir.

- Você ainda faz terapia às quintas?

- Você se lembra disso?

- Me lembro, podemos ir naquele lugar que fomos para comer torta, ele continua aberto.

- Se eu me recordo bem, você estava com a sua namorada, não fomos juntas.

- Sim isso, a gente se viu lá e ela é minha ex na verdade.

- Entendi, olha meu carro já está aqui, a gente se vê na quinta.

Nos despedimos e ao entrar no carro fiquei pensativa sobre o que tanto ela queria falar comigo. Já se passou tanto tempo desde o acontecido, não queria tocar mais nesse assunto que só me causava constrangimento, mas depois da peripécia do Miguel eu não tinha como recusar.










Elo (Natiese)Onde histórias criam vida. Descubra agora