Capítulo 6

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POV Priscilla

Pronto, agora só me ajudar a colocar no carro. - Eu disse para Joana.

- Ficou lindo, o Miguel vai amar esse bolo. - Ela disse e eu sorri com o comentário.

Pouco menos de 40 minutos eu já estava estacionando o carro na garagem e a Joana me ajudou a retirar o bolo com cuidado, a porta dos fundos da casa estava aberta o que facilitou a nossa entrada com o bolo.

- Pronto, agora me ajuda a tirar da caixa. - Pedi para Joana.

Terminamos com o bolo e ele estava pronto para ser levado para mesa da festa quando fosse a hora. Chamei a Joana para ir para sala comigo e nos deparamos com um mar de convidados, adultos e crianças em todos os cantos da casa.

- Amor! Faz tempo que você chegou? - Vicky disse antes de me dar um selinho.

- Não, eu acabei de chegar com a Joana, quando quiser cortar o bolo você avisa.

- Tá, mas agora vem cá. - Ela me puxou para uma pequena roda de convidados.

Fui cumprimentando todos da roda e percebi que eram pais dos colegas de classe do Miguel, foi quando me deparei com ela, a mãe do Felipe, eu travei por um segundo antes de cumprimenta-la. Eu não estava surpresa por ela estar aqui, não é como se eu não soubesse que ela poderia vir e entendia perfeitamente a presença dela e do filho, mas mesmo assim travei quando estava prestes a cumprimenta-la e perceber que eu não me lembrava do nome dela, se é que um dia eu gravei.

- Oi, que bom que você veio. - Disse sincera.

- Oi, obrigada pelo convite.

- Imagina... E o Felipe?

- Tá ali. - Ela disse apontando em direção onde haviam crianças entretidas com algum brinquedo e vi o filho dela e o meu interagindo como se nunca tivessem brigado na vida.

-  Ah! Que bom que eles se resolveram... Fico feliz.

- Eu também. - Ela disse com um sorriso tímido e percebo que tanto Vicky como o resto da roda estavam prestando atenção a nossa conversa.

- Amor, você sabia que a Natalie é uma das colunistas da revista Fem? - Vicky disse se abraçando em meu ombro.

- Sério? - Perguntei genuinamente surpresa, é uma das poucas revistas que ainda me dou o trabalho de comprar e acompanhar as publicações.

- Sim, não é demais? A gente sempre compra essa revista. - Vicky disse e eu olhei para nossa convidada que agora sei como se chama.

- Você assina como Natalie...

- Smith.

- Natalie Smith... - Eu disse pensativa tentando me lembrar se eu já havia visto esse nome antes. - Vou me atentar a esse nome da próxima vez que estiver com uma edição da Fem nas mãos.

Acabamos trocando de assunto e depois de alguns minutos eu sai daquela roda e fui dar atenção aos outros convidados, as vezes falava com o Miguel, mas sabia que hoje ele só daria atenção aos seus amigos e todos os seus presentes. Após algumas horas finalmente cantamos parabéns e já esperava que o Miguel fosse dar a primeira fatia de bolo para Vicky, ele estava radiante de ter a mãe por perto e isso me deixava feliz de ver o quanto a simples presença dela o deixava bem, mas ao mesmo tempo  isso me preocupava porque sabia que a decepção era uma questão de tempo.

...

- Que horas você vem pra cama?

- Eu to terminando de guardar as coisas aqui na cozinha, vou demorar um pouco.

- Priscilla...

- Oi.

- Eu sei o que você está fazendo. - Ela suspirou antes de continuar. - Vamos lá pra cima? - Ela disse pegando na minha mão e eu cedi.

Subimos com nossas mãos entrelaçadas e entramos no nosso quarto, ela tentou me beijar, mas eu sabia onde isso ia parar e eu queria mesmo conversar e resolver as coisas. Os poucos dias com Vicky de volta não conseguimos conversar nenhuma vez sem que nada ou ninguém interrompesse e muita das vezes foi porque ela quis adiar a conversa tentando me distrair como estava tentando fazer nesse momento.

- Vicky...

- Não, não estraga o momento. - Ela disse próxima do meu ouvido com suas mãos em volta do meu pescoço.

- A gente precisa conversar.

- Depois. - Ela disse decidida e eu cedi mais uma vez.

No dia seguinte eu acordei no horário de costume e vi que ela já tinha levantado,  fui tomar banho e depois de vestida fui até o quarto do Miguel para ver se ele já estava pronto. Miguel já estava acostumado a levantar cedo e já tinha adquirido o hábito de se arrumar para escola sem precisar de ajuda e eu ficava orgulhosa toda vez que via ele com seu uniforme terminando de pentear seu cabelo.

Estacionei o carro bem próximo ao colégio do Miguel e ele tirou o cinto no banco de trás, pegou sua mochila e se despediu. Quando estava pronta para sair eu vi que a Natalie estava atravessando a rua em direção ao seu carro, percebi que havia uma mulher no banco do passageiro a sua espera e me surpreendi ao ver que elas se aproximaram o suficiente para trocar um beijo.

Elo (Natiese)Onde histórias criam vida. Descubra agora