Babi sempre teve tudo que quis. Tinha a vida perfeita, era a filha exemplar e sua vida toda estava planejada. Até que um acontecimento inesperado faz o seu castelinho perfeito desmoronar e ela acordar para a vida real, onde nem sempre as coisas saem...
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O crepúsculo se aproximava tingindo o céu de Tenerife com um lindo tom alaranjado. As ondas quebravam na praia em um vai e vem calmo. Essa visão trazia de volta as lembranças da minha infância. — Sabia que você ia tá aqui.
Ouvi a voz e me virei vendo minha prima Martina que se aproximava trazendo uma xícara. Ela me cobrou tanto uma visita que resolvi ficar hoje em sua casa antes de voltar pra Barcelona amanhã. — Gosto de ficar aqui observando o mar. — Eu sei primo.
Ela me entregou a xícara antes de sentar na poltrona de vime ao meu lado. Dei um gole no café que estava do jeito que eu gosto, forte e com pouco açúcar. — Eu e o Marc vamos sair pra jantar, quer ir com a gente? — Valeu prima, mas eu prefiro descansar. Amanhã cedo volto pra Barcelona. — Você ainda tá preocupado com ela né?
Não respondi à pergunta feita por Martina, mas meus pensamentos voltaram para Babi. Eu estava sim preocupado com ela.
Eu não falava nada com Gavi para não deixar ele ainda mais angustiado, mas eu sentia que minha amiga não estava bem. Eu queria ter trazido ela comigo, sair um pouco de Barcelona, se distrair, principalmente por Gavi ter ido para Tóquio, mas aquela teimosa não aceitou.
Martina entrou em casa dizendo que ia se preparar para ir jantar com o marido e continuei tomando meu café e observando o mar calmo.
Meu celular tocou em cima da mesinha de vime que fazia conjunto com as duas poltronas e peguei para ver. Era Natália.
Achei estranho ela estar me ligando. — Oi Taia. — Pedri a Babi tá aí com você ou te avisou se estava indo te encontrar?!
Estranhei a pergunta. — Não, ela não tá comigo e também não me disse nada. Na verdade já faz tempo que ela respondeu minhas mensagens. Por quê?
Natália começou a chorar e eu não entendi nada. — Natália fica calma, o que aconteceu? — perguntei preocupado.
Ela desatou a falar e não entendi nada. — Taia fala devagar, eu não entendi nada.
Senti o chão sumir sob os meus pés ao conseguir compreender as palavras atropeladas. — Ela o quê? — perguntei torcendo para ter entendido errado. — Eu... eu deixei ela em casa... — Natália tava desesperada e atropelava tudo. — Quando voltei... depois do almoço... vi que ela não tava... achei que tivesse... ido buscar o carro... do Gavi... ai meu Deus o Gavi... ele ainda tá no voo indo pra Tóquio...
Eu continuava ouvindo a voz dela do outro lado da linha, mas minha mente estava dando voltas e mais voltas. Como assim Babi tinha sumido?! — A que horas você a viu pela última vez?! — perguntei tentando manter a calma e pensar racionalmente. — De manhã, tipo umas dez horas! Nós... nós fomos ao supermercado e... e eu deixei ela em casa... e fui pra um trabalho... voltei depois do almoço... e ela já não... não tava... achei que tivesse ido buscar o carro... mas a hora foi passando e ela... não aparecia... então achei que talvez pudesse ter ido atrás de você...