Quinta taça

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Ok, eu realmente perdi toda a minha criatividade escrevendo uma one-shot, noite passada, e agora meus capítulos estão repetitivos e meio chatinhos, confesso. Mas, eu cheguei até aqui, e o próximo capítulo é o melhor, então aproveitem e boa leitura!!!

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    "Eu..." Atsushi disse sem fôlego, como se tivesse passado os últimos quinze minutos correndo — e ele realmente tinha. "Eu... vim o mais... rápido que pude." Apoiou as mãos no joelho e respirou fundo, igorando a leve ardência em seus pulmões.
     "Demorou." Akutagawa respondeu, sem se importar com o estado totalmente cansado do outro.
     "Nem deve ser porque eu vim usando minhas próprias pernas." Retrucou com ironia. "Que seja, o que era tão urgente?" E só então ele reparou na caixa não tão bem embrulhada que o mafioso tinha embaixo de um dos braços. "O que é isso?"
     "Não sei." Ele levou sua mão lovre até a boca para cobrir uma tosse. "Mas, aqui diz que é pro' Daza-san." Apontou para a escrita à mão no topo da caixa.
     "E o que eu tinha a ver com isso? Por que você me chamou?" A resposta veio apenas com ele apontando para mais uma marcação com tinta de caneta no papel do embrulho. "Meu Deus."

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     "O que nós vamos fazer?" O garoto de cabelos platinados perguntou assim que ambos estavam dentro de uma das várias salas do prédio da Máfia do Porto. "Por que isso veio pra' cá, em primeiro lugar? Um 'admirador secreto' do Dazai-san — como 'tá escrito aqui — não deveria mandar isso pra' Agência?" Os dois ficaram em silêncio um tempo, cada um do seu lado da mesa de centro analisando o pacote. "Se é alguém que gosta do Dazai-san, essa pessoa deve saber que ele não está mais na Máfia faz anos, não?"
     "Sim." Concordou mínimo. "O único motivo plausível que eu consigo pensar pra' isso vir parar aqui é que essa pessoa tinha a intenção de fazer o Chuuya-san ver o 'presente', ou seja lá o que isso for."
     "Faz sentido, mas..." Tentou organizar seus pensamentos antes de expressá-los. "...as únicas pessoas que sabem sobre o relacionamento deles dois são o pessoal da Agência e da Máfia." Ficaram quietos por mais alguns miutos pensando em como alguém de fora teria descoberto aquilo, até uma ideia surgir na cabeça do Nakajima. "Espera! Alguém da Máfia gosta do Dazai-san?!"
     "O quê?!" Ryūnosuke o encarou incrédulo. "Por que você 'tá falando como se fosse impossível ter sido algum dos detetives?!"
     "Porque eu sei que ninguém da Agência gosta do Dazai-san assim! Então, só pode ser algum dos seus colegas!" Algo na forma como ele disse a última palavra fez com que o outro não gostasse nadinha.
     "Nenhum dos meus 'colegas' teria um mau gosto desses!"
     "Mau gosto do quê?" Os dois se assusturam quando ouviram a voz de um certo ruivo vindo da porta recém aberta. "Akutagawa, não me disse que a gente teria visita hoje." Sorriu de canto, como se insinuando alguma coisa.
     "Ele não é uma visita!" Revidou. "Ele só... só... argh, tanto faz!" Virou a cabeça, sentindo suas bochechas esquentarem de leve.
     "Olá, Chuuya-san." O detetive cumprimentou, ignorando o que o usuário do Rashōmon havia dito.
     "Olá, Atsushi." Retribuiu no mesmo tom educado. "E então, sobre o que estavam falando?" Não tiveram tempo de responder, ele avistou a caixa em cima da mesa primeiro. "O que é isso?" Examinou o pacote com uma expressão neutra, mas o sangue dos outros dois gelou, será que o Nakahara perderia a postura, dessa vez? "Joguem isso fora." Solicitou, indo em direção à saída da sala.
     "M-Mas..." O Nakajima o interrompeu, levantando rapidamente. "...não deveríamos entregar isso pro' Dazai-san?"
     "Por quê?" O ruivo se virou, parando no meio do caminho. "Foi ele quem deixou isso aqui." Ninguém ousou dizer uma palavra, confusos demais para isso. "O que foi?"
     "É que..." Eles olharam para a escrita na caixa.
     "O quê? Vocês não acreditaram nisso, não é?" Ainda sem conseguir dizer nada, eles viram o mais velho se aproximar novamente, pegando o embrulho e apontando para o conjunto de letras. "Achei que conhecessem o Dazai suficientemente bem para saber que essa letra é dele."
     Agora que olharam bem, a caligrafia era, realmente, familiar. O garrancho era inconfundível, como não pensaram nisso antes?! Sem contar que o embrulho estava muito mal feito para alguém que queria entregar aquilo ao seu amor secreto ou qualquer coisa do tipo.
     A risada de Chuuya inundou o ambiente. "Sério?! Vocês acreditaram nisso?!" Eles estavam muito atordoados para responder. Era tão tosco que chegava a dar raiva. "Ai, ai... Eu ri tanto que minha barriga está doendo... Sério..." Tentou falar enquanto respirava fundo. Tomou um tempo limpando as lágrimas que se formaram nos cantos de seus olhos antes de repetir o pedido. "Apenas joguem isso fora." E, assim, ele saiu da sala, ainda se divertindo com todo o constrangimento dos mais novos.
     Atsushi e Ryūnosuke ficaram num estado de mudez, encarando o nada com um olhar vazio, sentindo-se idiotas por tudo aquilo. Até onde Dazai iria para irritar Chuuya?
     "Você vai jogar isso fora?" O Nakajima perguntou, recebendo apenas um aceno de cabeça em resposta. "Não quer ver o que tem dentro." Akutagawa fez que não. "Hmm... Quer ir tomar um sorvete?" Ele concordou, e logo eles também saíram, deixando o que quer que o detetive mais velho tivesse preparado para trás.
      E o que tinha dentro da caixa? Esse era um mistério que nem mesmo o melhor dos detetives conseguiria desvendar, um segredo apenas de Osamu. E de um funcionário aleatório da Máfia, também, que entrou na sala e abriu o pacote por pura curiosidade. Alguns dizem que foi uma experiência tão traumatizante que ele precisou colocar fogo naquilo tudo, outros que ele escondeu no mais secreto dos lugares... A verdade, nunca saberemos de fato...

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O que será que tinha dentro da caixa?

Cinco taças de vinho e uma de vinagre - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora