Quarta taça

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Esse foi, definitivamente, o menor capítulo que eu já escrevi. Minha criatividade estava no negativo, então sinto muito por isso. E antes de tudo, só para avisar, esse capítulo acabou tendo muito Shin Soukoku por nenhum motivo específico (lê-se: eu estava muito triste com o mangá e precisava escrever Akutagawa e Atsushi felizes). Enfim, boa leitura!!

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     "Nós quatro deveríamos sair juntos mais vezes." Dazai mencionou assim que passaram pela porta de entrada do Café Uzumaki, no térreo do prédio onde fica o escritório da ADA. "Não acham?" Os outros três contiveram um curto "não", apenas acenando com a cabeça como quem não se importa muito. "Nossa, como vocês são—"
     Chuuya interveio o drama que todos sabiam que iria começar. "Maus? Cruéis? Perversos? Desumanos? Vis? Ruins? Ordinários? Péssimos? Impiedosos? Rudes? Grossos? Detestáveis? Intolerávies? Inconvenientes? Descabidos? Insensíveis? Inclementes?" Teve que parar para recuperar o fôlego.
     "Chuuya-san, não precisa citar todos os sinônimos existentes." Ryūnosuke interceptou. "Dazai-san nem deve saber o que eles significam." Comentou, fazendo Atsushi precisar segurar uma risada, a qual não foi nenhum pouco disfarçada por uma crise de tosse nada natural.
     "Chibi!" Osamu exclamou enquanto pegavam uma mesa. "Que tipo de atrocidades você está ensinando as crianças a dizerem?!" Ele ignorou o mais novo dizendo que não era uma criança. "Eles não eram assim, antes!" Suas reclamações foram interrompidas quando uma garçonete conhecida apareceu para recolher os pedidos.
     "Lucy-chan!" O garoto de cabelos platinados cumprimentou. "Pensei que hoje fosse seu dia de folga."
     "D-Desde quando isso é da sua conta, huh?" Perguntou numa falsa irritação, suas bochechas adquirindo um leve tom de vermelho. "E-E eu só estou cobrindo a outra funcionária que não pôde vir hoje porque está doente." Disse, agora mais educada. "Enfim, o que vão pedir?"
     Assim que a ruiva anotou tudo em sua caderneta, voltou para o balcão. Quando não estava mais perto o suficiente para os escutar, Akutagawa se fez ouvir, claramente incomodado. "Por que raios você sabe a agenda de trabalho dela?"
     "Eu não sei a agenda de trabalho da Lucy-chan." Se defendeu. "Só sei que ela não trabalha aqui nas sextas porque nós sempre saímos—"
     "Vocês o quê?!"
     "Qual foi, Akutagawa?!" O Nakajima cruzou os braços e respirou fundo. "A Kyōka-chan gosta dela, e elas sempre saem pra' passear. E como eu sempre estou com a Kyōka-chan, nós três—"
     "'Tá, 'tá, já entendi."
     "Qual a sua, hein?! Você que perguntou!"
     "Cale a boca, Jinko."
     "Eu tenho um nome, sabia?!"
     Do outro lado da mesa, os dois homens mais velhos assistiam à cena um tanto entretidos, rindo baixo para não chamar atenção e estragar a "diversão". Um pensamento que rondava a mente dos dois naquele momento era como seus "discípulos" se pareciam com eles. O Nakahara fez questão de pontuar que aquilo não era uma coisa boa, mas Dazai não poderia se importar menos.
     O ruivo se lembrou da conversa do dia anterior, na gôndola da roda-gigante. "Eles vão demorar um pouco para ficarem exatamente como nós." Mencionou num sussurro, não baixo o suficiente para passar despercebido. Osamu perguntou do que ele estava falando, sua insistência resultando em nada.
     A hora seguinte se passou de forma rápida, todos desfrutando de deliciosos pedaços de bolo, salgados assados, cafés saborosos e chás muito bem feitos. Chuuya pagaria por tudo [de novo], porque os dois detetives ali não recebiam salário suficiente para isso e porque sua decência nunca permitiria que seu "pupilo" pagasse algo para ele — como o seu querido namorado tinha a sem-vergonhisse de fazer.
     Foi trazendo a conta que a ex-membro da Guilda voltou à mesa. "Aqui está." Ela não teria dito mais nada se não tivessem se dirigido à ela.
     "Você disse..." Dazai iniciou e a garota se concentrou no que o homem a sua frente dizia. "...que a outra senhorita que trabalha aqui está doente." Ela concordou. "Então... 'Lucy', não é? ...você poderia entregar isso pra' ela, quando ela aparecer aqui?" O detetive tirou um bilhete do bolso que apenas os deuses saberiam dizer quando ele teve tempo para escrever. A garçonete pegou o pedaço de papel dobrado entre os dedos, não esquecendo de julgar o moreno com o olhar pela imoralidade. "Obrigado." Ele piscou para ela, que apenas fez uma careta e saiu.
     "Pronto?" O mais baixo perguntou assim que já tinha lidado com as despesas daquela tarde. "Podemos ir?" Sua expressão era calma, o que por si só era uma surpresa já que Chuuya normalmente se irrita mais rapidamente do que se pode contar até zero. Todavia, assim como das outras vezes que seu namorado tentou o provocar, ele permanecia como se nada daquilo o afetasse — e, realmente, não afetava.
     Levantaram-se para ir embora, contudo Akutagawa puxou a manga do garoto ao seu lado para que ficassem para trás. "Ei, Jinko? Você acha que o que Chuuya-san disse ontem é verdade?" Sussurrou baixinho para ninguém mais ouvir.
     "Não sei..." Confessou. "Parece ser... Mas... não faz sentido... Quer dizer..." Tentou se explicar, mesmo não precisando, porque o mafioso concordava com ele. "...no lugar do Chuuya-san, eu não gostaria de nada daquilo. Talvez, eu tivesse ciúmes até do Kunikida-san."
     "Do quatro-olhos? Aí seria muito forçado."
     "Pare de dar apelido estranhos para as pessoas!" Reclamou. "Mas é verdade. Dazai-san fica sempre muito em cima do Kunikida-san."
     "Ainda acho que seria muito forçado. Eles são apenas colegas de trabalho."
     "Sim, mas... se a gente for olhar você e a Higu— digo, realmente muito forçado!" Ryūnosuke o encarou quase que o julgando. "Haha, você tem razão! Não faz sentido! O Kunikida-san?! Haha! Ha..."
     "Você é estranho, Jinko."
     "Ei, pombinhos, vocês vão ficar para trás!" Osamu os chamou, parado na porta. Ao seu lado, O Nakahara ria de canto.
     "Já estamos indo!" O Nakajima conseguiu responder sem gaguejar, e então voltou a sussurrar. "Acho que a gente não devia se preocupar, Chuuya-san confia nele, então tudo bem."
     "É... talvez..." E eles saíram rápido do estabelecimento, para que não passassem mais vergonha em público.
     "Sobre o que estavam conversando?" O moreno questionou interessado, mas nenhum dos dois respondeu, e a subida até a Agência se deu numa série de provocações.

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Foi bem ruinzinho, eu sei; mas, neste ponto, estou apenas esperando que o último capítulo chegue logo, porque é o que eu mais quero escrever. De qualquer forma, até a próxima!

Cinco taças de vinho e uma de vinagre - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora