Capítulo 8 - Fotografias não muito decentes

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Narrado por Charlotte

Minha mãe tinha uma casa na praia. Ela simplesmente adorava o mar, e no verão, costumávamos ir muito para lá, nas férias. Ficaríamos o verão todo se pudéssemos. Simplesmente, porque era como sair da realidade...

Os dias eram mais longos, não tinha absolutamente nenhuma responsabilidade ou compromisso, e enquanto estávamos lá, minha maior preocupação era do sol me queimar demais. Só isso.

Nos últimos verões não fomos para lá. Não íamos desde que minha mãe adoeceu, e não tornamos a ir após a morte dela... casa toda tinha o toque da minha mãe, foi decorada por ela. As nossas coisas de verão ainda estavam lá; estava tudo lá, parado e trancafiado há mais de 4 anos.

Lilly havia sugerido irmos para lá e passarmos um período só nós, sem meu pai, já que ele não queria ir. Lilly e Alexa dirigiam, então podíamos tranquilamente irmos e ficarmos por lá o verão todo. Era nosso sonho.

Claro que ele não permitiu. Mas, eu entendi que ele queria impressionar Meredith, então, tentei de novo pedir sobre isso, num jantar. Disse que seria nosso último verão juntas, que após o último domingo de verão, só nos veríamos no dia de ação de graças, depois no natal, e depois só no próximo ano.

Meredith fez uma força para que ele permitisse. Em particular, ela me disse que era uma ótima ideia, e que seria bom para mim ficar um pouco distante. Comecei a pensar que ela desconfiava de alguma coisa.

Evan virou um visitante assíduo da nossa casa. Parecia que sempre ele tinha uma desculpa para falar pessoalmente com a sua mãe. Até meu pai comentou que ele tinha se aproximado de repente, e muito. Ela não disse nada, estava feliz em tê-lo tão perto e sempre presente.

E eu também...

Evan me olhava de um jeito que, creio não ter sido olhada assim por ninguém antes. Sabia que ele tinha uma namorada, e que jamais aconteceria alguma coisa. Ele era incrível, e eu... Eu era só eu. Só uma menininha fútil pra ele.

Mas, ainda assim, por vezes tinha a sensação que ele me olhava diferente, o que me fazia arrepiar toda a extensão da espinha dorsal. Ele não tinha ideia o quanto me deixava nervosa quando estava perto de mim, ou o transe que eu entrava quando ele me olhava nos olhos e sorria pra mim, quando ele chegava perto demais e eu sentia seu perfume, ou, quando ele me tocava brevemente e minha pele gelava.

Sonhei com ele algumas noites, acordei no susto.

Após ele me questionar sobre eu já ter beijado e etc, senti uma certa tensão entre nós, ou, talvez fosse coisa da minha cabeça... Mas, todas as vezes que fui minimamente audaciosa, eu morri um pouco por dentro após, desacreditada, sem saber de onde tirei coragem para falar o que falei.

E ele me olhava com malícia quando eu lhe dizia algumas coisas específicas... Eu via que seus olhos desciam pelo meu corpo, e isso tudo era novo pra mim.

Se ele soubesse o quanto eu vinha sonhando com ele... Ele me beijaria só de pena.

Em algum momento, meu pai cedeu a viagem. Mas, passaria uma semana conosco, e não satisfeito, levou Meredith, Evan e Camila.

A casa era grande e abrigava todo mundo, só tivemos que fazer uma faxina, pelo pó, mofo e sujeira que havia naquela casa fechada há eras.

Fizemos tudo correndo para que pudéssemos aproveitar o dia seguinte. E assim que acordamos, fomos vestir nossos biquínis.

O verão era a única época do ano que eu tinha liberdade para me vestir de acordo com o que a temperatura pedia, e meu pai não me incomodava.

— Gente, olha isso... — disse, vestindo uma camiseta justa e apertada, que eu usava com 14 anos e estava perdida pelo guarda roupa. —

• The Other Woman • || Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora