Capítulo 7 - Nem sempre tão certinha

258 34 24
                                    

Narrado por Evan

Eu e Camila acabamos fazendo as pazes depois das festas de fim de ano. E lhe expliquei o quanto era importante para minha mãe me ter por presente, já que eu era o único filho que morava tão perto, era até grosseiro da minha parte não a visitar.

Ela entendeu até que muito bem. Talvez, porque não pensasse que eu fosse mesmo contrariá-la e deixa-la ir sozinha para a casa da família dela nas festas de fim de ano.

Enfim, era o segundo semestre do ano letivo, recém março e eu estava lotado de coisas para fazer. O que acabou me mantendo preso em caso por algumas semanas.

Também, após o ano novo, decidi ficar um pouco mais distante, ou visita-la quando Charlotte e Chris não estivessem em casa, já que, senti uma energia bem negativa de Chris quando ele me viu sozinho na sala com ela. E, juntando com o que ela me contou, que nunca namorou, que nem saía de casa, que era virgem... Deu pra ter uma ideia que o pai dela realmente era bem conservador.

O que era triste, pra ela... Porque ela era realmente uma boa menina.

Depois do ano novo também, Chris só falava sobre a faculdade, e não vi muito Charlotte, aparentemente ela estava mergulhada nos estudos.

O que me intrigava; quando eu tinha 18 anos eu era um galinha, me formei no ensino médio sendo muito festeiro, e já tinha tido algumas namoradas. Imaginei que dentre as amigas dela, só ela fosse virgem, porque as amigas que eu vi, ao menos, não pareciam serem como ela...

Conversei com Charlotte algumas vezes pelo Instagram, quando não conseguia me segurar de reagir à algum story.

Eventualmente ela postava foto com as roupas que, pelo que entendi, eram as roupas que a mãe dela fazia. Sempre uns vestidos vintage, que moldavam perfeitamente com o estilo dela, e com a cara de menininha santa e certinha.

Mas, nosso contato não passou disso. Até porque, com a volta da paz no meu relacionamento, me dei por conta de que era totalmente errado da minha parte ter sequer visto-a de uma forma diferente.

Porém, às vezes, eu ainda me pegava lembrando da cena dela no batente da varanda, com aquele vestido...

O fato de ela ser virgem me deixava preso em pensamentos bastante errados da minha parte. Pensar que ela nunca tinha sido tocada, que ela era pura, que não tinha experiência alguma... Era um tanto quanto excitante.

Também, tudo nela me deixava um pouco... Intrigado.

Ela era tão nova, e era aquele tipo de menina estudiosa, orgulho do papai. O que me fazia pensar... Como ela devia ser quando tirassem essa pureza dela? Continuaria com esse ar tão doce?

Mais vezes do que eu desejei, me peguei devaneando acordado, com imagens bastante inadequadas.

O frio logo se foi, o ano correu, e de repente, era quase verão, e fomos convidados para irmos até a casa da minha mãe comemorarmos a formatura de Charlotte. Enfim, ela não era mais uma estudante do ensino médio.

Havia visto no Instagram dela, as fotos do dia anterior, no baile de formatura, com as amigas dela e um cara que devia ser o par que ela foi. Fiquei me perguntando se ela havia ficado com ele, mas apostava bem alto que não, e que havia ido embora cedo.

Tinha que obedecer a hora de chegar em casa.

Chegamos lá após a formatura, ela ainda estava usando a toga. Isso, porque o pai dela estava tirando fotos. Muitas fotos.

— Chega, né? — indagou ela, desfazendo a pose e tirando o chapéu.

— Ah filha, mas tirei só algumas...

• The Other Woman • || Evan PetersOnde histórias criam vida. Descubra agora