No dia seguinte, me levantei da minha cama e fui ao banheiro. Depois que fiz tudo que precisava lá, voltei pro meu quarto e peguei minhas armas menores. Escondi as facas de arremesso dentro da minha jaqueta e a faca de combate entre a calça e a lateral do tênis. Ainda não sei se vou usá-la em algum momento já que sou melhor com facas de arremesso, mas talvez eu a use como último recurso. Vou arrumar uma utilidade pra ela depois.
Pensei em pegar minha katana também, mas me lembrei da regra das armas e achei melhor não. Porém, peguei minha pistola e a guardei num lugar que ninguém conseguisse ver. É proibido usar armas aqui dentro, mas não vão falar nada se não conseguirem vê-las.
Antes de sair do quarto, peguei o pôster do Nirvana que Daryl me deu ontem e pensei numa forma de colocá-lo na parede. Havia um prego que já estava na parede desde que cheguei, então eu apenas pendurei o pôster nele através de um furo que fiz usando uma das facas. Tomara que não vente muito senão o pôster vai cair.
Após isso, saí do meu quarto e desci as escadas. Assim que desci o último degrau, vi Carl sentado no sofá da sala de estar mexendo no seu celular. Quando ele me viu, se levantou e veio até mim.
Carl: - E aí. Bom dia. Como minha irmã se sente em seu segundo dia em Alexandria?
Judith: - Bom dia. Sua irmã se sente diferente por ter acordado num ótimo lugar e não no outro abrigo idiota dela.
Carl: - Já é um avanço.
Judith: - Tá se divertindo com seu celular?
Carl: - É a única forma que tenho de escapar da realidade.
Judith: - Espero conseguir encontrar uma forma melhor. No momento, só tenho o treino com armas. Queria fazer algo sem precisar esconder das pessoas. Digo, eu adoro treinar, mas queria experimentar algo novo além disso. Um passatempo novo. Algo que me entretece quando eu não estivesse treinando.
Carl: - Vamos torcer pra acharmos um dispositivo eletrônico pra você. Certeza que vai melhorar.
Judith: - Sei que isso não vai acontecer hoje, mas espero que eu ache um na busca de suprimentos.
Carl: - Falando nisso, você acha que o pai deixaria eu ir com vocês? Queria fazer algo lá fora também.
Judith: - Seu celular não é passatempo suficiente pra você? Achei que não gostasse de sair lá fora.
Carl: - Meu celular era legal há um tempo atrás, mas não tem muito o que fazer com essa internet ruim. Não dá nem pra assistir vídeos. Como você usou ele ontem?
Judith: - Eu só pesquisei algumas coisas no navegador. Não usei pra assistir vídeos.
Carl: - Faz sentido. Quanto a sair lá fora, eu nunca disse que não gosto. Ficar muito tempo dentro desses muros fazendo sempre as mesmas coisas é entediante. Você entende isso, né?
Judith: - Como não entenderia? Fiz isso minha vida toda.
Carl: - Então sabe do que tô falando. Assim como você, também quero experimentar algo novo.
Judith: - Ei, não se preocupa. Você tá falando com a pessoa que mais entende como é se sentir assim. Se você tentar convencer o pai, vou te apoiar.
Carl: - Tenho certeza que ele não vai deixar. Conheço ele o suficiente.
Judith: - Podemos falar com ele. Se eu o convenci a me deixar ir com ele hoje, ele também pode te deixar ir. Não é impossível.
Carl: - É mais fácil pra você. Ele não tenta te proteger o tempo todo.
Judith: - Eu sou literalmente a suposta filha perdida dele. Acha mesmo que ele não tentaria me proteger a todo custo também? Mas apesar disso, ele disse que não vai me deixar ir se a missão for perigosa demais.
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A Little Hope - The Walking Dead
ActionJudith era apenas uma garotinha quando descobriu que o mundo era governado por monstros com uma fome insaciável de carne humana. Sobreviver e arranjar abrigo teriam sido as tarefas mais difíceis se ela não estivesse sobre posse do grupo mais temido...