Segredos (PARK JIMIN FANFIC)

3.

O senhor Ryu não cuidava mais da barraquinha de cachorro quente, eram seu filho e seu neto que faziam isso. Mas ele sempre estava por lá para garantir que tudo estava bem. E eu e Jimin mantínhamos uma tradição de visitá-lo em nosso aniversáriodecasamento.

_ Faz bastante tempo que a gente não vai lá_ Jimin comentou, no banco passageiro do meu carro.

_ Acha que ele lembra da gente?_ Perguntei e Jimin riu.

_ Da última vez ele demorou 5 segundos para lembrar_ Ele comentou e eu também ri. O senhor Ryu era o nosso maior apoiador, já que nos conhecemos na barraquinha dele e quando começamos a namorar nós voltamos lá quase sempre também, para jantar juntos.

Estacionei o carro a algumas quadras da faculdade e nós dois saímos andando lado a lado até a barraquinha. O senhor Ryu estava lá com o neto.

_ Jimin!!! Sora!!!!_ Ele gritou animado assim que nos viu. Nós sorrimos e recebemos o abraço que ele deu em cada um. Era muito bom estar ali porque o senhor Ryu representava muito para nós e era também muito importante para nós dois.

_ Que saudade do senhor_ Eu disse, depois que ele me abraçou.

_ Eu tô sempre aqui, vocês que nunca mais apareceram_ Ele comentou.

_ Nós viemos ano passado!_ Jimin comentou indignado. Nós realmente íamos lá quando dava, e mantínhamos nossa tradição; no dia exato de comemorar nossa união, comíamos com o senhor Ryu na barraquinha, relembrando o dia que nos conhecemos. E Jimin sempre pagava, ele fazia questão, justamente por termos nos conhecido graças a ele ter derrubado o único dinheiro que eu tinha para comer naquele dia.

_ Como andam as coisas?_ Ryu perguntou enquanto seu neto organizava uma mesa para nós.

_ Está indo tudo bem, estamos bem_ Jimin respondeu.

_ O que vão querer? O de sempre?_ Ele perguntou novamente e nos assentimos. Sempre comíamos o cachorro quente tradicional e uma latinha de Pepsi. Era isso que conseguíamos comprar naquela época da faculdade em que nosso dinheiro ia todo para a mensalidade e os livros que comprávamos ou tirávamos cópia.

Enquanto o senhor Ryu preparava nosso pedido, fui rapidamente no banheiro público que tinha ali para poder fazer xixi e ter certeza que nada estava vazando. Era engraçado de ver tantas meninas jovens e desarrumadas, com caras da cansada, me encarando. Eu estava de blaser e saia levemente plissada preta, com saltos Christian Louboutin Pigalle (que eu só tive dinheiro para comprar depois de alguns anos de formada). Provavelmente se perguntavam o que eu fazia ali, ou se um dia seriam como eu. Eu esperava que sim, que um dia fossem como eu.

Quando eu voltei para mesa, Jimin e o senhor Ryu me esperavam para comer.

_ O senhor Ryu tem uma pergunta para fazer, meu amor_ Jimin anunciou, ele parecia constrangido e estava com as bochechas vermelhas.

_ O que é, vovô?_ Eu me virei para ele enquanto sentava na cadeira de plástico. Eu costumava chamá-lo assim de vez em quando durante a faculdade porque não tinha avô, então o senhor Ryu me assegurava de vez em quando, assim como fazia com Jimin.

_ Cadê as crianças?_ Ele perguntou, e eu travei.

_ C-crianças?_ Eu acabei gaguejando. Jimin crispou os lábios e encarou o chão._ O senhor quer dizer... filhos?

_ Pois é, vocês já estão na idade_ Ryu comentou, pegando as bebidas no cooler ao lado da barraquinha. Eu abri minha pepsi e tomei vários goles antes de encara-lo novamente.

_ Eu não sei, senhor Ryu, não vieram filhos até agora então não sei_ Acabei falando, sem saber exatamente o que responder.

Não que eu fosse desesperada para ser mãe, mas é claro que já conversamos muito sobre ter filhos. Taehyung e a esposa, Min-ji, já tinham 2 filhos. Meu irmão, Seokjin, estava casado a 1 ano com a minha cunhada, mas eles já tinham um bebê quando se casaram. Jungkook e a esposa, minha melhor amiga Mia, estavam esperando o primeiro bebê. Ela já estava com 8 meses e um barrigão. Mas eu não. Eu e Jimin ainda não.

Não usávamos proteção, eu não tomava pílula e Jimin não colocava preservativo. Eu não traía ele e nem ele a mim, então não tinha porque se preocupar com IST's. Mas não engravidei nenhuma vez, em todos esses anos de casados.

Isso não era um gatilho para mim e nem para ele. Não tínhamos pressa e nem desespero para ter filhos, mas mesmo assim eu ainda ficava sem jeito quando falava sobre isso. Jimin comia em silêncio, denunciando que ele talvez tenha respondido a mesma coisa, já que ele me disse que o senhor Ryu tinha uma pergunta, provavelmente já havia perguntado a ele.

_ Não precisam ter pressa também não, filho dá trabalho_ O senhor Ryu comentou, dando um tapinha nas costas do neto adolescente. Ele devia ter uns 13 anos.

_ Como anda o movimento por aqui?_ Jimin perguntou, desviando o assunto. Eu comecei a comer para poder distrair do supetão que foi aquela pergunta.

Depois de comer e conversar um pouquinho com ele, nós voltamos para casa e decidimos que um banho de banheira era o que precisávamos.

_ Posso te fazer uma pergunta?_ Jimin pediu, enquanto eu sentava na frente dele e encostava minhas costas em seu peito.

_ Claro_ Assenti, puxando as mãos dele pros meus seios. Ele apertou de leve e beijou meu pescoço.

_ Você quer que a gente tenha filhos?_ Ele perguntou. Senti uma pontada no coração e suspirei fundo, enquanto ele ainda beijava meu pescoço.

_ Eu não sei, Jimin_ Respondi._ Quero mas... Eu não sei. Você quer?

Eu senti ele suspirar também e sua respiração ficar um pouco mais pesada.

_ Quer ou não?_ Reforcei a pergunta. Eu sentia ele um pouco tenso.

_ Não, eu não quero_ Ele respondeu. Meu coração deu outra fisgada._ Estou disposto a mudar de opinião se você disser que quer muito isso, mas honestamente não quero.

_ Tudo bem, mas não quero falar disso agora, não com as suas mãos amassando meus peitos como se fossem massa de pão_ Eu comentei e ele deu uma risadinha.

_ Posso amassar outra coisa_ Ele sussurrou no meu ouvido.

_ Ah, meu amor, não, eu não estou em condições_ Comentei, e senti ele se aproximar de mim.

_ Por que não?_ Jimin perguntou.

_ Estou sangrando_ Brinquei, e ele moveu um pouco o tronco para ficar mais perto de mim. Virei levemente a cabeça e olhei para ele por cima do ombro.

_ Meu amor, eu sou casado com você a anos_ Ele começou, descendo a mão até minha virilha_ Não é um pouquinho de sangue que vai tirar meu tesão por você.

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