THE SMITHS.

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12 de setembro de 1999;

Tudo o que se era falado pelas redondezas nas próximas semanas, era sobre o festival de bandas em Jersey. Eles fizeram uma espécie de jornal da cidade, documentando todo o espetáculo. Falaram sobre o público, as músicas escolhidas e, claro, sobre as bandas. Eu não fiquei tão surpresa por termos sido ressaltadas diversas vezes nas linhas dos jornais.

Quando Minjeong está por cima de um palco, segurando um microfone e cantando como se sua vida dependesse disso, você não pode simplesmente ignorá-la. Eu sabia que as pessoas a notariam, mesmo num raio de quilômetros. Ela se fazia ser vista, de qualquer forma. E acho que podemos entrar em um consenso de que Minjeong não é do tipo; sim, claro, ela é linda e eu a levaria para sair. Minjeong é o; Deus do céu! Sim, claro, ela é tão linda que eu desistiria de tudo só para ficar com ela.

O público de Jersey pareceu concordar com minha linha de raciocínio, porque não demorou muito para recebermos outras propostas para tocar nos bares locais e em outros festivais que viriam a ter na cidade.

Quando recebi o jornal de Jersey, destacando a incrível performance de uma banda de rock inteiramente formada por garotas, eu não pude acreditar na atenção que estávamos levando. Eu não pude acreditar que tudo o que falavam, na verdade, eram elogios e dos bons.

Naquele dia, tudo o que fiz foi correr para casa de Giselle com o jornal pendurando debaixo do braço. Saltei da bicicleta amarela que usava para fazer entregas, o rosto todo vermelho pela corrida até Vinegar Hill.

- Você viu? - entrei correndo na garagem de Giselle. - Viu o que estão falando da gente?

Ela estava aos beijos com Somi, mas nem tive muito tempo para me sentir constrangida. Estava tão eufórica que não me importei. Abri o jornal, jogando em seu colo. Minha bochecha estava começando a doer de tanto que eu sorria.

- Porra! - Giselle deu um pulo do sofá, estava tão desacreditada quanto eu. - Porra, Karina!

Eu sorri um pouco mais aberto.

- Eu sei!

Ela correu para me abraçar. Somi fez o mesmo.

Eu me lembro de pensar que aquela foi uma das melhores sensações que já havia sentido. Estava tão chocada e feliz que não pensei em Minjeong e no que toda aquela atenção geraria para ela. Por um momento, eu me esqueci que com ela as coisas eram bem mais difíceis que conosco.

Ela não apareceu nas próximas duas semanas e meias, nem mesmo para o ensaio. Eu não a via no restaurante de Gary e muito menos a encontrei na Julliard, apesar de ter ido até lá algumas boas vezes. Me forcei a conversar com Maddie, mesmo sabendo que a garota me odiava. Ela sabia tanto quanto eu.

Entrei em desespero. Não ter notícias de Minjeong estava me levando à loucura. As garotas também estavam desanimadas, pensando que ela teria desistido de tudo. Na quinta da outra semana, eu procurei por Miyeon.

- É complicado. - ela disse.

- Complicado. - repeti, incrédula. - Você não pode apenas me dizer onde ela mora?

Miyeon me lançou um longo olhar, estava séria.

- Não posso. - pensei que estava brincando, mas ela não sorriu. Ao invés disso, Miyeon levantou, foi até a cozinha e voltou com duas garrafas de cerveja. Uma para ela, e outra para mim. - Dê tempo a ela, Karina.

- Mas Miyeon-

- Isso é sério. - suspirou, mal me olhando. - A minha família é complicada, mas a de Minjeong é ainda pior. Minha mãe é irmã do pai dela, mas eles não mantêm contato porque meu tio não é um homem muito legal. Minjeong tem muito com que lidar, agora que está sozinha em casa. Taeyeon está em outra cidade e Dante-

LITTLE GIRL BLUE (WINRINA) Onde histórias criam vida. Descubra agora