LITTLE GIRL BLUE (WINRINA)

BON JOVI.

28 de outubro de 1999;

As garotas não quiseram acreditar que Lewis Rothchild queria gravar uma música com a nossa banda. Quando mostrei o cartão de Lewis, ainda pareceu surreal demais. Eu conseguia entender, também estava custando a acreditar que um cara como Lewis teria interesse na banda.

Eu disse a Somi que como a nossa empresária, deveria procurá-lo para uma conversa. Enquanto isso, Minjeong entrou em uma espécie de transe irremediável. Eu sabia que ela ficaria bastante feliz com a notícia, só não sabia que seria tanto.

Joplin passou uma semana inteirinha falando sobre Lewis para quem quer que quisesse ouvi-la. E, quando não queríamos, ela trazia o assunto à tona novamente. Ficou lembrando Somi todos os dias, desde que me encontrei com Lewis, para ela não se esquecer da data do encontro que teria para conversar sobre a nossa banda.

Eu conseguia enxergar que o seu entusiasmo era mais por saber que Lewis é filho do cara que administrou a carreira de Joplin, do que por saber que estaríamos tendo a oportunidade de gravar uma música originalmente nossa.

Não contestei sobre isso, de qualquer forma. Eu sabia que Minjeong encontrava refúgio nas músicas de Janis, e isso era importante pra caralho.

Minha mãe e ela se tornaram mais próximas do que antes, se é que isso era possível de acontecer. Quando Joplin finalmente aceitou a se mudar para a casa de Miyeon, foi meio difícil para minha mãe que havia se apegado a ela de uma maneira meio estranha.

Somi se encontrou com Lewis em seu escritório na semana seguinte ao dia em que nos vimos. Ela levou um advogado da família, apenas para ter certeza de que não estaríamos sendo passadas para trás ou coisa do tipo.

Nos reunimos na garagem de Giselle nesse dia, como sempre. Era noite, quase nove, então Somi chegou com os semblante sério.

- E aí?

Ansiosa, eu me levantei do sofá. Pude observar, de canto de olho, as garotas fazendo o mesmo.

- O que aconteceu? O que ele disse? É tudo verdade? - disparou Minjeong, quase sem fôlego.

- Porra, Somi, fala logo! - Yizhuo exclamou em um grunhido.

A seriedade se transformou em um sorriso meia lua. Somi retirou uma papelada dentro da bolsa, respirando fundo pelo nariz antes de sacudir e dizer;

- Vocês estão prontas para gravar suas músicas na mesma gravadora que a porra da Janis Joplin?

Nós próximos dias, tudo o que fazíamos era falar sobre uma possível parceria com a gravadora que havia criado não apenas Janis Joplin, como outros nomes grandes. Somi disse que deveríamos apresentar uma música à equipe de Lewis até o final do mês, pelo menos. Segundo ela, eles queriam aprovar primeiro antes de qualquer coisa. Fazia sentido!

Eu já tinha algumas músicas escritas comigo, mas nenhuma delas parecia ser boa o suficiente para ser apresentada a uma equipe de profissionais. Por isso, Minjeong apareceu todas as noites em minha casa depois de fechar a loja dos pais de Giselle para me ajudar.

As meninas também tentaram, mas não eram exatamente boas para isso. Eu quero dizer, Giselle mais reclamava do que ajudava, e Ningning sempre dizia que tudo estava bom, mesmo quando claramente não estava.

Minjeong tinha uma veia mais artística quanto à isso. Naquela época, ela ainda não fazia letras completas, mas me servia de grande auxílio para buscar apoio em uma ou outra coisa.

No dia de apresentarmos a música para Lewis e sua equipe, eu estava mais nervosa que nunca. Minhas mãos tremiam e eu conseguia sentir um pouco de suor frio acumulando em minha testa.