Capítulo 13- Spencer

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"Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo." - Lewis Carroll
Não revisado

  Quando saimos do Smithsonian era hora do almoço, Morgan me sugeriu tantas coisas que eu não sabia exatamente o que deveria fazer. Quando falei com Rossi ele mencionou o lugar, falando que me daria a possibilidade de puxar assuntos e como Miranda gosta de ler assim como eu a livraria foi realmente a melhor escolha.
  Os olhos dela brilharam de uma forma linda, e o tempo que passamos juntos durante o passeio transformou horas em minutos, agora eu estava inseguro se ela desejava ou não continuar a passar o resto do dia comigo . Talvez por que esse seja um encontro que não era para ser um encontro, eu deveria ser basicamente um guia turistico, mas felizmente ou não Miranda parece gostar de me ouvir falar sobre os mais diversos assuntos e nos dois temos coisas em comum apesar de sermos tão diferentes.
- Conhece algum restaurante aqui perto ? - Miranda falou olhando na minha direção.
- Alguns, tem o Lavagna que é de comida italiana e o The Smith que tem hambúrgueres muito bons.-Falei enquanto pensava em outras opções.
- Comida italiana parece ótimo.  - Ela disse sorrindo.
Andamos lado a lado até o carro, Miranda começou a transparecer um certo nervosismo, talvez quisesse me dizer algo. Quando chegamos próximos a porta do carro, antes de abrir a porta para ela, a pergunta veio.
- Spencer , esse é oficialmente um encontro ? - Ela falou olhando abaixo claramente vermelha.
Eu travei, não sabia o que dizer. Não havia me preparado para isso.
- Você quer que seja um encontro ? - Por que eu falei isso, dava para ouvir Morgan dando risada dentro da minha cabeça. Eu deveria ter dito algo como :"Claro que sim" ou " Com toda certeza" , isso também faria Morgan rir pois soaria desesperado.
- Quero . - Segurei o maximo possivel a alegria que essa confirmação me trouxe. Foi uma pergunta um tanto inesperada.
- Eu também. - Falei, dessa vez não havia risada, senti confiança no que dizia. - Melhor a gente ir logo, assim pegamos um lugar bom.
Ela sorriu acenando com a cabeça. Abri a porta do carro para ela e seguimos em direção ao restaurante.
Demorou cerca de 20 minutos até chegarmos, apesar de não estar acostumado a almoçar e sim comer algum lanche, me lembrei das conversas que tive com ela e o quanto ainda não se acostumou com esse habito daqui.

Abri a porta para ela sair do carro e fomos novamente lado a lado, senti a mão de Miranda proxima a minha e então a toquei  segurando a mesma, percebi que ela abaixou o rosto e eu me senti nervoso,  entramos de mãos dadas. Fomos direcionados para uma mesa e nos sentamos em silencio . O garçom trouxe o cardápio e se retirou.
-  Já comeu aqui antes ? - Ela disse sem tirar os olhos do cardapio.
- Não, mas Rossi fala muito bem desse lugar . - Respondi. - Ele disse que a comida aqui tem o sabor de casa.
Lembrei da dica dele de se não souber o que pedir vá no classico e escolhi o meu prato.
- Já escolheu ? - Perguntei e Miranda assentiu tirando os olhos do cardapio.
Chamei o garçom e fizemos o pedido, ambos pedimos o tradicional Spaghetti Bolognese.
- O nome Lavagna é inspirado em uma comuna italiana da região de Ligúria, na província de Genova, existem praias muito bonitas na região . - Falei enquanto olhava para o local em que estavamos e também percebendo de canto de olho um leve sorriso sendo formado em seus labios, a maioria acharia esse comentário entendiante. 
- É uma região  com poucos habitantes. - Miranda complementou. Ainda com um sorrisinho
- É, mas a economia lá é movida por turismo. Acho que não é muito conhecido, deve ser calmo. - Respondi pensando no quanto o lugar deve ser bom para passar as ferias, talvez eu posso levar a minha mãe lá um dia.
- Meus país iriam gostar de lá, minha irmã ia reclamar que falta museus, meu cunhado iria fingir que não liga para o que ela quer mas faria um cronograma com todos os lugares para eles visitarem juntos e minha sobrinha aprenderia a falar italiano em tempo recorde para conversar com todas as pessoas possíveis. - Ela falou dando um sorrisinho , seu tom de voz tinha nostalgia.
-E você ? -
- Eu acho que ficaria correndo na praia atrás da Marcela e procuraria restaurantes. - Ela respondeu
- Sua sobrinha parece ser agitada. - Comentei pensando que ela se daria bem com o filho da JJ.
- Ela é, e bem comunicativa puxou da minha irmã. Se começar a mandar  como a Marina faz, meu cunhado terá alguns problemas. - O sorriso se fixou em seu rosto, ela claramente gosta de estar com a sobrinha.
- O mais próximo de que tenho de sobrinhos são os filhos da JJ e do Hotch. - Falei lembrando de quando tinha que cuidar de Henry na noite que JJ sai com Will ou com as meninas.
- Ainda assim são basicamente sobrinhos, crianças são ótimas. - Assenti,  elas eram.
A conversa continuou, Miranda contou algumas histórias sobre sua familia, como eles se mudaram por conta do trabalho do pai e sobre a faculdade. Era bom ouvir ela falar, mas era perceptível que ela era igualmente boa em ouvir quando foi a minha vez de contar sobre a minha mãe e sobre meu trabalho na UAC ela não insistiu em mais detalhes, talvez tenha notado que em alguns momentos eu demonstrava desconforto, entretanto nos que eu dominava ela me rodeava de perguntas.
Os pratos chegaram e a conversa teve uma pausa, entretanto propus a sobremesa que foi aceita e então novamente a conversa fluiu, parecia que o tempo tinha mudado senti que Einstein estava certo quando falou sobre o tempo ser relativo.  Com a pessoa certa o tempo se torna instável, tem horas que ele parece parar e em outros momentos ele corre. 
Ao fim da sobremesa pagamos e saimos do restaurantes como entramos de mãos dadas, quando estavamos no carro a conversa continuo dessa vez falamos das amizades que temos , comentei como Mogan dirigi como um desgovernado e me azucrina por seguir as leis de trânsito. Quando chegamos no estacionamento enfrente a faculdade, eu não queria que aquele momento acabasse.
Olhamos nos olhos um do outro e percebi uma certa determinação no olhar dela, ela tirou o cinto de segurança e eu fiz o mesmo percebi que a distancia entre nos foi diminuindo cada vez mais até que nossos labios se tocaram inicialmente de maneira muito leve, mas então depois de uma forma mais intima . Senti sua mão na minha nuca e minha mãos foram educadamente para as suas costas . O tempo parou e o que deve ter sido menos de um minuto pareceram horas. Quando nosso labios deixaram de se tocar tivemos as mãos aonde estavam, havia um leve rubor nas bochechas dela, mas nada que mostrasse arrependimento e então me aproximei novamente e a beijei.

Nota da autora
Aqui está o primeiro beijo,
Novamente desculpem a demora e obrigada por não desistirem da história.
Quanto a Miranda e Spencer sinto informar para vocês que eu amo desenvolver o relacionamento aos poucos então tenham paciência, que vai valer apena.  
Ps.: O restaurante mencionado existe em Washington, DC . Porém o horário de funcionamento foi adaptado.
O menu do restaurante está disponível no site: lavagnadc.com , fiquei com fome fazendo essa pesquisa.
Bjs. 

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