Becky ganhou a primeira mão. Colocando sua última carta na mesa, ela sorriu triunfante e disse com firmeza, "UNO".
Freen olhou por cima dos óculos. "Bem, bem. Você gosta de ganhar, não é? Acho que talvez precisemos trabalhar sob a mesma desvantagem. Troque de lugar comigo."
"O que? Por que? Essa cadeira é mais confortável para você com..."
"Troque de lugar comigo porque eu pedi educadamente."
Becky levantou-se, contornou a mesa e sentou- se. Freen ocupou a cadeira de visitante de costas para a porta do quarto. Ela afrouxou o roupão e Becky sentiu uma onda de incredulidade surreal quando Freen a olhou nos olhos e desabotoou três botões do pijama de seda, puxando-os ligeiramente para o lado. O efeito foi tudo o que Freen poderia esperar - deixando a mulher mais jovem estupefada.
Becky percebendo que sua boca aberta não era exatamente atraente, a fechou, e engoliu seco, mas descobriu que a única coisa que conseguiu formular foi um "Oh meu Deus", e isso em um sussurro. Ela olhou para os seios da mulher, as linhas de suas clavículas, seu lindo pescoço, aquela extensão de pele adorável e impecável.
"Ah, Freen," Becky sussurrou, enquanto ela olhava nos olhos da mulher, "Você é tão incrivelmente linda." O desejo óbvio Freen esperavava, mas a ternura dolorosa e as lágrimas que brotavam naqueles olhos castanhos eram tão inesperados que ela sentiu seu coração realmente errar uma batida. Ela olhou para Becky, tentando acreditar no que estava vendo naqueles olhos, tentando acreditar que entendia o que realmente estava acontecendo. Ela tomou um gole d'água e ficou constrangida ao ver que sua mão tremia. Enquanto ela colocava o copo na mesa, Becky gentilmente tocou sua mão e entrelaçou seus dedos.
Becky lambeu os lábios e disse com a voz trêmula. "Freen... eu sei que estamos brincando e falando sobre namoro, mas se isso acontecer, vai ser muito importante, muito sério para mim." Ela hesitou, então tentou soar mais autoconfiante, "Se isso é apenas diversão para você ou não pode ser real por causa de ..." ela riu infeliz, "Deus, há uma lista completa - seu trabalho, seu status , suas filhas, nossas idades, nossas famílias, a coisa gay - qualquer motivo, apenas me diga agora. Por favor." Seus olhos imploravam: "Estamos em lugares diferentes em nossas vidas e você tem muito mais do que eu e você sabe muito mais do que eu, então me diga. Não vamos fazer isso se você sabe que realmente não podemos. Isso partiria meu coração."
Bem, sim, como Freen havia pensado, isso estava realmente acontecendo. Ela limpou a garganta e segurou a mão de Becky com mais força. "O que estamos fazendo é completamente irracional, quixotesco e provavelmente insano. Mas isso vai acontecer apesar de todos os motivos que você mencionou e centenas de outros que eu consegui pensar de cara. Vai acontecer porque, minha querida Becky, quando digo que nunca quero que você me deixe, não estou sendo hiperbólica. Quer dizer, que não quero que você me deixe nunca realmente. Estou falando sério. Não posso perder você de novo."
Becky fechou os olhos aliviada por alguns instantes, depois deu um pulo, inclinou-se sobre a mesa e a beijou com um sorriso tão brilhante que, quando ela se sentou novamente, Freen soltou uma gargalhada real, plena e vigorosa.
"Jesus, Freen. Eu não sabia que você podia rir assim."
"É raro, mas não há como evitar quando a felicidade genuína me invade."
"Então teremos que trabalhar na frequência disso."
"Veremos." Freen deu a ela um meio sorriso antes de começar a abotoar a blusa do pijama e, ao fazê-lo, seu comportamento normalmente frio e inexpressivo voltou, o que não surpreendeu Becky nem um pouco. Ela estava aprendendo que Freen podia ser muito doce, mas distribuir mais do que pequenas porções de sensibilidade a deixava desconfortável e irritada.
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Tudo É Relativo
FanfictionBecky trabalhava como assistente de Freen na Diversity, a maior revista de moda da Ásia, mas decidiu que precisava ir embora e seguir seu sonho como jornalista. O que ela não imaginava era meses depois receber uma ligação dizendo que Freen havia...