Capítulo 15

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Notas:

Gostaria de recomendar que ouçam Hunger de Florence + Machine durante a leitura deste capítulo, pois como me lembrou uma leitora, essa música reflete muito bem certos sentimentos de Freen.
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Depois de retocarem o batom trocando sorrisos, Becky ajudou Freen com o casaco, algo que ainda a emocionava. Ela ajeitou o próprio casaco sozinha, enquanto desciam as escadas do lado de fora e esperavam o carro que estava alguns minutos atrasado. Ela aproveitou a oportunidade para abordar o assunto: “Sinto muito, muito mesmo por termos brigado mais cedo, Freen”.

Freen não olhou para ela, mas disse: “Eu também. Se isso for funcionar, você deve se lembrar de algumas coisas.” Ela hesitou e depois continuou: “Sempre brigarei com você. É minha natureza e você deve aprender a não levar isso muito a sério. Vou tentar, realmente tentar, não ser tão cortante. Esse é um dos meus dons: saber exatamente como e onde cortar. Normalmente gosto, mas agora sei que não posso e não quero, de jeito nenhum, fazer isso com você. Você terá que me dar alguma margem de manobra, por algum tempo, se possível. Lembre-se de quem e o que eu sou. Será difícil para mim.”

“Mas saiba de uma coisa”. Ela olhou nos olhos de Becky: “Eu nunca, nunca na minha vida implorei a alguém para ficar comigo. Nunca. Eu poderia implorar as minhas filhas, caso ocorresse uma circunstância tão improvável, mas a mais ninguém. Espero que você entenda o que isso significa. Mesmo quando meus pais me expulsaram sem nada além das roupas do corpo, quando eu tinha 15 anos, eu não disse uma palavra. Eu não dignificaria a rejeição deles com uma única palavra. A rejeição é algo que não posso e nunca tolerarei.” Seus olhos lacrimejaram: “Com pelo menos uma exceção adulta, evidentemente”.

Becky interpretou mais uma vez, esta confissão incrível da parte de Freen, como realmente era: Amor. E ela sabia que era melhor não tentar abrir mais a porta que a própria mulher havia apresentado e perguntar mais sobre a família de Freen.

“Felizmente, nunca mais haverá rejeição aqui. Promessa."

“É o que você diz. As promessas desaparecem."

“Não as minhas”, disse Becky. “Quando eu te decepcionei?”

“Ah, deixe-me ver. Naquela noite de furacão?"

Becky teve vontade de sacudir Freen até que seus olhos saltassem do crânio. "Oh meu Deus! Eu sei que você não acabou de dizer isso! Você foi uma vadia completa naquela noite! Nada, nem mesmo a Marinha, a Força Aérea, a Guarda Costeira estavam voando. Eu sei... porque tentei. Mesmo para você, era impossível conseguir um voo naquela noite."

Freen fungou.

“E quando você pediu aquela edição de Harry Potter que nem havia sido mandada para a impressão ainda? Você merecia ser afogada por me pedir aquilo. Você não sabe o que passei para conseguí-la.”

A mulher fungou novamente e falou como se não tivesse ouvido nada, uma de suas consideráveis habilidades. “Posso cobrar isso de você? Que você tentará... lidar comigo? Eu entendo que posso ser considerada difícil.”

Becky reprimiu uma risada. "Difícil? Essa é certamente uma palavra diplomática para você. Mas sim, sem dúvida, posso lidar com isso."

Freen assentiu. Um aceno real e crente. Não apenas um sim. Este era um bom sinal, concluiu Becky.

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Mezzaluna era tudo o que Nop sugerira. Era lindo e tudo o que ela pensava que seria, exceto que estava zumbindo um pouco mais alto do que ela imaginava. Um burburinho que diminuiu um pouco quando Freen entrou. Becky sempre gostou disso, o fato de Freen fazer uma cena apenas com sua aparência. Como assistente, esse poder sempre foi estimulante; como sua namorada, ela achava muito quente. Evidentemente, alguém correu para algum lugar e de repente o chef, o próprio Ryuki, correu para beijar as bochechas de Freen.

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