3. Um ser vivo aprisionado

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Esse capítulo contém doses de vergonha alheia, pré-revisado boa leitura.

Um ser vivo aprisionado


O submundo continua incrível e agora estou aqui abraçando uma das cabeças de Cérbero que custou a encolher.

-- Quem é o cão mais lindo de todas as mitologias? -- Ele abanou o rabo.

-- Quem é meu fofinho comedor de almas? -- Cérbero se jogou no chão e fiz carinho em sua barriga esfregando minhas mãos e depois meu rosto nele enquanto ele me abraçava com as patas, notei que Grisha contava algo sério para Perséfone que a todo momento fazia caras e bocas.

-- Deus eu vou matar meu marido, meu pai e meus cunhados! -- Perséfone se virou pra mim: -- Sn querida vamos tomar um chá?

-- Claro. -- Deixei Cérbero que voltou ao seu normal com suas três cabeças pensando de forma diferente e segui minha cunhada, no meio do caminho a presença do deus do mar ecoou e tive de respirar fundo.

-- Sn. Vamos conversar!

-- Agora não cunhado, ela está ocupada. -- Perséfone afirmou.

-- Depois Pose. -- Ele desviou o olhar para Grisha que se aproximou receosa.

-- Acho que me deve explicações. -- Tocou a cintura dela e eu fiquei confusa, não imaginei que ele fosse tão cara de pau.

-- Tenho trabalho no mar, nos vemos depois Sn e Imperatriz -- e assim sumiu.

-- Grisha! Não adianta escapar você dorme no meu palácio! -- Poseidon virou para nós e revirei os olhos.

-- Vamos Sn vou mandar servir chá de romã e biscoitos de hortelã combinam perfeitamente. Ainda está aí Pose?

Meu irmão não disse nada apenas nos seguiu.

-- Que assim seja. Diga-me Sn você já tem ideia do que vai fazer no seu próximo aniversário?

Perséfone perguntou.

-- Não sei, na verdade não pensei em nada. -- Chegamos no jardim e os chás já estavam nas xícaras, bebi após assoprar e fechei os olhos com a sensação.

-- E os namorados? -- Observei Poseidon derramar o chá e olhei para ela, ia de zero a cem muito rápido.

-- Não tem.

-- Como assim Sn?

-- Não sei bem como um namoro funciona. Eu sei como são noivados e casamentos. -- As vezes ela faz de propósito para mexer com meus irmãos, fora que por ser casada com meu irmão mais velho ela assume o posto de mãe e isso não é ruim, visto que nunca tive uma.

-- Sn assim não dá e suas amigas? Tirando eu é claro.

-- Meus irmãos servem?

-- Eu vou ter uma séria conversa com Hades!

-- Os deuses são perfeitos Perséfone, não precisam de amigos, amores e qualquer outra sensação patética.

Ela riu de escárnio.

-- Deixa de ser hipócrita Poseidon, se isso fosse real você não precisaria visitar o quarto de Grisha e muito menos teria tido uma crise quando foi largado por Anfitrite! -- Notei o olhar conturbado de Poseidon se abater sobre ela. -- Agora fica quieto e deixa as deusas conversarem.

-- Meu bem é sério que você nunca deu sequer um beijinho em cento de dezoito anos? -- Perséfone te confrontou incrédula enquanto Poseidon batia os dedos na mesa.

-- É mais ou menos... Meus irmãos tiveram todas as experiências que quiseram e digamos que Hajun não tocava muito em mim quando estava casa. Ele era mais de me olhar e me tratar com devoção demonstrando que eu pertencia somente a ele do que me beijar há não ser quando mordia meu pescoço, mas uma vez ele me beijou e eu sei exatamente o que senti.

Estrela Desmond | Qin Shi Huang (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora