Capítulo 18

91 31 0
                                    


Leon

— Eu vos declaro, marido e mulher.

As palavras insólitas são ditas pelo padre e de certa forma tudo ainda parece irreal.

Eu me viro para Paola.

Minha esposa.

Porra.

Estou casado com aquela mulher.

Ela é minha.

Não esqueça que você é meu. Ela dizia a cada despedida naquele mês que antecedeu nosso casamento.

O sentimento de possessividade deveria me deixar assustado, mas acontece justamente ao contrário.

A cada vez que Paola os proferia mais eu sentia que era uma verdade absoluta.

E agora ela era minha.

Seguro seu rosto que parece igual, mas também tão diferente neste momento.

Não só por causa da maquiagem pesada que a deixa glamorosa de um jeito que nunca vi, distante da Paola inocente que cortejei noite após noite escondido, mas por algo em seu olhar que não consigo definir.

É como se finalmente houvesse uma abertura ali, para eu entrar e ver quem ela era de verdade.

E eu mal posso esperar por isso.

Sorrio e mergulho meus lábios nos dela, num beijo lento, profundo e cheio de promessas. Ela geme baixinho e eu sinto em meu pau.

Agora. Ele diz.

Mas sei que ainda há toda a celebração cara que foi preparada para esperar.

E não me importo. Quero exibir Paola para todo mundo.

Minha esposa.

Separo nossos lábios e ela está ofegante e vejo em seu olhar o mesmo desejo que há nos meus.

— Em breve, esposa.

— Agora? — Seus dedos castigam minha camisa, impaciente.

— Ainda temos a festa.

— Foda-se a festa — ela murmura e eu levanto a sobrancelha.

Desde quando ele fala daquele jeito?

— Será possível que eu já te corrompi?

— Achei que fosse essa a ideia...

— Com certeza, esposa. E pode falar quantas palavras sujas quiser, qualquer coisa saindo dos seus lindos lábios é perfeito pra mim. Agora vamos te exibir por aí como minha mulher e depois vou te levar para o quarto e te foder até perdermos o sentido.

Eu a puxo por todo o caminho de volta, enquanto os convidados aplaudem.

Focalizo a atenção nos meus irmãos com cara de enterro.

Ah, a vitória...

Eles ainda não sabem que eu venci. Eu mal posso acreditar ainda que vovô havia concordado tão facilmente em me dar a presidência. E tudo porque me casei com Paola. Estou começando a acreditar que ela é meu amuleto da sorte.

Fiquei surpreso com a astúcia do meu avô com o contrato e por um momento cheguei a me sentir manipulado.

Mas o que eu faria? Poderia me negar a assinar e vovô provavelmente ia achar que eu não estava levando a sério este casamento.

Confesso que não havia pensado até aquele momento em termos de para sempre com Paola.

Mas por que não?

Dinastia Calazans - Lobo em Pele de CordeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora