Capítulo 12

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Paola

Naquela noite, não vou ao encontro de Leon.

Até a hora que a família havia se recolhido, ele não tinha aparecido de sua saidinha com a ex.

Agora eu me sento na frente do espelho, tirando o batom do rosto com os olhos em chamas. Minha mente infestada de suspeita sobre Leon e a tal fulaninha Mancini.

O que ela significou para ele? Será que foi apaixonado por ela? Por que terminaram e por que diabos ela apareceu do nada para atrapalhar meus planos? Eu me questiono se Leon ainda sente algo pela ex rica, bonita, e sei lá mais o quê. Por que ele saiu correndo atrás dela assim que apareceu por aqui?

— Paola?

Eu me assusto ao ouvir a batida na porta e a voz de Leon.

Caramba, o que ele está fazendo aqui?

— Paola, está aí? Abra a porta.

— Não — respondo entre dentes.

— Por que não foi me encontrar? Fiquei te esperando...

— Ah é? Achei que nem tinha voltado ainda de seu encontro.

— Encontro... Ah, porra, abre a porta. Me deixa explicar.

— Me deixa em paz, Leon!

Ele mexe na maçaneta e eu o ignoro começando a passar o algodão no rosto para tirar a maquiagem.

— Abra a porta, por favor. Não é o que está pensando, cacete.

— Não estou pensando nada, agora dê o fora da minha porta!

Eu sei que estou saindo do personagem, mas que se dane. Leon não pode achar que tudo bem me fazer de trouxa.

— Paola...

— Vai se foder, seu cretino! — sussurro baixinho, quase arrancando minha pele com o algodão.

Escuto os passos se afastando e mordo os lábios, num misto de alívio e arrependimento. Não posso simplesmente dar o fora em Leon como se ele fosse só o meu amante que me fez de idiota.

Eu nem deveria estar com raiva, pra começo de conversa. Leon não é meu amante de verdade.

Ele é só um meio para um fim.

Porém, me irrita profundamente que esteja estragando o roteiro dos meus planos. Não quero que saia por aí com outra. Nem sequer quero que olhe para outro lado. E muito menos que se apaixone por outra pessoa.

Não quando eu preciso que ele se apaixone por mim.

Só por mim.

De repente escuto passos se aproximando novamente e fico alerta quando desta vez uma chave é introduzida na minha porta e me viro, chocada, ao ver Leon ali, me encarando com seu peito desnudo maravilhoso e um sorriso sacana no rosto.

— Você perdeu a noção? — Eu me levanto furiosa. — Como abriu minha porta?

Ele mostra a chave.

— Chave mestra. Essa casa é minha, querida.

— Não me chame de querida, seu... — filho da puta, eu ia dizer, mas creio que Paola boazinha não fale palavrão — Seu... mentiroso — recupero um pouco do controle, tentando juntar à minha raiva o ultraje de mocinha enganada, quando quero encarnar o próprio demônio e tacar fogo na cara bonita de Leon Calazans.

— Não há motivos para ficar brava comigo, eu...

— Não tenho? Você abriu minha porta sem permissão! Não vai entrar no meu quarto!

Dinastia Calazans - Lobo em Pele de CordeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora