8 - Jantar.

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[Este capítulo é a continuação do capítulo 7.]

[Pov - Izuku Midoriya.]

— sejam bem vindos! - Fuyumi abre a porta antes mesmo de Todoroki bater.

— olá! É um prazer te ver de novo... - reverencio á sua frente.

— Shoto, estou tão feliz que tenha trazido Midoriya! Ele é um doce! - ela coloca a mão em meu ombro. - é muito bom revê-lo! Venham! Vamos entrar.

Em quanto adentramos á casa, sinto meu corpo inteiro se arrepiar só pela aura que tal lugar causa, é frio e triste, e mais quieto que eu esperava.

— como vão as aulas de vocês? - Shoto encara a irmã quando ela pergunta, nós nos sentamos de frente á mesa.

— vai tudo bem. - o bicolor responde, sem muito interesse.

Concordo com a cabeça e levo o olhar até Fuyumi, ela está sorrindo até agora e parece estar desesperada para encontrar qualquer tipo de assunto.

— o papai não vem. - ela diz em quanto leva o olhar para Shoto, também servindo pratos de comida na mesa.

— que bom. - ele responde, puxando para si o prato de soba.

[Pov - Shoto Todoroki.]

O nervosismo iminente de Midoriya deixa o clima mais pesado ainda.

Ele não para de mexer as pernas, parece que está batendo asas e que vai voar.

Fuyumi também está quieta, e parece que está até soando.

— Natsuo não vem? - decido perguntar apenas para tentar descontrair o clima.

— não, ele precisou ficar estudando até tarde hoje, sinto muito.

— não se preocupe, sei que ele perdeu a sua comida. - respondo, comendo mais um pouco de soba. - é muito bom...

Midoriya ri baixo, se ajeitando e comendo, também.

— sua comida é realmente muito deliciosa, Senhorita Todoroki! - o esverdeado diz logo após engolir a comida.

— obrigada, Midoriya! E não precisa me chamar de senhorita, me chame apenas de Fuyumi!

Ele abaixa a cabeça, envergonhado.

— tudo bem, obrigado pela comida, Fuyumi....

— Shoto, posso perguntar? Por que chamou Midoriya? - Izuku á encara, confuso. - não que isso seja ruim! Pelo contrário! Você é uma ótima influência ao Shoto! - ela ri, mais pelo puro nervosismo do que por ter achado graça.

— ele é meu amigo. - decido apenas dizer isso. - podemos comer, depois conversamos?

Os dois concordam com a cabeça rapidamente, rio baixo por ver a semelhança em feições nervosas e ações involuntárias.

[...]

— obrigado por nos receber! - Midoriya se reverência várias vezes.

— obrigada vocês por aceitarem vir! Voltem com cuidado, certo?

— tchau, Fuyumi. - aceno com a mão, logo, ela faz a mesma coisa e saímos de casa.

— ela é legal... - Izuku coloca as mãos nos bolsos quando começamos a andar pela calçada escura, a única coisa que nos dá clareza são os postes fracos e que piscam sobre nós.

— eu sei, gosto dela. - olho em volta. - acho que não deveríamos ter ficado até tarde.

— mas as conversas da sua irmã são cativantes!

— é tipo uma arma, se não se distanciar, você vai tomar um tiro e ficar no chão para sempre.

— .... Meu Deus, Todoroki.

[...]

[Pov - Izuku Midoriya.]

— agradeça sua irmã novamente por mim.

— eu irei, boa noite.

— boa noite!

Fecho a porta do quarto e sorrio de forma totalmente genuína, estava feliz de ter sido convidado, já que não esperava passar a noite com alguém.

O tempo foi passando e nós fomos nos soltando mais, era mais fácil conversar e rir. Bom, ao menos eu e Fuyumi, Shoto só observava e fazia pequenos e baixos comentários aqui e ali.

Estava quase me deitando na cama para finalmente dormir quando ouço batidas brutas na porta, fico estranhando de quem bateria desta forma e à essa hora da noite.

Me levanto e abro a porta, não tenho tempo de reagir quando Kacchan entra em meu quarto sem dizer uma palavra e me empurra forte, me fazendo cair na cama.

— Kacchan?! - exclamo seu nome, colocando os braços á frente do rosto.

— onde você foi?! - ele só não grita porque sabe que seria ouvido, fecha a porta do meu dormitório e à tranca.

— como assim?... - me apoio no colchão para tentar me levantar, mas sou novamente pressionado contra a parede e obrigado a ficar na cama.

— não me faça repetir novamente, seu merda. Eu perguntei onde você foi.

— eu... Eu fui comer com Shoto e sua irmã! - Junto as sombrancelhas, confuso. - como você sabe que saí?

— isso não interessa, eu quem faço a porra das perguntas aqui. - sua voz saí áspera e enojada.

Kacchan está me pressionando com a mão em meu peito, ele sobe na cama e para à minha frente, chegando mais perto de mim.

— nós só fomos jantar, Kacchan... Todoroki me chamou.

Percebo que quando prendo o ar, ele afrouxa a força que usava contra mim, apenas deixando sua mão sobre aonde estava antes.

— por que ele chamou você? - o loiro dá um ênfase em "você", agora, sussurrando. Já que estávamos perto o suficiente para que eu pudesse ouvir sua voz rouca em muito bom som.

— ele disse que foi porque Sero não havia conseguido ir, coisa assim...

— por que você foi? Eu posso te fazer comida, seu bosta!

Fico quieto, confuso e receoso. Minha respiração está ofegante pelo susto que havia tomado e pelas ações repentinas, tudo isso não é nada novo então não é o que mais faz meu coração acelerar; o que faz é sua mão já descansada sobre meu peito há muito mais tempo do que eu pensei que estaria.

— desculpe, Kacchan, eu nem planejava jantar hoje e por isso não quis recusar aquele pedido...

O maior estala a língua e revira os olhos, chega a me soltar e se levantar da minha cama, eu logo faço o mesmo e o sigo quando ele para na porta, mas sou novamente segurado, agora, pelo pulso, quase bato a cabeça na porta mas Kacchan mantêm a mão ali, impedindo que eu me machuque.

Muitas coisas estão acontecendo e não sei explicar o motivo de todas elas.

Também não tenho tempo de reagir quando Kacchan segura a gola de minha camisa e junta nossos lábios de forma meio agressiva e rápida.

Ele aprofunda este beijo em quanto eu não faço ideia do que está rolando, se este é mesmo Kacchan ou se estou sonhando.

Vejo que ele percebe minha confusão e nos separa, ambos estamos ofegantes e não tenho coragem de olhar em seus olhos, por isso, olho para baixo.

— da próxima vez que você sentir fome, eu te faço comida, o que você quiser, entendeu, idiota?! - ainda mantinha a mão em minha camisa, mas me empurra para a cama e saí do quarto quando ganha o espaço necessário.

Fico parado por nem sei quanto tempo, encarando o nada. Meu rosto está doendo de tão quente e minhas mãos estão trêmulas.

Esta sensação não é ruim.

[...]

[Pov - Katsuki Bakugo.]

... QUE PORRA EU FIZ?!

De um Jeito ou de Outro. - BAKUDEKU (CANCELADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora