9 - sono.

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[Pov - Katsuki Bakugou.]

Já passou do meu horário de dormir e desta vez nem é porque fui interrompido ou coisa assim.

É porque eu não consigo adormecer já que estou pensando e repensando no que acabei de fazer.

Eu realmente beijei o idiota?

No que eu estava pensando?

Eu sou tão idiota assim!?

O que eu faço agora? Como vou olhar em seu rosto? Não tenho coragem!

Eu não planejava fazer aquilo, não queria ter o beijado, eu nem sei o que fui fazer em seu quarto mas sei que não foi para isso!... Certo?!

Ouço o celular tocar e olhar o nome de "extra dois" é o suficiente para me fazer recusar a ligação e me deitar na cama.

Me enfio entre as cobertas e decido que vou fechar os olhos até finalmente dormir.

Amanhã é só explodir a cara dele se ele quiser conversar.

[...]

[Pov - Izuku Midoriya.]

- que cara é essa, Midoriya?! - sou recebido por Kirishima ao entrar na sala, ele vai até mim e me encara.

- eu... Eu não tive uma boa noite de sono. - rio baixo, coçando os olhos.

- você nem dormiu, né?

- ... É.

- por quê? - sua feição fica um pouco mais preocupada, é louco como Eijiro disfarça isso com um sorriso amarelado. - o que houve?

- nada demais, Kirishima! Estou bem.

- você tem certeza?...

Respiro fundo antes de concordar com a cabeça.

- não se preocupe. - acrescento antes de tocar gentilmente em seu ombro e ir até minha carteira, ajeito a bolsa no lugar e me sento na cadeira, passando a mão pelo rosto na tentativa de acordar.

Eu não dormi esta noite, não consegui, e o porque é meio óbvio.

Kacchan invadiu meu quarto no meio da noite, me deu uma baita bronca por sair com Todoroki e me beijou.

Ele me beijou.

Nossos lábios se encostaram.

Tipo, de verdade, igual naquelas novelas que minha mãe assistia toda a noite em quanto chorava comendo um pote de sorvete.

... Mas por quê?

Foi com isso que fiquei vidrado a madrugada toda, tanto que não quero olhar para trás, não sei se consigo encarar Kacchan depois disso.

... Espera, falando em Kacchan...

Eu não ouvi nenhuma explosão, passos duros e largos, xingamentos baixos ou altos, ou vários "MORRA!"

Faço justamente o que acabei de pensar que não faria, olho para trás e me surpreendo quando realmente não o vejo lá.

Kacchan nunca faltaria uma aula, o que houve?!

Me viro novamente para frente quando o Mic começa a falar em inglês com a classe, olho várias vezes em direção à porta, na tentativa e esperança de encontrar a silhueta do loiro.

Chega, isso é impossível.

- hum? Midoriya?! - Present exclama quando me vê sair da sala. O que ele disse depois, eu não sei, já que não os ouço mais.

[...]

Bato na porta, impaciente.

Não obtenho resposta então bato de novo, um pouco mais forte.

- Kacchan, abra esta porta, por favor. - murmuro, nervoso.

Continuo naquela porta em quanto os segundos me parecem minutos.

Nem sei por que estou tão preocupado, talvez seja o simples fato dele nunca ter perdido uma aula desde que nos conhecemos. Me senti na obrigação de acha-lo, e realmente não ligo de ter o rosto queimado por suas explosões, não é como se não fosse a primeira vez.

- Kacchan! - exclamo seu nome um pouco mais alto, pego meu celular que estava no bolso e ligo para seu número, que toca do outro lado do cômodo.

Bom, se seu celular está lá, ele também está.

Na tentativa de fazê-lo acordar, deixo que a ligação continue sendo cobrada, fico batendo na porta e chamando seu nome.

- que porra... - sua voz rouca invade meus ouvidos, tanto no telefone, quanto em seu quarto, engulo em seco e percebo que o que fiz talvez pareça outra coisa.

A porta finalmente se abre e suspiro, aliviado.

Só agora consigo olhar Kacchan, seu cabelo está mais bagunçado do que o normal, está vestindo uma calça xadrez vermelha e... Sem camisa.

Calma, até perdi a linha de raciocínio.

- Kacchan! Você... Você está atrasado... - limpo a garganta em quanto tento não parecer um idiota por gaguejar tanto.

- ... Morra. - consigo segurar a porta antes que ela se feche na minha cara, entro em seu dormitório e percebo que realmente havia tomado uma decisão bem precipitada.

- eu disse que você se atrasou! - abaixo a cabeça em quanto tento manter alguma pose, uma ação não coincide com a outra.

Percebo que ambos estamos totalmente envergonhados, eu não quero olhar em seu rosto, seus olhos tom carmesim, seu cabelo bagunçado, seu rosto parcialmente amassado do lado em que dormiu. Também não quero de forma alguma olhar para seu corpo, não sei se conseguiria me impedir de continuar olhando.

- ... Eu não vou hoje. - finalmente fala, ouço o barulho da cama e tomo coragem para finalmente levantar a cabeça.

Kacchan está se cobrindo e está de costas para mim.

- mas você precisa ir! - tento insistir, por mais que realmente esteja cogitando a ideia de sair do quarto.

- desgraçado, se você continuar falando eu esmago você.

Me assusto quando seu tom de voz aumenta. Respiro fundo e vou até a porta, abrindo-a.

- uma hora ou outra falaremos sobre aquilo, e você sabe, Kacchan. - é a última coisa que digo antes de fechar a porta e sair de lá.

[...]

De um Jeito ou de Outro. - BAKUDEKU (CANCELADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora