5. O Escocês e a Carniceira

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Eu gosto de ver tudo em neon

Beber, ficar acordada até o amanhecer
Talvez meu jeito de viver esteja me matando
Eu gosto de iluminar o palco com uma música
Fazer merdas pra me deixar ligada
Mas um dia eu acordei tipo: Talvez eu faça diferente
— Fuck it I Love You —
Lana Del Rey

Beber, ficar acordada até o amanhecerTalvez meu jeito de viver esteja me matandoEu gosto de iluminar o palco com uma músicaFazer merdas pra me deixar ligadaMas um dia eu acordei tipo: Talvez eu faça diferente— Fuck it I Love You —Lana Del Rey

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Xangai, Um dia depois, do ataque na Itália.

Em Xangai não existia escuridão. Nas ruas principais, pelo menos. Luzes de um milhão de arranha-céus e painéis de anúncios, brilhavam, tudo ao mesmo tempo. Às pessoas geralmente, comentavam, que Nova York era a cidade que nunca dormia, eles nunca estiveram na maior cidade da China e...
Você é uma carniceira, ninguém escolhe carniceiros. – As palavras agarram minhas entranhas, pela milésima vez, mesmo à 7562 km de distância, no topo do vigésimo-sexto andar, agarrando  meu broche, relembrei, – ninguém escolhe carniceiros, as palavras foram repetidas.

Não.

Não.

— Ele me amava, — Murmurei em Irlandês, para o nada, — Ele disse que me amava. E eu também, disse que o amava. E eu não podia amá-lo desse jeito se não fosse pelo menos um pouquinho humana. Porque monstro querem, eles desejam, mas não amam irmazinha.

Passando o polegar nos corações entrelaçados do meu broche de noivado, acalmei um pouco do redemoinho que me dominava.

Foquei, minha visão através do vidro panorâmico da janela, distraído meus olhos na área à beira-mar que dividia parte da cidade. Xangai era uma metrópole, repleta de edifícios de uma era colonial, restaurantes, museus e templos antigos.
Do outro lado do rio Huangpu destacava-se o horizonte futurista do distrito Pudong, com a Torre de Xangai e a Torre de TV Pérola Oriental, com suas esferas cor-de-rosa. O grande jardim Yù Yuán tinha pavilhões, torres que chegavam a perfurar as nuvens como adagas cintilantes e lagos tradicionais que brilhavam. Brilhante Xangai, – uma mentira – levando o broche aos lábios, beijei lentamente o metal frio, em seguida o prendi do lado de dentro da minha blusa.

Girando, a cadeira giratória na direção da mesa de madeira lustrosa, peguei meu iPad e minha caneta touch. Talvez o trabalho me ajudasse. Pela próxima horas, arrastei minha caneta touch na tela dos gráficos de crescimento, e queda de nossos empreendimentos, fazendo um balanço bimestral, das empresas que prósperavam no alto desses prédios reluzentes, onde esperava-se que as pessoas fossem pacíficas.

Mas não eram.

Além do falso paraíso dourado e das luzes de um milhão de arranha-céus, existia uma segunda cidade. Era lá, que as engrenagens dos negócios ilícitos, rodavam, escondido dos olhos comuns,  soterrado por baixo daquele mar de joias resplandecentes e falso moralismo, alimentadas de pobreza, miséria, morte, escuridão, e com pessoas desesperadas o suficiente, para cometer brutalidades inomináveis, – as  pessoas, eram tão bons quanto o mundo lhes permitia, serem, – peões no jogo de reis.

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