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       — VOCÊ NÃO ia para a casa dos seus pais? — pergunto diretamente a Endrick, tentando desviar o foco da minha própria irritação

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       — VOCÊ NÃO ia para a casa dos seus pais? — pergunto diretamente a Endrick, tentando desviar o foco da minha própria irritação. Minha voz sai mais dura do que eu queria, carregada com a ansiedade e o cansaço que me acompanham há dias. Ele é a última pessoa com quem quero lidar agora, mas seu jeito casual só me provoca mais.

       Ele apenas dá de ombros, como se minha pergunta fosse trivial, sem se preocupar em esconder o pequeno sorriso que brinca nos lábios.

       — Ia, mas eles estão em Nova York.

       Sinto meu estômago dar um nó com sua resposta descontraída. Eu queria estar em qualquer lugar, menos aqui, mas ele? Ele parecia tão à vontade. Que chique, murmuro enquanto me sento à mesa, fingindo indiferença, embora por dentro eu esteja fervendo.

       Veiga, sentado ao meu lado, rapidamente percebe minha tentativa de manter distância emocional e não perde a oportunidade de me provocar.
— Bom dia pra você também, — ele ironiza, aquele sorriso cínico desenhado em seu rosto, me tirando do sério como sempre.

       — Bom dia a todos vocês — respondo secamente, mal contendo a irritação. A verdade é que o dia mal começou e eu já estou exausta, tanto física quanto emocionalmente. Eu me sinto cercada, como se cada palavra fosse uma pressão para explodir.

       Meu tio, sempre paciente, levanta o olhar do café e me observa por um momento antes de perguntar:
— Já começou o dia de mau humor, minha filha? — Sua voz é suave, paternal, mas aquele olhar preocupado só faz aumentar a minha culpa.

       Solto um suspiro, tentando acalmar a turbulência dentro de mim. Não quero ser grossa, mas as coisas estão complicadas demais para eu conseguir ser mais gentil agora.

       — Fazer o quê, né? — resmungo, evitando contato visual. Não tenho energia para lidar com o peso das emoções dos outros agora.

       — Come alguma coisa — Raphael sugere, me observando com aquele olhar que ele sempre usa quando está prestes a se preocupar mais do que o necessário. Ele já sabe a resposta, mas não desiste.

       — Não, obrigada. Só vou tomar o meu remédio e beber um suco — respondo de maneira rápida, levantando para pegar um copo. Meu estômago está embrulhado demais para lidar com comida agora.

       — Qual é, Estella? Já conversamos sobre isso — a exasperação é clara na voz de Raphael. Ele está tentando controlar a preocupação, mas não consegue esconder totalmente.

       — Relaxa, estou bem, só estou sem fome — tento finalizar o assunto antes que ele vire um debate. Quero enterrar essa conversa o mais rápido possível.

       Mas ele não se convence. Seus olhos me fixam com um misto de frustração e preocupação. Ele suspira, antes de finalmente soltar: — Como você quer que eu relaxe? — a raiva em sua voz é palpável, e eu sei que ele está se esforçando para não perder o controle. — Nós dois sabemos muito bem o que aconteceu. O Félix me ligou quando você estava jogando na Espanha, sabia?

Lembre-se De Mim || Endrick F. (1° Conto da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora