Estella Rayla nunca foi uma garota comum. Aos 19 anos, ela esconde segredos que a perseguem desde a infância na Itália, segredos que prefere manter enterrados. Quando seu tio, Abel Ferreira, treinador renomado do Palmeiras, a convida para ser sua au...
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COMO SEU o é muito chamativo, vamos no meu. disse Bryan, sua voz firme, mas com uma preocupação velada.
— E o seu carro é nem um pouco chamativo, né? Um Corvette, Bryan? — respondi com sarcasmo, tentando aliviar a tensão que começava a crescer dentro de mim.
— Entra e não reclame. — Ele rolou os olhos, e apesar de querer retrucar, bufei e fiz o que ele mandou, sentindo o frio da noite aumentar a sensação de desconforto. Já estava bem escuro lá fora, mas a escuridão parecia estar também dentro de mim.
Enquanto ele dirigia, a voz de Bryan quebrou o silêncio tenso.
— Você gosta dele, não é? — Ele disse de repente, com uma calma perigosa.
— Dele quem? Seja mais específico, por favor. Meu coração deu um leve salto, mas me recusei a ceder à insinuação.
— Do Endrick. — Ele continuou, me encarando de relance enquanto acelerava.
— Por que você acha isso? — perguntei com a voz mais dura do que eu pretendia.
— Talvez pelo jeito que você olha pra ele. — Ele falou com simplicidade, mas as palavras perfuraram minha muralha. — Você não olhava desse jeito para ninguém, Estella. Geralmente, você olhava para as pessoas como se quisesse matá-las. — Um silêncio pesado se instalou, e eu não tinha resposta. Ele estava certo. — Ao mesmo tempo que seu olhar demonstra amor, ele demonstra raiva. Por quê? — O tom de Bryan era quase um sussurro, mas suas palavras ecoaram.
— Não sei. — Admiti, minha voz quebrada. — Talvez seja pelo fato de que eu não possa ficar com ele. Ou talvez... porque eu não o conheço de verdade.
— Por que não? — Ele insistiu, e era como se ele estivesse puxando uma corda invisível, uma que eu mantinha bem apertada dentro de mim.
— Você sabe o motivo, Bryan.
— Passado é passado, cacete! — Ele exclamou, a frustração finalmente transbordando. — Ele foi feito pra ficar lá, no passado!
— Não começa... — Minha voz falhou, e senti meus dedos tremendo levemente no meu colo.
— Você tem medo de perder ele como perdeu o Mercúrio, não é? — O nome dele. Ele ousou mencionar o nome dele. O calor subiu pelo meu peito, virando uma onda de dor.
— Não coloque o nome dele no meio da conversa! — Aumentei o tom de voz, meu corpo inteiro tenso, como se fosse romper a qualquer segundo.
