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— BOM DIA, tio — falo com carinho, dando um beijo na testa dele

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BOM DIA, tio — falo com carinho, dando um beijo na testa dele.

— Bom dia, minha filha — ele responde com um sorriso caloroso, e o som da sua voz me traz um conforto que poucas coisas conseguem.

— E eu? Não vai me dar bom dia, não? — Giovani e Raphael falam ao mesmo tempo, com aquela falsa indignação que me faz rir sempre.

Não consigo evitar um sorriso. Eles sabem como me fazer sentir bem, mesmo nos dias mais difíceis.

— Bom dia, senhor Raphael — digo, num tom de brincadeira, encostando meus lábios de leve na testa dele. — Bom dia, senhor Giovani — faço o mesmo, mas dou um beijo rápido na bochecha dele, mais íntimo. — Bom dia a todos!

— Bom dia! — eles respondem, animados.

Eu olho para eles, sentindo uma onda de gratidão. Em meio à pressão constante, ter pessoas eles por perto é o que me mantém firme.

— Bom, vou para o treino. Hoje tem jogo e espero ver todos vocês lá — aviso, tentando soar confiante, embora a ansiedade já comece a crescer dentro de mim.

Há um mês e meio que voltei ao Brasil. Treinos e jogos foram a minha vida nesse tempo, mas hoje é diferente. Hoje é a final da Libertadores. Não consigo evitar sentir o peso do que está por vir. A pressão está em cada passo que dou, em cada decisão que tomo. Mas ao mesmo tempo, há uma espécie de excitação. Como se tudo que vivi até agora fosse para esse momento.

No treino, estou focada. Sinto cada músculo trabalhando, cada gota de suor tem um propósito. Fico até o fim da tarde, ajustando detalhes, concentrando-me no que preciso fazer. Quando volto para o hotel, me preparo em silêncio, tentando controlar a enxurrada de emoções que vem à tona. Não há espaço para erro. Não hoje.

Junto com as meninas, pegamos o ônibus até o estádio. A tensão entre nós é palpável, mas todas tentam se manter confiantes. Chegamos ao estádio e, ao sair do ônibus, o som das torcidas me atinge como uma onda. O coração acelera. A atmosfera vibrante do estádio, o cheiro de grama fresca… é como se o mundo inteiro estivesse assistindo.

Quando entro em campo, a adrenalina percorre cada parte do meu corpo. Tento ignorar o nervosismo, focando no jogo, nas jogadas, em cada toque na bola. Vejo meus amigos e meu tio nas arquibancadas. Eles estão lá, como sempre, e isso me dá forças. Tento me lembrar de respirar, de não deixar a pressão me dominar.

O jogo é intenso. O time adversário, Bolívia, não cede. A cada passe, parece que estamos lutando pelo direito de respirar. Quando o primeiro tempo termina, estamos empatados: Palmeiras 2:2 Bolívia.

Na segunda metade, a tensão aumenta a cada segundo. Durante uma jogada, desarmo uma adversária, mas ela não aceita bem. De repente, antes que eu possa reagir, ela está em cima de mim, chutando minha barriga com uma força absurda. A dor é instantânea, cortante. Sinto o ar sair do meu peito, o sangue escorre do meu nariz e boca. Algo está muito errado dentro de mim, posso sentir. Mas não posso sair agora. Não posso abandonar meu time. Mesmo quando todos insistem para que eu receba atendimento médico, eu recuso. Sabem o quanto isso significa para mim, mas não entendem que não sou louca de deixar o campo. Não agora.

Lembre-se De Mim || Endrick F. (1° Conto da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora