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Uma semana depois.

        UMA SEMANA já havia se passado, mas tudo parecia congelado no tempo

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        UMA SEMANA já havia se passado, mas tudo parecia congelado no tempo. A Estella ainda estava desacordada, os treinos seguiam, os jogos continuavam, mas a preocupação dominava cada segundo. A ausência dela pairava sobre o time como uma sombra constante, e o vácuo que sua energia deixava era impossível de ignorar.

Hoje era dia de jogo pelo Brasileirão, e mesmo que o adversário fosse o Botafogo, um time forte, minha mente estava longe. Para falar a verdade, eu não conseguia enxergar uma vitória. Como poderíamos ganhar quando o coração do nosso time estava parado, indefinidamente, em um quarto de hospital?

Estávamos na fila, prontos para entrar em campo, e o som da torcida era ensurdecedor. O nome da Estella ecoava pelo Allianz Parque, o grito em uníssono da torcida carregava uma energia avassaladora, como se todos estivessem tentando trazê-la de volta à vida através de suas vozes. Homenagens tomavam conta do estádio; faixas, bandeiras, tudo para ela. Além de ser uma torcedora apaixonada, ela era nossa treinadora e colega. A dor da sua ausência era algo que todo o estádio compartilhava.

[...]

O Botafogo estava vencendo por 3 a 0. E eu? Eu estava em outra dimensão, tentando focar no jogo, mas falhando miseravelmente. As palavras da Estella ecoavam na minha mente: "Não traga seus problemas pessoais para o campo, eles só atrapalham." Mas hoje, ignorar isso parecia impossível. Desta vez, eu precisava fazer o oposto. Eu precisava jogar por ela.

O segundo tempo começou, e o peso em meu peito se transformou em algo mais... algo feroz. Não era só futebol hoje. Era sobre provar para mim mesmo que eu poderia lutar por ela, do jeito que ela sempre lutou por nós.

Aos 4:01, finalmente, algo clicou dentro de mim. Eu avancei com a bola nos pés, driblando três jogadores do Botafogo com a mesma precisão que a Estella sempre elogiava. “Esse é o garoto!” ela diria, com aquele sorriso malicioso. O gol veio como um desabafo, como se cada chute tivesse libertado um pouco da dor que eu estava carregando.

Mas ainda não era suficiente. Não para ela.

Aos 38 minutos, veio uma falta para o Palmeiras. A hora do Veiga brilhar. Ele chutou forte, mas a bola bateu nas pernas de um dos zagueiros adversários e subiu no ar. Eu estava no lugar certo, no momento certo. Dominei com o joelho, sentindo o controle absoluto da bola, e então disparei. O segundo gol veio com um misto de raiva e saudade. Eu precisava que ela estivesse ali para ver.

O relógio corria. A tensão aumentava. Aos 44 minutos, levantei a bola para o Gomes, que cabeceou com precisão para o Flaco. Quando a rede balançou com o gol do empate, eu quase pude ouvir a voz da Estella em minha cabeça, gritando de orgulho.

Mas ainda não terminamos. Aos 53:47, um levantamento perfeito do Veiga encontrou Murilo, que cabeceou para marcar o quarto e decisivo gol. O estádio explodiu. Tínhamos virado o jogo. Uma virada histórica.

Mas a vitória não trouxe alívio. Porque no fundo, eu sabia que, por mais que tivéssemos vencido, ela não estava ali para comemorar conosco.

[...]

Era quase 2 da madrugada quando cheguei ao hospital. Não conseguia dormir. Eu precisava ver a Estella. Precisava conversar com ela, mesmo que ela não pudesse me ouvir. Passei pela recepção quase como um fantasma, sem que ninguém me impedisse. Quando entrei no quarto, o som das máquinas e do ar condicionado foi tudo o que me recebeu.

— O que tá fazendo aqui a essa hora? — a voz do Bryan soou do outro lado da sala. Ele estava sentado ao lado da cama, exausto.

— Só vim ver como ela tá. — Minha voz soou rouca, quase tão fraca quanto eu me sentia.

— Vou beber água — Bryan disse, se levantando. Ele sabia que eu precisava de um momento a sós com ela.

Me sentei ao lado da cama, o corpo tenso. Ver a Estella assim, tão vulnerável, mexia comigo de um jeito que eu não sabia explicar. Acariciei sua bochecha com cuidado, como se qualquer movimento mais brusco pudesse quebrá-la.

— Eu tô com saudade da sua voz... das suas implicâncias, do seu mau humor constante, da sua marra. — As palavras saíram baixinho, quase como um segredo. — Tô com saudade de tudo, marrenta.

Respirei fundo, sentindo as lágrimas ameaçarem cair, mas eu as segurei. Ela odiaria me ver fraco.

— Hoje a gente jogou por você. Fizemos o que você sempre nos disse pra não fazer: colocamos os problemas pessoais em campo. — Sorri de canto, tentando imitar seu tom de voz. — E funcionou. Você foi minha motivação, e será pelo resto da minha vida.

Eu me levantei devagar, sem querer deixá-la, mas sabendo que precisava. Me virei e lá estava o Bryan, parado na porta, me observando em silêncio.

— Cuida bem dela. — Minha voz falhou um pouco, mas ele assentiu.

— Pode deixar.

Saí do hospital sentindo o peso do mundo nas costas. Peguei um Uber e voltei ao hotel, o corpo pedindo descanso, mas a mente completamente presa na Estella. Eu só precisava que ela acordasse. Ela tinha que acordar.

Oiii, tudo bem com vcs??

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Oiii, tudo bem com vcs??

Vou deixar a narração desse dia que vai ficar marcado na história do Palmeiras.

"Veiga levantou, emendaaa
Gooooool, gooooool do Palmeiras,
54 minutos, acredite!
Eu vi, eu vi, eu vivi,
Murilo, Palmeiras 4
Botafogo 3,
De perder a voz,
De perder a calma,
De perder o juízo,
De perder a saúde,
Esse é o Palmeiras
De Abel ferreira.
Não há no futebol brasileiro
De 2020 pra cá , clube mais
Resiliente, mais vencedor,
Clube mais forte, clube mais inacreditável.
Esse é o Palmeiras.
PRA AQUELES QUE DUVIDAVAM, PRA AQUELES QUE ACHARAM QUE O PALMEIRAS ESTAVA MORTO, O PALMEIRAS ESTÁ MUITO VIVO!!"

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Lembre-se De Mim || Endrick F. (1° Conto da saga Buoni Demoni)Onde histórias criam vida. Descubra agora