Capítulo 22

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Dulce havia dado seu endereço Eddy, e estavam à caminho da casa dela.

Eddy: Tem quantos anos, Dulce? Desculpa a indiscrição.

Dulce riu.

Dulce: Dezessete, e você?

Eddy: Vinte, mas estou fazendo vinte e um semana que vem.

Dulce: Que legal!

Eddy: Sim... Você estuda?

Dulce: Estudo, faço o sexto ano.

Eddy: Já vai terminar... Eu estou no último ano da faculdade.

Dulce: Que maravilha! Está fazendo o que?

Eddy: Administração. Quero abrir um outro centro para cadeirantes.

Dulce: Nossa! O mundo precisa de pessoas como você.

Eddy riu.

Eddy: Não é pra tanto.

Dulce: É sim...

Os dois ficaram em silencio por um tempo, até que...

Dulce: Você já ficou ou namorou com alguma cadeirante?

Eddy: Porque está perguntando isso?

Dulce: Nada... Só... Curiosidade...

Eddy riu.

Eddy: Já sim...

Dulce: Por quanto tempo?

Eddy: Na verdade eu ainda namoro com ela.

Dulce: Que legal!

Eddy: Sim.

Dulce: Desculpa, mas como é a relação de vocês dois?

Eddy: Ótima! Melhor impossível. Tem que experimentar ficar com um cadeirante, é uma das melhores experiencias. No começo parece ser ruim. Minha namorada é carinhosa, gentil... Outras garotas normais são bem chatinhas.

Dulce: Eu acho que gosto de um cadeirante, mas tenho medo de decepcioná-lo. Agora ele está com raiva de mim porque eu não quis ser namorada dele.

Eddy: Ih que ruim...

Dulce: Sim, e o pior é que ele não quer me ouvir, não me entende. E ainda tem meu ex namorado que não me deixa em paz...

Eddy: Olha, os cadeirantes são sensíveis porque acham que as pessoas só se aproximam por pena, mas deve ser bastante difícil ser assim, com as pessoas olhando torto como se fossem de outro planeta, ou como se isso os impossibilitasse de agir como nós, como se não pudessem fazer mais nada alem de ficarem sentados em uma cadeira de rodas.

Dulce: Sim...

Eddy: O que você tem que fazer é chamar esse garoto e conversar sério com ele. Se não se sente preparada para namorar um cadeirante, seja sincera, ele vai entender, mas nunca minta.

Dulce: Você falou o que eu precisava ouvir. Obrigada.

Eddy: Só tenho um pouco de experiencia nesse assunto.

Dulce: Mas mesmo assim obrigada.

Eddy: Por nada. Sua casa é aqui não é?

Dulce: Sim. Nos vemos amanhã...

Eddy: Com certeza.

Dulce sorriu para ele e Eddy retribuiu. Em seguida ela saiu do carro e deu a partida. Dulce entrou em casa pensativa.

O amor cura? VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora