Perto da casa de Dulce havia uma quadra de basquete, e haviam garotos jogando lá. Dulce e Christopher passaram por ali e ele parou.
Christopher: Nossa...
Dulce: Que foi?
Christopher: Estou lembrando de quando eu jogava basquete no time da escola...
Dulce: E você era bom?
Christopher: Se eu era bom? Eu era o melhor do time, era o cestinha.
Dulce ficou quieta.
Christopher: Eu era tão bom que haviam times querendo me contratar, eu estava prestes à assinar contrato com um time famoso na Argentina quando sofri o acidente.
Dulce: Sinto muito...
Christopher: Tambem gostava de andar de skate. Estava aprendendo várias manobras. Todos os dias eu desafiava alguem depois da aula.
Dulce: E ganhava?
Christopher: Sim. Se perdi foi uma ou duas vezes.
Dulce voltou a olhar os garotos que jogavam na quadra. Christopher lembrava de quando podia andar.
Christopher: Sempre gostei de esportes.
Dulce: Já eu sempre fui sedentária...
Christopher: Não sei como consegue. Odeio ficar parado. Graças à essa paralisia eu tenho que fazer o que mais odeio, mas não deixo de exercitar os braços.
Dulce teve uma idéia, mas não falou nada. Seria uma surpresa.
Christopher: Vamos?
Dulce: Vamos.
Os dois voltram a caminhar. Algumas pessoas olhavam para Christopher, algumas com pena dele e outras com desprezo. Ele percebia isso e Dulce tambem, mas tentavam ignorar.
Christopher: Dulce, vamos voltar para sua casa. Não me sinto muito bem aqui.
Dulce: Tambem não. Vamos.
Eles deram meia-volta.
Dulce: As pessoas são muito antipáticas.
Christopher: Eu que o diga. Tenho que conviver com as pessoas sentindo pena de mim, ou me desprezando... Ninguem pode me tratar como uma pessoa qualquer?
Dulce: Você acha que eu te trato com pena ou com desprezo?
Christopher: Não, você não. Mas as outras pessoas sim.
Dulce: Não fica triste com isso, ok?! Não gosto de te ver triste.
Ele parou e ela tambem.
Christopher: Me da um abraço?
Dulce: Porque quer um abraço?
Christopher: Não sei... Apenas me deu vontade de te abraçar.
Dulce se ajoelhou, não se importando como estava a calçada em que estavam. Em seguida o abraçou. Christopher a abraçou forte.
Dulce: Se sente bem?
Christopher: Não Dulce... Eu quero voltar a ser normal, quero voltar a andar...
Dulce: Christopher, tira esse negócio da cabeça! Você é normal! É muito mais normal que qualquer pessoa por ai.
Christopher: Mas Dulce, ninguem gosta de mim!
Dulce: Eu gosto de você, Christopher.
Ele saiu do abraço sem soltá-la.
Christopher: Gosta de mim?
Dulce: Gosto sim.
Christopher segurou o rosto dela e apenas ficou olhando-a nos olhos. Dulce segurou os braços dele.
Christopher: Me desculpa por isso, Dulce.
E a beijou. Dulce não teve tempo de reagir e acabou retribuindo.
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O amor cura? Vondy
RandomSerá que o amor pode curar? será que a força do amor é tão forte que é capaz de curar.