Capítulo 11

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Perto da casa de Dulce havia uma quadra de basquete, e haviam garotos jogando lá. Dulce e Christopher passaram por ali e ele parou.

Christopher: Nossa...

Dulce: Que foi?

Christopher: Estou lembrando de quando eu jogava basquete no time da escola...

Dulce: E você era bom?

Christopher: Se eu era bom? Eu era o melhor do time, era o cestinha.

Dulce ficou quieta.

Christopher: Eu era tão bom que haviam times querendo me contratar, eu estava prestes à assinar contrato com um time famoso na Argentina quando sofri o acidente.

Dulce: Sinto muito...

Christopher: Tambem gostava de andar de skate. Estava aprendendo várias manobras. Todos os dias eu desafiava alguem depois da aula.

Dulce: E ganhava?

Christopher: Sim. Se perdi foi uma ou duas vezes.

Dulce voltou a olhar os garotos que jogavam na quadra. Christopher lembrava de quando podia andar.

Christopher: Sempre gostei de esportes.

Dulce: Já eu sempre fui sedentária...

Christopher: Não sei como consegue. Odeio ficar parado. Graças à essa paralisia eu tenho que fazer o que mais odeio, mas não deixo de exercitar os braços.

Dulce teve uma idéia, mas não falou nada. Seria uma surpresa.

Christopher: Vamos?

Dulce: Vamos.

Os dois voltram a caminhar. Algumas pessoas olhavam para Christopher, algumas com pena dele e outras com desprezo. Ele percebia isso e Dulce tambem, mas tentavam ignorar.

Christopher: Dulce, vamos voltar para sua casa. Não me sinto muito bem aqui.

Dulce: Tambem não. Vamos.

Eles deram meia-volta.

Dulce: As pessoas são muito antipáticas.

Christopher: Eu que o diga. Tenho que conviver com as pessoas sentindo pena de mim, ou me desprezando... Ninguem pode me tratar como uma pessoa qualquer?

Dulce: Você acha que eu te trato com pena ou com desprezo?

Christopher: Não, você não. Mas as outras pessoas sim.

Dulce: Não fica triste com isso, ok?! Não gosto de te ver triste.

Ele parou e ela tambem.

Christopher: Me da um abraço?

Dulce: Porque quer um abraço?

Christopher: Não sei... Apenas me deu vontade de te abraçar.

Dulce se ajoelhou, não se importando como estava a calçada em que estavam. Em seguida o abraçou. Christopher a abraçou forte.

Dulce: Se sente bem?

Christopher: Não Dulce... Eu quero voltar a ser normal, quero voltar a andar...

Dulce: Christopher, tira esse negócio da cabeça! Você é normal! É muito mais normal que qualquer pessoa por ai.

Christopher: Mas Dulce, ninguem gosta de mim!

Dulce: Eu gosto de você, Christopher.

Ele saiu do abraço sem soltá-la.

Christopher: Gosta de mim?

Dulce: Gosto sim.

Christopher segurou o rosto dela e apenas ficou olhando-a nos olhos. Dulce segurou os braços dele.

Christopher: Me desculpa por isso, Dulce.

E a beijou. Dulce não teve tempo de reagir e acabou retribuindo.

O amor cura? VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora