008 - VÍDEOS II

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RAPHAEL VEIGA.

Mesmo nos dias de jogo, nós íamos ao CT para acertar algumas coisas, era um treino mais leve e certamente mais técnico. Abel também aproveitava para fazer seu típico discurso e deixar claro algumas coisas e o que deveríamos fazer na hora do jogo.
O jogo seria pelo campeonato brasileiro, no Allianz Parque e contra o Fortaleza.

Após o almoço, chequei meu celular para ver se havia alguma mensagem de Caroline, mas nada. A última vez que ela ficou online foi para responder minhas mensagens. Também vejo se há alguma mensagem de meu segurança, avisando alguma imprevisto com Caroline, mas nada.

No almoço definitivamente foi estranho, Zé Rafael sentou comigo e com Piquerez — como de costume — e o clima estava tenso. Zé logo percebeu que algo havia acontecido, eu me neguei a contar, mas ele persuadiu Joaco e conseguiu uma história resumida sobre o dia em que fui até sua casa, as palavras de Zé foram “vocês são amigos, não briguem por mulher” e eu e Piquerez respondemos — ao mesmo tempo — um “não estamos brigando por mulher”.

Dirigi nervosamente até o apartamento de Caroline, ao chegar, estaciono o carro e vou até a recepção — onde estava somente o recepcionista.
O local era bem iluminado e cercado de poltronas que aparentavam ser confortáveis, havia um balcão e atrás uma enorme televisão onde passava algum programa qualquer.

— Com licença - falo, encostando meus braços no balcão, a recepcionista se assustou mas logo me olhou, dando um sorriso gentil - posso saber se a Caroline Viturino está aí? - questiono.

— É uma garota alta e morena? - ela fala verificando sua agenda, provavelmente vendo o número do apartamento da mesma.

— Sim, a jogadora de vôlei.

— Ela saiu bem cedo, senhor - fala, fechando a agenda.

Fico observando a garota, completamente assustado, onde Viturino havia se metido?

— Obrigado - dito simples, indo me sentar em uma das poltronas, meus braços cruzados e olhando o chão fixamente.

[ . . . ]

CAROLINE VITURINO.

Estaciono meu carro em uma vaga qualquer, logo desço do mesmo e caminho calmamente até a recepção.
Abro a porta e vejo que Marília estava mechendo no computador.

— Bom dia, Marília! - falo sorridente, escuto um resmungo ao meu lado e encontro um Raphael Veiga com os braços cruzados e com uma face emburrada - bom dia para você também.

Ele me encara cínico.

— Aonde você foi? - ele questiona, se levantando rapidamente ao ver que eu estava me direcionando até o elevador.

Aperto o botão para abrir e espero alguns segundos.

— Eu também tenho coisas a fazer - dou de ombros. O elevador logo abre e eu adentro, Veiga também.
Aperto no botão que indicava o número quatro, que é o meu andar - ficou preocupado, é?

O elevador começa a se movimentar para cima e eu tenho que segurar no material que é revestido para eu não acabar caindo.

— É sério, Viturino - ele diz.

— Eu estou falando sério.

Ficamos nos encarando por alguns segundos.

— Aonde você foi? - ele questiona novamente.

— Você não vai desistir mesmo, hein? - falo rindo - fui ao treino, após eu lhe enviar mensagem eu entrei no carro e eu fui treinar, também almocei lá e fiz pesagem com a nutricionista, cheguei um pouco mais tarde pois a nutricionista queria incluir algumas coisas na minha dieta - enquanto falo, gesticulo minhas mãos.

Suíte 14 - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora