Suíte 14 - Raphael Veiga.

028 - CIÚMES.

RAPHAEL VEIGA.

Após o jogo de volta da libertadores foi um pouco entediante, se podemos dizer. Foi um zero a zero, mas que nos permitiu classificar para a semi-final.

Após o jogo acabar, os torcedores já estavam indo embora e os jogadores do time colombiano se lamentavam, as mulheres dos jogadores desciam pelas arquibancadas para poderem parabenizar seus respectivos maridos.

- Parabéns pelo jogo! - escutei uma vez feminina dizer atrás de mim, viro meu rosto e vejo uma Sarita sorridente e de braços abertos, como se pedisse um abraço.

- Obrigado - dou um sorriso, a morena se aproximou e me abraçou enquanto acariciava meus fios de cabelo.

- Vai fazer alguma coisa agora? - ela questionou, logo se afastando de mim.

Eu estava pronto para responder, mas logo avistei seu irmão mais velho vindo em nossa direção. Depois que comecei a sair com Sarita, Steve começou a me tratar como se fossemos amigos íntimos, e aquilo não me agradava muito.

- Eai, veiganismo - ele fala quando já estava próximo o suficiente de nós, ele afagou os cabelos da sua irmã mais nova e ela somente deu risada - já falou com ele?

Franzo o cenho enquanto escuto a conversa dos dois.
Steve dizia algo sobre ela ter falado com ele e que seus pais já estavam agoniados esperando uma resposta.

- Eu iria falar agora, mas você se intrometeu - ela coloca os braços na cintura enquanto encara seu irmão. Seu olhar logo se volta para mim - eu iria perguntar se você gostaria de sair com minha família, assim você aproveita e conhece meus pais...

Ela disse tudo calmamente, aparentemente meio receosa com minha reação, seu irmão me olhava fixamente como se estivesse pronto para me enforcar se eu falasse alguma frase negativa.

- Por mim tudo bem - falo, por fim.

Sarita deu um sorriso como se tivesse acabado de ganhar na loteria, ela falou alguma coisa mas como se fosse por impulso, meu olhar foi para trás.
Avistei Caroline sendo praticamente carregada por Endrick que falava alguma coisa em seu ouvido, uma mão toca meu ombro e minha atenção é voltada para os irmãos Biancardi.

- Vai ir ou não? - Steve aparentemente havia notado o que eu estava observando e quis tirar minha atenção da garota.

- Vou - falo firme.

[ . . . ]

Sarita me apresentou a toda família dela - ontem a noite - como um amigo íntimo seu, agradeci mentalmente por ela não ter me apresentado como "namorado" ou algo do tipo.
Seus pais pareciam animados em me conhecer, sua família toda é Palmeirense, então futebol foi um assunto bem frequente no diálogo.

Quando deu em volta de duas da manhã, falei que eu deveria ir embora pois já estava tarde, Sarita insistiu para eu ficar, mas acabei negando.
Após sair do estabelecimento onde estávamos, eu fui até a festa de comemoração que os jogadores estavam fazendo e lá aproveitei o restante da noite.

No outro dia, acordei em volta das nove da manhã com meu celular apitando desesperadamente.

- Logo cedo, puta merda - resmungo para mim mesmo, coço meus olhos e pego meu celular que estava na mesinha ao lado da minha cama. Atendo a ligação e levo o aparelho telefônico até meu ouvido.

LIGAÇÃO ON.

📱 = Demorou pra atender - o uruguaio disse com seu típico sotaque.

- Não posso nem dormir?

Ele dá risada.

📱 = Se arruma, vou passar aí.

Fico alguns segundos tentando raciocinar o que ele havia falado.