030 - BELÉM.

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CAROLINE VITURINO.

Como Raphael havia dito, ele passou aqui em exatas sete e meia. Eu já havia deixado as malas prontas na noite anterior, arrumei tudo com a ajuda de Raphael — ele mais me confundia do que ajudava, mas irei ignorar esse fato.

Eu já estava pronta desde às cinco e meia, minha ansiedade fez eu me arrumar horas antes com medo de eu atrasar o garoto. Quando estava quase dando sete meia, eu cai no sono e somente acordei com o barulho irritante da campainha — eu estava deitada no sofá da sala, então eu conseguia ouvir plenamente o barulho.

Eu não estava raciocinando as coisas muito bem, então eu somente concordava com a maioria das coisas que Raphael falava, segundo ele, eu parecia dopada de sono.
Quando chegamos no aeroporto, ele me apresentou para alguns jogadores e mulheres de jogadores que também iriam, todos questionavam se nós namoramos, Raphael apenas balançava a cabeça em negação.

— Será que realmente parecemos um casal? - ele me questionou isso diversas vezes.

— Eu já disse que não sei, Rapha - e eu respondia isso em todas as vezes.

Ele parecia animado com a idéia que achassem que nós somos um casal, mas não queria demonstrar isso para mim — mas era impossível não notar o sorriso que ele dava quando falavam que formamos um lindo casal.

A viagem não foi muito longa, demorou cerca de quatro horas sem nenhuma parada. Tomamos café da manhã no avião, que inclusive estava muito bom!
Ao chegarmos, fomos direto para o hotel, os jogadores eram engraçados e me faziam rir com coisas patéticas, e as mulheres dos jogadores também eram incríveis — fiquei próxima de uma delas, Isabella Rousso, namorada do jovem jogador Gabriel Martinelli.

Os dias no hotel só não foram terrivelmente tediosos por conta da companhia de Isabella. Raphael passava mais da metade do dia treinando, e eu já estava cansada de ficar somente sentada na arquibancada desconfortável enquanto escutava aquele treinador falar e falar — eu e a loira fazíamos imitações ridículas dele, segundo ela, eu faço uma ótima imitação dele.
E, finalmente, chegou sexta.

Desde manhã eu fiquei ansiosa para assistir ao jogo. Tomei meu café da manhã pensando no jogo:
— Eu não consigo dormir direito desde quinta, Isabella - confesso enquanto derramava um pouco do líquido amarelo em meu copo - quer suco?

Ela sorri e pega a jarra, colocando suco de laranja em seu copo também.

— Está mais ansiosa que seu namoradinho - ela diz, dando uma mordida em seu pão.

Faço uma careta, o que tira outra risada dela.

— Namoradinho? Que namoradinho? Não estou vendo ninguém - finjo procurar alguém inexistente pela sala.

— Mona, para que está feio - ela diz imitando a voz do técnico, dou uma gargalhada alta.*

Almocei pensando no jogo, tomei café da tarde pensando no jogo e passei o restinho de dia pensando no jogo.

Três horas antes eu comecei a me arrumar, tomei um banho relaxante e lavei meus fios de cabelo. Ao terminar, tentei enxugar ao máximo as gotículas de água em meu corpo e me enrolei na enorme toalha branca.
Abro a porta do banheiro e vejo uma caixa rosa com um laço branco que me chama atenção, aquilo não estava ali antes... Me aproximei da caixa e vi que, grudado no laço, havia um pequeno papel.

📜 :: Querida Viturino.
Deve estar se perguntando como que essa caixa foi parar em seu quarto, bem, não se pergunte isto.

Lembra que eu prometi que iria conseguir uma camisa do Brasil para você? Bom, dei meus pulos e consegui :)

Suíte 14 - Raphael Veiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora