Quando acordei já eram nove da manhã, Dom já tinha ido trabalhar e nem me chamou, talvez por causa de ontem, ele deve ter imaginado que eu estaria com raiva, bom, eu estou, mas depois de um tempo treinando com a Donna, eu aprendi a lidar melhor e não sinto mais tanta vontade de socar alguém até a morte.
Minha mãe já fez coisas piores comigo e nem por isso eu sinto raiva dela. Entendi que o meu lance é mais emocional, se o Dom tivesse dito que não me amava mais, ao invés de me dar umas palmadas, acredito que doeria mais.
Isso não significa que ele pode me bater quando der vontade, também não vou ser o saco de pancadas dele.
O que eu não me conformo é dele ter me castigado, depois de ter me dito que não faria isso.
Ele é louco ou o que?
Eu senti um misto de excitação e dor, mas não de um jeito bom, foi bizarro, acho que o sadomasoquismo não é pra mim.
Meu fetiche é bater, não apanhar.
M
as eu ainda acredito que por trás dessa barreira enorme que ele construiu em volta existe um homem vulnerável que deseja apenas ser compreendido e amado.
Assim como eu.
Temos muitos traumas que ainda não foram curados e eu nem sei se serão, pois percebi que eles descartam qualquer tipo de aconselhamento por aqui.
A Meg me disse uma vez que eu tenho complexo de conto de fadas, e eu nem sei se isso existe, mas faz sentido, isso de querer encontrar um príncipe encantado que vai me salvar, é burrice e foge completamente da realidade, mas era o que eu costumava idealizar quando era uma criança sozinha e negligenciada pela mãe. Um príncipe que me resgatasse daquele inferno e me levasse pra morar em um castelo.
Minha única fonte de entretenimento era uma televisão velha que ficava na sala, onde eu assistia, escondida, e ficava encantada com o faz de conta.
Porém, quando cresci eu me equivoquei, primeiro pensando que o sapo era um príncipe, e não era, mas fiz de conta que eu o amava, depois fui sequestrada pelo vilão que se passou por príncipe no começo, e mesmo depois de descobrir a verdade, continuo ridiculamente apaixonada por ele.
Infelizmente ele achou que o melhor jeito de me resgatar da torre, é me jogando dela.
E no começo foi bem difícil de aceitar, mas depois de um tempo percebi que sou feliz aqui, mesmo com os altos e baixos.
Por mais difícil que seja, eu não vou desistir do Dom, porque sinto que não tenho muito tempo pra estar do lado dele, sinto que vou perde-lo cedo ou tarde.
Eu ainda não superei a bala com o nome dele no escritório, deve ter muitas por aí só esperando a oportunidade certa para atingi-lo.
Eu não quero nem pensar.
Dom pode ser inatingível, mas não é imortal, uma hora ele pode se descuidar, e eu quero está do lado dele pra impedir que alguém o machuque, mesmo o Tim dizendo que eu sou como a kriptonita que o enfraquece, mas Dom está ferido há muito tempo, e segue ignorando a ferida
Não sou eu quem está deixando ele fraco, ele está fraco e o meu objetivo aqui é fortalece-lo, se não porque mais ele me escolheria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vendida
RomanceEm revisão. Para dar uma vida melhor para a sua mãe e seu irmão,doente, Olivia aceita a proposta de se casar com um milionário. Aviso de gatilho ⚠️ Essa obra contém: violência física e verbal, assassinato, estupro e suicídio. Se você for sensível a...