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Dom.

Eu estou aqui no meu escritório, afogando as mágoas na bebida, e pensando em uma forma de acabar com a minha vida, já que ela perdeu totalmente o sentido desde que Olivia me traiu.

Eu pensei que fosse auto confiante o suficiente pra superar, mas eu estava totalmente enganado, todos esses dias sem ela me fizeram perceber que preciso dela tanto quanto o ar que eu respiro. Eu nunca pensei que uma mulher me faria sofrer tanto, logo eu, que costumava ter todas que eu quisesse.

E eu fui querer justo a que não me queria.

Talvez não tenha sido amor, e sim uma síndrome de estocolmo, já que eu a sequestrei, sei que não fiz a coisa certa, mas minha intenção inicial era apenas possuí-la, e no entanto acabei sendo
possuído por ela.

Quando a vi pela primeira vez, eu sabia que ela seria a minha ruína, mesmo assim eu quis arriscar. No começo foi bem conflitante, mas valeu a pena no final, e eu não me arrependo de nada.

Olivia foi a única mulher que amei na vida, nem mesmo com Melinda, eu senti algo tão forte, e me sinto totalmente frustrado por não conseguir lidar com essa falta.

Meu coração está parando e a única pessoa que fazia ele bater mais forte não está aqui, e isso dói, e é uma dor que nunca passa.

Preciso do amor dela tanto quanto uma planta precisa de água, e sem ela sinto que estou murchando.

Definhando.

Massacrado pela solidão e atormentado por essa doença maldita que insiste em me torturar dia após dia.

Eu deveria odiar Olivia por toda a dor que me causou, deveria estar buscando formas de esquecê-la, mas ela está presente onde quer que eu vá.

De todas as mulheres que eu transei na vida, nenhuma me proporcionou um êxtase que durasse tanto tempo.

Eu estava morto, e ela me reviveu, eu tinha me esquecido de como era estar apaixonado e ela me fez sentir tudo outra vez, mas como associar tudo isso a dor? Como vou odiá-la, se eu nem sequer deixei de amá-la?

Eu quero ir atrás dela, mas o orgulho me impede. Me sinto acuado como um animal ferido, que recua, com medo de ser maltratado de novo.

Eu sei que tomei uma decisão de renunciar a minha curta e insignificante vida, mas algo dentro de mim, me diz pra não fazer isso.

Não parece certo abandonar o navio e permitir que todos morram afogados.

Por mais que eu odeie despedidas e por mais desconfortável que seja dizer a verdade, eu tenho que fazer, eu devo isso às pessoas que eu amo, as pessoas que sempre estiveram comigo até o fim.

Reconheço que fui um grande filho da puta com todos eles, e antes de partir, eu quero pedir perdão, principalmente para Olívia.

Por não ter conseguido ser o homem que ela tanto sonhou.

Vou dizer a todos os reais motivos para eu estar agindo feito um idiota, e eu sei que vão compreender.

Quero pelo menos partir com a consciência tranquila, e sei que a minha mãe ficaria orgulhosa de mim.

O meu pai por outro lado, não ficaria tão contente assim, mas ele, eu quero mais é que se foda.

Se ele não tivesse enchido a minha cabeça de merda, talvez o desfecho poderia ser diferente.

Olhei para o seu grande retrato na parede e senti a mágoa me corroer por dentro. Esse homem acabou com a minha vida, ele me transformou em um homem que eu nunca quis ser.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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